“Santana de Parnaíba estará preparada para avançar muito mais”, diz Elvis Cezar

Por Cauê Rigamonti

Santana de Parnaíba tem alcançado indicadores que confirmam a alta da qualidade de vida e dos serviços prestados. É a cidade mais segura do Estado de São Paulo; a que mais reduziu a mortalidade infantil; é a terceira que mais emprega no Estado; em 2016, pelo Conselho Federal de Administração, foi eleita a 2ª melhor gestão pública do País, e agora, pela Firjan, é a melhor gestão pública do Brasil, entre as cidades com mais de 100 mil habitantes. São indicadores impressionantes que, não por coincidência, fazem parte do mesmo período em que Elvis Cezar (PSDB) está à frente da Prefeitura. O que fez a diferença nos índices, segundo ele, foi atender muito a periferia. “Foi o maior aprendizado de minha vida, porque é muito difícil administrar uma cidade”, diz o prefeito. “Aprendi a construir um sistema de resultados na gestão pública, essa é a grande diferença nessa minha trajetória”, complementa.

A Rua – Santana de Parnaíba é hoje um dos municípios mais seguros do Estado de SP. No que cabe à Prefeitura, quais foram os avanços que permitiram à cidade chegar a este patamar?
ELVIS CEZAR –
O que contribuiu foi estruturação completa da Guarda, desde os equipamentos, viaturas e armamento. Hoje temos 60 viaturas e 450 guardas com treinamento contínuo e que atuam com protocolos, procedimentos.


Porém o que fez a grande diferença são as políticas públicas na periferia, de emprego, educação, saúde, esporte e lazer. Os parques, por exemplo, diminuíram muito o acesso a bares aos domingos. Não que a pessoa deixa de frequentar bares, mas os filhos fazem com que os pais venham aos parques. A oferta de emprego tem melhorado também continuamente.
Na Educação somos a cidade que mais cresceu no Estado. Isso impacta diretamente nas famílias, porque gera um espelhamento nos filhos. É uma população que tem oportunidades. Para ilustrar, Alphaville e Tamboré são dois bairros que têm índices de criminalidade tão baixos como países de primeiro mundo, graças à segurança na periferia. Porque não adianta: se você não trabalhar a periferia da cidade, atender quem mais precisa na cidade, você não terá uma cidade segura nunca.

Outro grande destaque é a guinada que a cidade deu em relação ao preparo dos jovens para mercado de trabalho. Qual é a circunstância da cidade que o fez fomentar essa política de profissionalização?
EC –
Queremos que o jovem possa olhar a cidade e falar assim: aqui eu vou conseguir. Isso impacta muito positivamente. Quando você faz crescer a população universitária da cidade, isso gera um espelhamento em todas as camadas da cidade, porque o pai que não tem um filho na faculdade fica constrangido, o vizinho também, e por aí vai. Nós fomos quebrando essas crenças limitadoras, como se fosse um coach. Hoje nós temos dez polos universitários na cidade, e isso é a democratização do ensino superior.
Representa a oportunidade de fortalecer uma vocação para a cidade, que é o capital humano: pela consultoria Urban System, que serve de base à Revista Exame, nós somos a 4ª cidade do País e a 2ª no Estado de São Paulo em capital humano. Temos o cursinho para o Enem, temos uma escola pública de idiomas com 500 alunos que estão lá por meritocracia, e que aprendem mandarim, espanhol e inglês. Somos uma das cidades pioneiras no Brasil a ter uma plataforma de idiomas para a cidade inteira, com aulas de inglês, francês, espanhol e italiano, gratuitamente, com mais de 7 mil alunos inscritos. Estamos nos preparando para o futuro, acabamos de inaugurar uma Fatec voltada para a indústria 4.0, só com cursos de tecnologia. Estamos implantando o sétimo data center na cidade, e são pouquíssimas cidades no Brasil que possuem sete data centers. Isso tudo vai proporcionar que Santana de Parnaíba seja uma rota de inovação.

Apesar da crise, Santana de Parnaíba é hoje a cidade da região que mais mantém obras em andamento. A que se deve este sucesso? Há uma relação direta com o recente estudo da Firjan sobre gestão fiscal dos municípios, não é mesmo?
EC
– Sim, sem dúvida, tivemos um destaque extraordinário, mesmo sendo uma cidade com orçamento per capita de R$ 7 mil – há mais de 70 cidades no Brasil que tem mais orçamento que nós para gastar com o cidadão, Barueri por exemplo tem R$ 12 mil, e como que conseguimos este resultado? Com uma equipe muito boa, e aí eu tenho que fazer um paralelo que sai à figura do prefeito: nós temos departamento diferenciados, Finanças, Licitações, Jurídico, muito afinados, secretarias de meio que têm profissionais de altíssima qualidade. Temos um dos melhores departamentos de licitação do País, isso eu tenho certeza, porque nosso custo público de compras, de aquisição, é muito bom. Sem contar a celeridade do departamento de obras, que trabalha muito bem, é precursor dos principais projetos da cidade, tem um departamento de desenvolvimento forte. Nosso padrão de licitar, de fazer a compra, são muito bons. O custo público do metro de obra nosso deve ser um dos menores do País. Isso nos proporciona o ‘fazer mais com menos’. E a população percebe, a região percebe, quem visita a cidade percebe. Uma equipe afinada, com bons líderes, trouxe esse resultado.
O ano que vem nós alcançaremos mais de R$ 200 milhões só em investimentos em obras. E hoje, estamos com 60 obras em andamento na cidade.

Perspectiva da nova ponte sobre o Rio Tietê

Dentro das obras públicas que vão incentivar ainda mais o crescimento dos bairros, destacamos a duplicação da av. Tenente Marques e a construção da nova ponte sobre o rio Tietê. Quais serão os benefícios que estas grandes obras trarão?
EC –
O benefício número um é o destravamento do trânsito. Essas duas obras aumentarão a fluidez em mais de 50%. E quando você investe em infraestrutura, o empresário percebe e entende logo que aqui há uma prefeitura sólida fiscalmente, que ela não deve para ninguém, que todos os anos investe na melhoria do ambiente de negócios, então é para cá que o empresário quer vir. Os investimentos em obras viária, agregado ao fato de uma localização estratégica e de uma mão de obra qualificada na cidade, compõem um ambiente completo para gerar negócio, gerar desenvolvimento econômico. Isso vai surtir num boom na economia: quando a economia disparar, eu tenho certeza que Santana de Parnaíba estará preparada com infraestrutura para avançar muito mais.

Outro grande destaque é o Plano de Metas 2020/2021, que está disponível no site da Prefeitura. Entre as obras em andamento que devem ser finalizadas em 2020, quais o prefeito destaca?
EC
– A ponte, os complexos de saúde, de educação. Quero deixar a cidade 100% pavimentada: em uma cidade de 180 km², hoje faltam uns 100 km de pavimentação, e o desafio é pavimentar 10 km por mês. Tenho orçamento, fiz gestão para isto, e já estamos pavimentando. Nosso projeto é tornar obrigatório o Plano de Metas em Santana de Parnaíba, por meio de um projeto que vamos tentar aprovar. Assim, todos os prefeitos serão obrigados a apresentar um Plano de Metas, um modelo que é muito pouco utilizado no Brasil. Quando eu fiz a primeira apresentação do Plano de Metas, eu perguntei para o meu pai (Marmo Cezar, deputado estadual e ex-prefeito): ‘será que eu apresentei bem esse Plano de Metas, pai?’, e ele respondeu assim: ‘você apresentou bem, o melhor é o que eles não sabem – que você vai fazer tudo, porque pensam que é uma cartada de marketing do seu governo, e eles não sabem que você vai cumprir tudo’. E eu estou no caminho de cumprir tudo, estou com obras atrasadas, o que é normal numa gestão pública, mas 100% eu vou entregar. E do próximo ano (2021) vou entregar acima dos 80% na minha gestão (que finda em 2020). Falei e ninguém acreditava que eu iria fazer oito parques na cidade, e davam risada. Falei que levaria todos os jovens para a universidade, davam risada. Hoje tenho até que tomar cuidado com o que digo: as pessoas acreditam no que está sendo feito, porque elas veem acontecer.

Há também um planejamento claro em aproveitar os espaços verdes da cidade em benefício do cidadão, com a implantação de mais parques, não é prefeito?
EC –
Aprendemos a fazer parque com Barueri, que fez um magnífico. Mas era um só, até assumir o Parque Ecológico, e as pessoas de outros bairros tinham que se deslocar de carro ou de ônibus até lá. Nós temos parque no Colinas, no São Pedro, no São Luiz e no Jaguari. Em dezembro agora vou inaugurar no Parque Santana, e em maio inauguro na Fazendinha. Vou fazer outros dois, um no Refúgio e outro em Alphaville, que será uma reserva botânica. O do Parque Santana terá 80 mil m², e o maior playground da região oeste. Então eu vou entregar 8 parques em dois mandatos. E parque é uma coisa incrível: por exemplo, a idade média de uma escola é de 30 a 40 anos, já o parque é eterno, ninguém desmonta parque, daqui cem anos o parque estará lá. E isso impacta num novo modelo de sociedade, num novo modelo do bairro. É a pessoa fazendo atividade física, pessoas que acordam às seis da manhã e já estão se exercitando, o que impacta na redução nas filas da unidade de saúde. É o jovem com opção de lazer. São opções que contemplam desde o bebê ao idoso.

2020 é o último ano de gestão do prefeito Elvis Cezar. Qual a avaliação que você faz deste período que ficou à frente da Prefeitura?
EC –
Foi o maior aprendizado de minha vida, porque é muito difícil administrar uma cidade. Se Deus não te ajudar, você não consegue. Na minha vida, tudo foi mais difícil no início. Fui o vereador mais votado da história dessa cidade. Fui oposição sozinho – não era difícil, era extraordinariamente difícil. Assumi como prefeito quando meu pai perdeu o mandato, porque eu era o presidente da Câmara, e comecei numa dificuldade tremenda, com 10 vereadores contra. Na dificuldade, mesmo assim ganhei a eleição (em 2016) e fui eleito o prefeito mais votado da história da cidade. Ganhei a eleição, mas perdi o registro, porque quando eu era vereador me cassaram. As pessoas passavam e não acreditavam naquele moço. Então reuni minha equipe e fomos trabalhar, e o trabalho começou a aparecer para o povo, e as pessoas perceberam que havia algo de diferente. Enfrentei várias dificuldades, a crise dos médicos, atraso nos serviços, a cidade com R$ 70 milhões em dívidas… Dobrei a força de vontade, porque inteligência cada um nasce com a sua, mas a força de vontade é o peso que desiquilibra. Aí nós fomos, trabalhamos, trabalhamos, trabalhamos, e invertemos a ordem. Hoje estamos entre as 10 melhores cidades nos principais indicadores de qualidade de vida e de gestão no Brasil, entre municípios com mais de 100 mil habitantes. Então foi um aprendizado de luta, de atuação, de como fazer melhor, de como prezar, como ter um equilíbrio, de valorizar o cidadão. Temos que ter o máximo de prudência na gestão, porque há pessoas que me param hoje no shopping e dizem: ‘ah, se todos os políticos do Brasil fossem como você!’, e isso não tem preço. Aprendi a construir um sistema de resultados na gestão pública, essa é a grande diferença nessa minha trajetória. E eu preciso sair daqui com resultado, para eu poder pleitear qualquer outro cargo.

Está muito claro que o povo quer continuidade. Já existe alguém que você apoiará nas eleições de 2020 para dar essa continuidade?
EC –
Tem vários… só no meu grupo tem uns seis que querem ser prefeitos, que eu saiba. Difícil será escolher, tem que ser uma pessoa que se encaixe em nosso padrão, na nossa linha de pensamento, que tenha a mesma responsabilidade que a gente tem com a cidade.

Destes seis, onde eles estão? Secretarias?
EC –
Estão na Câmara, em secretarias…

Elvis Cezar já pensa o que será de seus passos a partir de 2021?
EC –
Um grande apoiador do nosso governador Doria. Tenho também projetos pessoais – por exemplo, recebi um convite para ser comentarista de uma rádio de uma grande emissora, e fiquei muito entusiasmado. Gostaria de dar treinamento de aperfeiçoamento a gestores. E o que eu tenho mais afinidade é prospectar um PSDB forte, com oportunidade de voltarmos a administrar o Brasil, e é nisso que aposto, na campanha de 2022 para presidente, com o Doria.

O caminho natural de um político é também a disputa política. Já é possível prospectar algo neste sentido em 2022?
EC –
Todos querem que eu saia como deputado federal, mas eu não posso, sabe por quê? Porque você tem que se preocupar não com o que você conquista, mas sim com o que você gera. Eu tenho um filho de 10 anos: como que eu vou para Brasília? E eu não vou para Brasília se não for para ser líder do meu partido, não vou para ser mais um, e isso me custaria pelo menos quatro dias em Brasília. Como eu ficaria este tempo fora de casa com um carinha lá de 10 anos? Quando eu chegasse de volta ele já seria o dono da casa. Quando eu terminasse meu mandato, ele já estaria com 16 anos, e daí eu já não o teria mais, eu perderia o moleque. Isso para mim não dá, porque eu tenho minha família, e eu teria que ficar muito ausente de casa. Até meu pai me disse, que se ele estiver cansado até lá, que então eu fosse deputado estadual em seu lugar. Respondi para ele ficar em paz, que não é assim. E aí vamos ver o que será.

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