Agentes de prevenção às endemias de Barueri são incansáveis na luta contra a dengue

Logo cedo os agentes de controle e prevenção às endemias do Departamento Técnico de Controle de Zoonoses de Barueri estão percorrendo as ruas, indo de casa em casa, para identificar e eliminar criadouros do mosquito da dengue, além de orientar e tirar dúvidas dos moradores. Esse trabalho tão importante acontece o ano todo, afinal, basta um descuido para que se tenha um surto da doença. 

Na quinta-feira (dia 30 de janeiro), uma das equipes esteve no Jardim Silveira realizando não apenas a visita de rotina às residências, mas também a Avaliação de Densidade Larvária (ADL), exigida pelo Ministério da Saúde em determinados períodos do ano. A ADL consiste na coleta de amostras para que sejam analisadas e, assim, se identifique se é mesmo o Aedes aegypt e como está a infestação em cada bairro. Esses dados contribuem para traçar um panorama da situação, não apenas na cidade, mas no Estado. 

O trabalho dos agentes é minucioso: eles olham cada cantinho do quintal, os objetos que ficam expostos ao tempo, as plantas e, sempre que possível, vistoriam até as caixas d’água e calhas, por exemplo. Ao menor sinal de água acumulada apuram ainda mais a atenção em busca de possíveis ovos do mosquito. 

Além da ADL e das visitas de rotina, esses profissionais realizam também ações de bloqueio, que é quando há suspeita de dengue no quarteirão e não é possível acabar com todos os focos, então aplicam um larvicida no local. “Mas o ideal é sempre eliminar com controle mecânico e não deixar água parada”, reforça a agente Helena Alice Gomes Barbin. 

Barreiras 

Mas embora seja uma tarefa nobre e totalmente protetiva, nem sempre essas pessoas são bem recebidas. Cerca de 30% dos munícipes se recusam a abrir a porta para eles. “A gente tem muita dificuldade para entrar em algumas casas, porque as pessoas pensam que só temos que ir na casa que elas acham que tem problema, e nunca é a delas”, relata a agente Aline Felipe dos Santos de Paula, que há 10 anos atua no combate às endemias. E completa: “eu penso que o nosso trabalho é de fiscalização também. Se a gente chega na casa e não tem nenhum recipiente é ótimo, porque na verdade a obrigação de manter os cuidados é do munícipe. Se tiver recipiente a gente orienta”, desabafa. 

Outra dificuldade relatada pelos profissionais é com relação a terrenos baldios, já que são lugares onde não podem entrar e, portanto, a manutenção do espaço depende totalmente do proprietário. Em Barueri há a lei do Lote Limpo, de responsabilidade da Secretaria de Recursos Naturais e Meio Ambiente, que aplica multas ao proprietário de terrenos sem capinagem e a correta limpeza, evitando o acúmulo de lixo e outros detritos que atraem vetores e sirvam de criadouro para arboviroses. 

O perigo à espreita 

Com muito boa vontade o morador do Jardim Silveira, Everton F. S., abriu as portas de sua casa para a equipe da Zoonoses. A ocasião não poderia ter sido melhor. Com a chuva dessa semana havia não apenas água acumulada sobre alguns sacos no quintal, mas larvas e até pupa – estágio em que a larva está prestes a virar mosquito. Além de eliminar o foco e coletar amostras, as agentes municiaram o morador com informações bem importantes para afastar o perigo iminente. “Eu aprendi muito, tanto é que eu pensei que aqui nem tinha larvas. Um pequeno descuido e dá nisso, são as pequenas coisas que a gente não percebe”, assume Eventon. 

Ele elogiou a postura dos profissionais e a iniciativa do município, até porque já foi vítima de dengue e não deseja isso a ninguém. “A abordagem foi boa, a explicação, pediram permissão, não chegaram com rispidez. É uma iniciativa boa da cidade, construtiva. As pessoas precisam se conscientizar porque a gente pensa que nunca vai acontecer com a gente. Eu mesmo já tive dengue há uns anos e os sintomas são terríveis e é uma coisa silenciosa, você não vê com a correria do dia a dia”, conta o morador. 

Orientações básicas 

Os agentes ensinam que nos locais que sempre acumulam água, como vasos, calhas, tampas de tambores etc., é recomendável pingar algumas gotas de produtos de limpeza domésticos, como detergente de louça, sabão em pó ou desinfetante, por exemplo. “Qualquer produto químico que altere o Ph da água serve”, explica Aline. 

Já o uso de água sanitária não é encorajado por se tratar de um produto que evapora, exigindo aplicação bem mais constante, conforme detalhou Helena. A areia no fundo dos pratinhos de plantas também não deve ser usada, pois ela cede e acaba deixando espaço para acumular água por cima do mesmo jeito.  

Tela de proteção 

A atenção com caixas d’água, geralmente de difícil acesso, também deve ser redobrada. O ideal é colocar uma tela por cima, especialmente nas caixas de amianto, que não têm uma vedação completa. 

A Prefeitura de Barueri cede gratuitamente essas telas para os moradores. Basta buscar no setor de combate à dengue, dentro da Zoonoses (av. Anhanguera, 200, Centro). 

Mais informações sobre o assunto ou denúncias com relação a focos de dengue, ligue 4706-1011. 

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