Renata Abreu quer Rádio e TV cumprindo finalidade educativa

Preocupada com o estágio de estagnação em que se encontra há anos a Educação brasileira, a presidente nacional do Podemos, deputada federal Renata Abreu (SP), aponta as emissoras de Rádio e TV como agentes fundamentais para mudar esse cenário. Com o ingresso delas, amplia-se a oferta para a formação intelectual dos estudantes dos ensinos Fundamental e Médio, com melhoria dos indicadores educacionais do País.

Várias razões levaram a parlamentar a protocolar projeto de lei que altera o Código Brasileiro de Telecomunicações para que as emissoras de rádio e TV privadas e de sinal aberto destinem 10% do seu tempo de transmissão para a prestação de serviços educativos voltados para estudantes dos ensinos Fundamental e Médio durante sua programação.

“Rádio e a TV estão entre os meios de comunicação mais acessados e confiáveis pela população, segundo todas as pesquisas sobre hábitos de informação dos brasileiros. Imagine canalizar essa força de penetração nos lares para ampliar os conteúdos educativos para jovens e adultos? Estou convencida que essas emissoras seriam um reforço e tanto para darmos um ‘up’ na Educação e tirar o nosso país dos indicadores vexatórios do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes”, argumenta Renata Abreu, uma das parlamentares mais atuantes na luta por uma Educação de mais qualidade.

Em que pese os avanços observados na educação brasileira ao longo dos últimos 30 anos, o País tem um dos 10 piores desempenhos na avaliação mundial de Educação. Os resultados seguem muito abaixo da média dos países da OCDE, que, em 2018, foi de 487 em leitura, 489 em matemática e 489 em ciências. Esses valores são usados como referência de Educação de qualidade pelo Brasil e demais países.

Para Renata Abreu, o governo federal é o responsável por uma Educação de qualidade e não deve medir esforços para ampliar meios e canais para garantir o acesso do povo brasileiro a conteúdos úteis e pedagogicamente referenciados. “As emissoras de Rádio e TV precisam cumprir sua finalidade educativa. Minha proposta é que elas se envolvam na luta por melhorias na Educação, produzindo conteúdo escolar voltado para estudantes dos ensinos Fundamental e Médio, exceto aos sábados, domingos e feriados, sob supervisão de equipe pedagógica.”

TVS ESTATAIS

As TVs estatais têm cumprido em parte o papel educativo, principalmente neste momento de pandemia. Por causa da disseminação do coronavírus, o governo do Estado de São Paulo, por exemplo, firmou parceria com a TV Cultura que, desde abril, transmite 10 horas de conteúdo educacional. São videoaulas e atividades transmitidas em tempo real, em grade horária dividida por etapas. Há componentes alternados a cada semana, sendo que matemática e língua portuguesa são aplicados toda semana.

Também em Portugal, um mês após o fechamento das escolas por causa da disseminação da Covid-19, o Ministério da Educação lançou o Telescola, programa de aulas de apoio, que vão ao ar pela RTP, o canal de televisão estatal do país. O objetivo foi ajudar aqueles jovens com dificuldade em ter acesso à internet. Estimativas apontam que só no Ensino Básico, esse é o caso de 500 mil estudantes. São 112 professores de escolas públicas e privadas revezando-se em aulas transmitidas entre 9h e 15h30 de Português, Matemática, Ciências, Leitura, Inglês, Cidadania, Ciências, História, Geografia, Física, Química, Espanhol, Alemão, Francês e até Educação Física. Em 16 de junho, os telealunos tiveram uma surpresa. A aula foi ministrada pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, jornalista e professor de Direito. Ele começou agradecendo todo o empenho dos docentes, “que são os principais responsáveis por viabilizar o projeto das aulas pela televisão”. E depois, por 30 minutos, falou sobre na importância do sistema de saúde, da união e da colaboração de todos e do esforço dos trabalhadores essenciais.


Renata elogia a iniciativa de governantes recorrerem às emissoras estatais para proporcionar retaguarda ao ensino neste período sem aulas presenciais, entretanto ela ressalta que as transmissões não têm longo alcance. “Sabemos que o sinal delas é limitado, raramente avança além de suas fronteiras estaduais. E em muitas, a programação só é sintonizada via antena parabólica pelas TVs por assinaturas. Diferentemente das redes privadas e suas retransmissoras”, explica a deputada, por isso seu projeto objetiva o envolvimento das redes privadas de rádio e TV, com sua programação educativa chegando em todos os lares do país.

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