Gabriel Medina fica em segundo na abertura da temporada do CT 2021
O havaiano John John Florence e a australiana Tyler Wright começam a temporada 2021 liderando o Jeep Leaderboard do World Surf League Championship Tour. Um duelo de bicampeões mundiais fechou a histórica 50ª edição do Billabong Pipe Masters, em memória a Andy Irons, apresentado pela Hydro Flask, com Gabriel Medina disputando sua quinta final em 10 participações na etapa havaiana. O atleta ganhou a reedição da decisão do título mundial de 2019 com Ítalo Ferreira nas semifinais, mas Florence impediu a terceira vitória brasileira consecutiva em Pipeline, por uma pequena vantagem de 11,77 a 11,10 pontos. No Maui Pro apresentado pela Roxy, a australiana Tyler Wright usou as manobras nas direitas do Backdoor, para derrotar a havaiana Carissa Moore por 8,34 a 7,23. A próxima etapa para os homens e as mulheres, é novamente no Havaí, de 19 a 28 de janeiro, em Sunset Beach/EUA.
“Eu acabei caindo na melhor onda, o que foi o meu erro. Mas estou feliz pela minha performance”, disse Medina. “É muito bom estar competindo. Fico orgulhoso por ter surfado altas ondas nesse campeonato e estou animado para os próximos eventos. É bateria por bateria, campeonato por campeonato e espero fazer o meu melhor, sempre”.
As finais aconteceram em condições difíceis do mar, na tarde do domingo (20.12), sem muitas ondas boas entrando nas baterias. O brasileiro pegou a primeira, surfando um tubo rápido nas esquerdas de Pipeline, que recebe nota 4,33. Em seguida outra nas direitas do Backdoor, que vale 4,43. O havaiano opta em esperar por uma onda com mais potencial e só faz a primeira depois de 10 minutos do início da bateria, mas não completa o tubo. Medina pega a onda de trás e sai em pé, recebendo 6,67 para se manter na frente por 11,10 a 1,00.
Os dois bicampeões mundiais entraram juntos na elite em 2011 e esta era a primeira final entre eles, mas Medina tinha uma larga vantagem de 12 vitórias a 5 em baterias do CT contra o havaiano. Florence entra no jogo com notas 4,77 e 6,17 em duas ondas seguidas. Faltando 5 minutos, pega outra onda que roda um tubo para Pipeline para tirar 5,57, virando o placar para 11,74 a 11,10. Medina cai na onda seguinte, enquanto Florence ainda acha um tubo no Backdoor e ganha 5,60 para confirmar a vitória por 11,77 a 11,10 pontos.
“Nem consigo acreditar. Estou na Lua agora, porque eu queria muito vencer esse evento”, disse John John Florence. “Esse é o meu primeiro Pipe Master e estou muito feliz pela vitória. Foi uma bateria difícil, mas eu acreditei que ia conseguir umas ondas no Backdoor que poderiam fazer a diferença. Estou feliz por ter ganhado do Gabriel (Medina) também. Sempre quando a gente compete, sai fogo, é selvagem. Vencer aqui é meu sonho desde criança. Já tinha perdido algumas finais, sem palavras para descrever o que sinto”.
VINGANDO DERROTAS – Os dois finalistas se classificaram vingando derrotas em decisões do Billabong Pipe Masters. Florence fez a melhor apresentação do evento na semifinal contra Kelly Slater. Ele igualou a nota 9,23 de Jack Robinson e somou com 8,93 para aumentar o placar do australiano de 17,73 para 18,16 pontos. Curiosamente, as duas últimas vitórias do Slater no CT tinham sido em finais com Florence, no Taiti, em 2016, e em Pipeline, em 2013, onde o havaiano também tinha perdido a decisão de 2017 para o francês Jeremy Flores.
Já Medina passou por Ítalo Ferreira, que conquistou seu primeiro título mundial decidido na final de 2019 no Havaí. O potiguar não estava nas melhores condições físicas, pois tinha batido a cabeça e o quadril na bancada de Pipeline, em uma queda na quarta de final contra Jeremy Flores. Mesmo assim, ele competiu e chegou a fazer o melhor tubo da bateria, que recebeu nota 7,37. Só que foi a única boa que surfou e, por 12,60 a 8,57 pontos, Medina chegou a sua incrível quinta final em dez participações no Billabong Pipe Masters.
“Foi legal competir com Ítalo”, disse Medina. “Ele é um surfista excelente, a gente sempre tem boas baterias e dessa vez foi para o meu lado. Fico feliz, mas o ano está só começando. Vão vir várias outras baterias ainda e é continuar trabalhando para me manter no topo”.
OUTROS BRASILEIROS – Ítalo Ferreira começa a temporada 2021 dividindo o terceiro lugar no Jeep Leaderboard com Kelly Slater. Os outros brasileiros que competiram no domingo não passaram das oitavas de final que abriram o último dia. Miguel Pupo perdeu para Jeremy Flores e Jadson André para o japonês Kanoa Igarashi. Os dois ficaram empatados em nono lugar com Caio Ibelli e Peterson Crisanto, que também foram barrados nas oitavas de final do Billabong Pipe Masters, nos confrontos que fecharam a quinta-feira em Pipeline.
Mais cinco brasileiros também foram derrotados no mesmo dia. Filipe Toledo, Deivid Silva e Yago Dora pararam na terceira fase e terminaram em 17º lugar. Já o campeão mundial Adriano de Souza e Alex Ribeiro, não conseguiram passar nenhuma bateria e ficaram em 33º, como o peruano Miguel Tudela, que fraturou quatro costelas treinando em Pipeline no domingo passado e nem disputou a repescagem, que abriu a quinta-feira no Havaí.
BRASILEIRA FAZ HISTÓRIA – No Maui Pro apresentado pela Roxy, iniciado em Honolua Bay, na ilha de Maui, mas foi encerrado no domingo em Pipeline, na ilha de Oahu, a gaúcha Tatiana Weston-Webb fez história no maior palco do esporte. Foi a primeira mulher a vencer uma bateria do World Surf League Championship Tour em Pipeline, contra a norte-americana Sage Erickson, pelas quartas de final.
“Eu queria ter pegado uns tubos para vencer minha primeira bateria aqui em Pipeline, mas acho que estar sozinha no line-up, sem o crowd, só com mais uma menina, foi muito bom”, disse Tatiana, que falou sobre enfrentar a tetracampeã mundial nas semifinais. “Sem dúvida, a Carissa (Moore) é a surfista mais difícil para encarar. Algumas pessoas até falaram que sou favorita nessas condições (risos). Obrigada por acreditar em mim, mas só quero mandar bem em Pipe e ser um orgulho para o surfe feminino”.
Realmente, a havaiana Carissa Moore não deu qualquer chance à brasileira. Ela já começou pegando um tubo que recebeu nota 7,00. Depois, pegou outro melhor ainda que quase arrancou a nota máxima dos juízes, com a média ficando em 9,60. Com essa nota, registrou a maior pontuação entre as meninas que competiram em Pipeline, 16,60 pontos. Na primeira semifinal, Tyler Wright ganhou o duelo australiano com Sally Fitzgibbons por 10,50 a 2,87.
PRIMEIRA PIPE MASTER – Na grande final, as duas tentaram surfar tubos nas primeiras ondas, mas elas fecharam rápido. Depois, Tyler pegou uma direita no Backdoor e mandou um layback jogando água, seguido por uma batida forte de frontside, para largar na frente com nota 5,17. A bateria foi fraca de ondas, mas a havaiana achou um tubo há 2 minutos do fim e ganhou 5,40 para assumir a ponta. Só que a australiana ainda pega outra direita no Backdoor e faz algumas manobras que renderam nota 3,17, para vencer por 8,34 a 7,23 pontos. Além do título no Maui Pro apresentado pela Roxy, Tyler Wright se tornou a primeira Pipe Master da história.
“É uma honra vencer em Pepi. Eu não tinha expectativa nenhuma em competir aqui, então certamente essa vitória aumentou muito a minha confiança para o restante do ano”, disse Tyler Wright. “Eu não conheço muito essa onda, porque nunca treinamos em Pepi. Mas, contei com o apoio do Kekoa Bacalso, que conhece muito bem e me posicionou no lugar certo no mar. Foi realmente desafiador, é uma onda muito perigosa, mas estou feliz por tudo o que a WSL fez em nos trazer para competir aqui”.
O Billabong Pipe Masters em memória a Andy Irons apresentado pela Hydro Flask e o Maui Pro apresentado pela Roxy foram transmitidos ao vivo pelo WorldSurfLeague.com, no aplicativo grátis da WSL e pelo canal ESPN. O Sunset Open, nos dias 19 a 28 de janeiro no Havaí, será a segunda das 10 etapas que irão definir os top-5 e as top-5 dos rankings que se classificarão para decidir os títulos mundiais no WSL Finals, em um único dia de competição, no período de 8 a 17 de setembro em Trestles, na Califórnia.
RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO BILLABONG PIPE MASTERS:
Campeão: John John Florence (HAV) por 11,77 pontos (6,17+5,60) – 10.000 pontos
Vice-campeão: Gabriel Medina (BRA) com 11,10 pontos (6,67+4,43) – 7.800 pontos
SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.085 pontos:
1.a: John John Florence (HAV) 18,16 x 0,00 Kelly Slater (EUA)
2.a: Gabriel Medina (BRA) 12,60 x 8,37 Italo Ferreira (BRA)
QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com 4.745 pontos:
1.a: John John Florence (HAV) 17.67 x 10.17 Leonardo Fioravanti (ITA)
2.a: Kelly Slater (EUA) 6.23 x 1.90 Jordy Smith (AFR)
3.a: Italo Ferreira (BRA) 13.34 x 10.53 Jeremy Flores (FRA)
4.a: Gabriel Medina (BRA) 9.13 x 7.06 Kanoa Igarashi (JPN)
OITAVAS DE FINAL – 9.o lugar com 3.320 pontos:
———baterias que abriram o domingo:
4.a: Kelly Slater (EUA) 13.67 x 11.67Jack Robinson (AUS)
5.a: Italo Ferreira (BRA) 13.00 x 5.27 Ryan Callinan (AUS)
6.a: Jeremy Flores (FRA) 8.80 x 4.83 Miguel Pupo (BRA)
7.a: Gabriel Medina (BRA) 11.56 x 6.67 Jack Freestone (AUS)
8.a: Kanoa Igarashi (JPN) 12.33 x 11.54 Jadson André (BRA)
———baterias que fecharam a quinta-feira:
1.a: Leonardo Fioravanti (ITA) 10.33 x 6.73 Peterson Crisanto (BRA)
2.a: John John Florence (HAV) 8.50 x 5.73 Matthew McGillivray (AFR)
3.a: Jordy Smith (AFR) 11.67 x 7.43 Caio Ibelli (BRA)
RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO MAUI PRO EM PIPELINE:
Campeã: Tyler Wright (AUS) por 8,34 pontos (notas 5,17 e 3,17) – 10.000 pontos
Vice-campeã: Carissa Moore (HAV) com 7,23 pontos (5,40+1,83) – 7.800 pontos
SEMIFINAIS – 3.o lugar com 6.085 pontos:
1.a: Tyler Wright (AUS) 10.50 x 2.87 Sally Fitzgibbons (AUS)
2.a: Carissa Moore (HAV) 16.60 x 2.47 Tatiana Weston-Webb (BRA)
QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com 4.745 pontos:
——–bateria que abriu o último dia em Pipeline:
4.a: Tatiana Weston-Webb (BRA) 8.60 x 6.30 Sage Erickson (EUA)
——–últimos resultados na ilha de Maui:
1.a: Tyler Wright (AUS) 18.33 x 12.40 Stephanie Gilmore (AUS)
2.a: Sally Fitzgibbons (AUS) 14.37 x 11.30 Lakey Peterson (EUA)
3.a: Carissa Moore (HAV) 15.04 x 11.27 Malia Manuel (HAV)