34º Bloomsday é celebrado com programação especial nos museus Casa das Rosas e Casa Guilherme de Almeida

Em 2021, a homenagem ao escritor irlandês James Joyce acontece com o tema “Ulysses: o Homem Menos Só”

Os museus Casa das Rosas e Casa Guilherme de Almeida, equipamentos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e gerenciados pela Poiesis, celebram nos dias 16 e 17 de junho o 34º Bloomsday na capital paulista. O evento, realizado de forma on-line pelo segundo ano, conta com atividades dedicadas à obra do escritor irlandês James Joyce.

O dia 16 de junho é o dia em que transcorre a ação do romance mais famoso do autor, Ulysses. Nele, o personagem central, Leopold Bloom, perambula por Dublin, em 1904. O Bloomsday ocorre em diversas cidades do mundo, como Dublin, Londres, Nova York e São Paulo, onde foi criado em 1988 pelo poeta Haroldo de Campos, que participou da organização até seu falecimento, em 2003.

Em sua introdução a Ulysses, de Joyce, Declan Kiberd observa que se o romance “é o épico do corpo, seus monólogos interiores e sua política pacifista fazem dele um urgentíssimo épico da mente”; para ele, ao reencenar o contexto mítico por meio de papéis como os de Ulisses e Telêmaco, a obra permite lembrar “o que os povos têm em comum através das eras”, alcançando-se, assim, “um dos principais propósitos da arte: fazer com que o homem se sinta menos só”.

A edição de 2021 do Bloomsday paulistano evocará o tema por meio de comentários e leituras de fragmentos do romance e de outras criações de Joyce, bem como de fontes e referências suas, como a Odisseia de Homero, a peça Hamlet, de Shakespeare, e a obra do também irlandês William Butler Yeats. No dia 16 de junho, o evento será realizado das 18h30 às 21h pela plataforma Zoom. As inscrições estão abertas por meio deste link até o dia 14 de junho. Confira a programação coordenada e apresentada por Marcelo Tápia:

• Abertura: cônsul da Irlanda no Brasil;

• Breve palestra: O Ulysses e a “eterna afirmação do espírito do homem na literatura”, por Caetano Galindo;

• Leitura, em diversos idiomas, de fragmentos do 17° capítulo de Ulysses, “Ítaca” – apontado como o preferido por Joyce -, em que Leopold Bloom retorna a sua casa em companhia de Stephen Dedalus:

Português (em tradução de Caetano Galindo), por Julio Mendonça; inglês, por John Milton; alemão (em tradução de Hans Wollschläger), por Simone Homem de Mello; francês (em tradução de Auguste Morel), por Eliane Fittipaldi; italiano (em tradução de Giulio de Angelis), por Aurora Bernardini; espanhol (em tradução de J. Salas Subirat), por Tereza Jardini; hebraico (em tradução de Yael Ranen), por Moacir Amâncio;

• Leitura dos versos 105 a 134 do episódio dos Lestrígones no Canto X da Odisseia de Homero, na tradução de Donaldo Schüler, pelo tradutor;

• Leitura de fragmento do 8° capítulo de Ulysses, “Lestrígones”, em inglês, por Donny Correia, e em português, na tradução de Bernardina Silveira Pinheiro, por Reynaldo Damazio;

• W. B. Yeats e o “abismo de si próprio”: uma evocação do autor de A vision, que considerou ter Joyce uma “mente heroica”. Leitura de fragmentos da peça At the Hawk’s Well (O Poço do Falcão) – baseada na mitologia celta e no teatro Nô – na tradução de Marcelo Tápia, Maria Helena Kopschitz e Therezinha Sarno de Vidal Chaves, por Caio Gabriel, Marcelo Tápia e Rodrigo Bravo;

• Apresentação da canção “Down by the Salley Gardens”, cuja letra foi criada por Yeats como tributo à música tradicional irlandesa (Joyce cantou esta canção em 27 de agosto de 1904 na sala de concertos Ancient Concert Rooms, em Dublin). Por Marcelo Tápia e Daniel Tápia;

• “Eis a questão” – leitura dramática do solilóquio “To be or not to be”, da peça Hamlet, de Shakespeare, em tradução de Rodrigo Bravo, pela Cia. Vento Áureo de Teatro;

• Encerramento musical, com Cid Campos.

No dia seguinte, 17 de junho das 19h às 21h, a programação especial continua. O Coletivo Finnegans abre as portas de sua oficina para relatar o processo de tradução colaborativa de Finnegans Wake, de James Joyce, sob organização de Dirce Waltrick do Amarante. No segundo de quatro encontros a serem realizados ao longo do ano, integrantes do coletivo falam, entre outros temas, da abordagem da obra de James Joyce dentro das universidades brasileiras e da presença ou ausência de Finnegans Wake e do alto modernismo nas disciplinas dos programas de graduação em Literaturas em Língua Inglesa. As inscrições para a oficina, que acontecerá via Zoom, estão abertas até o dia 15 de junho neste link .

SERVIÇO

BLOOMSDAY 2021: 34 º em São Paulo
Coordenação: Marcelo Tápia

Quarta-feira, 16 de junho, das 18h30 às 21h

Inscrições: até o dia 14 de junho neste link

Plataforma: Zoom

300 vagas por ordem de inscrição

JAMES JOYCE VIA COLETIVO FINNEGANS

Coordenação: Luis Henrique Garcia Ferreira, Tarso do Amaral de Souza Cruz, Vitor Alevato do Amaral

Quinta-feira, 17 de junho, das 19h às 21hInscrições: até o dia 15 de junho neste linkPlataforma: Zoom
Inscrições: até o dia 15 de junho neste link
Plataforma: Zoom

300 vagas por ordem de inscrição

SOBRE A CASA DAS ROSAS

A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos é um museu dedicado à poesia, à literatura, à cultura e à preservação do acervo bibliográfico do poeta paulistano Haroldo de Campos, um dos criadores do movimento da poesia concreta na década de 1950. Localizada em uma das avenidas mais importantes da cidade de São Paulo, a Avenida Paulista, o espaço realiza intensa programação de atividades gratuitas, como oficinas de criação e crítica literárias, palestras, ciclos de debates, exposições, apresentações literárias e musicais, saraus, lançamentos de livros, performances e apresentações teatrais. O museu está instalado em um imponente casarão, construído em 1935 pelo escritório Ramos de Azevedo, que na época já tinha projetado e executado importantes edifícios na cidade, como a Pinacoteca do Estado, o Teatro Municipal e o Mercado Público de São Paulo.

SOBRE A CASA GUILHERME DE ALMEIDA

Inaugurada em 1979, a Casa Guilherme de Almeida, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerenciada pela Poiesis, está instalada na residência onde viveu o poeta, tradutor, jornalista e advogado paulista Guilherme de Almeida (1890-1969), um dos mentores do movimento modernista brasileiro. Seu acervo é constituído por uma significativa coleção de obras, gravuras, desenhos, esculturas, pinturas, em grande parte oferecidas ao poeta pelos principais artistas do modernismo brasileiro, como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcanti, Lasar Segall e Victor Brecheret. Hoje, o museu oferece uma série de atividades gratuitas relacionadas a todas as áreas de atuação de Guilherme de Almeida, da literatura traduzida ao cinema, passando pelo jornalismo e pelo teatro. Trata-se da primeira instituição não acadêmica a manter um Centro de Estudos de Tradução Literária no país.

SOBRE A POIESIS

A Poiesis – Organização Social de Cultura é uma organização social que desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais, voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual e de difusão da língua e da literatura.

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