Moção de Repúdio a operadora de saúde é rejeitada em plenário
Atentos aos debates que acontecem no plenário, a maioria dos parlamentares de Osasco votou contra uma Moção de Repúdio proposta pela vereadora Juliana da Ativoz (PSOL). A rejeição se deu pela preocupação dos vereadores em não fazer pré-julgamentos em situações que são levantadas em Osasco ou fora do município.
A parlamentar do PSOL propôs a Moção de Repúdio a um plano de saúde, acusado, na CPI da Saúde que acontece no Senado, de agir de forma irresponsável na condução de tratamentos contra a Covid-19 em seus pacientes.
“É desumano que uma grande operadora de planos de saúde voltada para idosos tenha sobre si acusações tão graves. Segundo documentos, áudios e testemunhos de médicos, enfermeiros e pacientes, a Prevent Sênior subverteu sua função de prestar a melhor assistência”, comentou Juliana ao citar apontamentos que ocorreram durante a CPI no Senado.
Antes de falar sobre o caso, Juliana defendeu a saúde pública, gratuita e universal, bem como a necessidade de fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e defender uma saúde de qualidade.
Preocupado em aprovar uma Moção de Repúdio sem que a operadora seja julgada pelas suspeitas apresentadas em uma CPI, Délbio Teruel (DEM) se posicionou contrário.
“Respeito a opinião de todos os vereadores, mas não me sinto confortável em votar favorável a essa moção que já está condenando uma empresa. Sou favorável ao SUS, acho que temos de investir cada vez mais na saúde pública. Mas, temos de tomar cuidado para não condenar. Para mim, até que se prove o contrário, a Prevent é uma empresa séria”, afirmou o parlamentar.
Em apoio ao posicionamento do parlamentar do DEM, Rogério Santos (PL) comentou que não acha prudente aprovar moções em casos que o processo não tenha sido concluído.
“Me preocupa aprovarmos uma Moção de Repúdio quando o processo não está finalizado. Ainda não tem condenação, apenas acusação. Não há desfecho do caso, embora possam existir os indícios de acordo com o que se tem acompanhado. Não acho prudente que nós aprovemos uma moção como essa antes que o processo seja finalizado. Não podemos nos antecipar a uma decisão judicial”, considerou Rogério Santos, justificando o voto contrário.
O presidente da Câmara, Ribamar Silva (PSB), lembrou que a partir do momento que o plenário vota é a Casa Legislativa como um todo é que está aprovando. “Sempre peço aos parlamentares que tomem cuidado quando vão fazer uma Moção de Repúdio”.
O vereador Emerson Osasco (Rede) apresentou dados para justificar a Moção de Repúdio à operadora de saúde e lembrou que não se pode cometer injustiça também com as famílias das pessoas que perderam entes queridos. “Das 20 empresas investigadas pelas mortes de pessoas internadas acima de 80 anos, a Prevent Sênior ocupa o 4º lugar entre os que mais tiveram idosos que perderam suas vidas em tratamento”, argumentou o parlamentar. E afirmou que “as denúncias que foram levadas à CPI foram levadas com muito embasamento técnico e com muita robustez de provas. A gente realmente não pode condenar ninguém antes do trânsito em julgado, mas que as denúncias são graves do que vem acontecendo com tratamento da Prevent Sênior, isso é. Não podemos em momento nenhum colocar como importância uma empresa e deixar de lembrar das famílias das pessoas que perderam a vida”, disse Emerson, justificando seu posicionamento favorável à moção.
Após a fala de Emerson Osasco, e antes de encerrar a votação da moção, Ribamar Silva interveio novamente para esclarecer que a moção poderia ser de solidariedade às famílias que perderam entes pelo tratamento. “Mas do jeito que está aqui na moção, estamos condenando a empresa e isso não seria legal”, concluiu o presidente da Casa. A moção foi rejeitada pela maioria dos parlamentares.