Sessão na Câmara de Osasco é marcada por manifestação anti-Bolsonaro
Presidente Ribamar Silva permitiu manifestação dentro do Plenário, mas teve de suspender a sessão para controlar os ânimos
Fotos: Ricardo Migliorini/CMO.
A 10ª Sessão Ordinária, realizada nesta terça-feira (19), foi marcada pela presença de manifestantes que se posicionaram contra um Projeto de Decreto proposto pela vereadora Ana Paula Rossi (PL), que dispõe sobre a concessão de Título de Cidadão Osasquense ao presidente da República Jair Messias Bolsonaro. Cerca de 150 líderes que representam frentes populares, sindicatos, movimentos sociais, conselhos, partidos políticos de esquerda, institutos e organizações sociais se reuniram em frente à Câmara Municipal, por volta das 10h, para protestar contra o projeto, que ainda tramita pelas comissões parlamentares.
O presidente da Câmara, Ribamar Silva (PSD), em defesa das manifestações democráticas, pediu aos manifestantes que respeitassem o andamento da sessão, afirmando que a Casa de Leis tem espaço para todas as ideologias. “O povo é livre para se manifestar. Essa é a força da democracia: permitir que todos expressem sua opinião, desde que haja respeito”, frisou o parlamentar.
O Projeto de Decreto 10/2022, está na Comissão de Economia e Finanças para avaliação e parecer. Não há previsão para ser colocado em pauta de votação.
Os manifestantes solicitaram que a vereadora Ana Paula Rossi retire o projeto. O presidente da República é do mesmo partido da parlamentar (PL). O presidente da Câmara explicou para os manifestantes que o projeto precisa tramitar pelas comissões e só então será colocado em pauta e que a decisão de aprovar ou não o projeto cabe ao colegiado de vereadores.
Durante a discussão de uma das moções pautadas, enquanto a vereadora Lúcia da Saúde estava na Tribuna, houve princípio de tumulto. O vereador Pelé da Cândida (MDB) pediu a palavra e criticou a postura de alguns manifestantes que atrapalharam a sessão. ”Onde fica a democracia desse jeito? A vereadora está na Tribuna e esse é o comportamento de vocês? É com muita tristeza que eu vejo isso”, disse, indignado, o parlamentar.
A sessão foi interrompida quando era debatida a Moção de Repúdio ao feminicídio de Nilmara Rodrigues, ocorrido em Osasco, na madrugada de 15 de abril. A sessão retornou 20 minutos mais tarde sem outras interrupções.