Denúncias de abuso contra crianças e adolescentes aumentam em Osasco
O Maio Laranja é o mês dedicado ao Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A Câmara Municipal de Osasco através da Comissão Permanente da Criança, do Adolescente, da Juventude e da Mulher participou e realizou diversos eventos para debater o assunto e ao final dos 31 dias de eventos a comissão concluiu que as denuncias aumentaram devido ao maior fluxo de informações.
“Executivo, Legislativo, Organizações, foram muitas ações combinadas e integradas para que pudéssemos debater esse assunto que é tão importante e fundamental. Com o aumento dos debates a gente percebeu que houve um aumento das denuncias, mas infelizmente ainda precisamos fazer muito, mas muito para que as nossas crianças e adolescentes sintam-se mais seguras”, comentou Ana Paula Rossi (PL), redatora da Comissão.
Instituir um debate permanente com a sociedade e ampliar a discussão para desenvolver políticas públicas que beneficiem crianças e adolescentes como forma de garantir seus direitos ao respeito, à dignidade e a proteção. Essa é a meta da Comissão, conforme comenta a presidente Lúcia da Saúde (Podemos). “Esse debate não pode fica limitado ao mês de maio, precisamos explorar e ampliar o tema, porque muitas vezes chegamos a um ponto que não encontramos saída. São muitas histórias tristes que nos abalam profundamente”, declarou Lúcia.
Para o vereador Adauto (PDT) em muitos relatos ouvidos durante as reuniões e eventos realizados no Maio Laranja, era difícil não segurar as lágrimas e a raiva. “Impossível não ficar indignado com o que ouvimos de muitos conselheiros, é inimaginável que crianças e adolescentes passem por aquelas situações”, disse o parlamentar.
Uma vez por semana a TV Câmara transmitiu discussões sobre o assunto que contou com participação de especialistas no assunto. A Câmara também realizou uma audiência pública para debater o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. “No dia da audiência, dia 18 de maio, uma vítima de abuso decidiu por fim ao sofrimento acabando com a própria vida. Nesses momentos a gente sente uma impotência que como mãe destroça o coração”, lamentou Lúcia da Saúde ao falar sobre a importância do debate permanente para levar mais esclarecimentos às pessoas.
“Isso porque vimos casos em que a pessoa só teve a percepção de ter sofrido abuso quando soube o que era o abuso. Por isso é tão importante manter o diálogo com todos os grupos”, reforçou Ana Paula Rossi, ao comentar que recebeu na Procuradoria Especial da Mulher casos de pessoas adultas que decidiram fazer a denúncia anos depois de terem sofrido o abuso. “A gente precisa tirar o tema da invisibilidade e promover o enfrentamento e conscientização do tema, mesmo sabendo o quanto enfrentamos barreiras para chegar a punições dos abusadores que mantem o ciclo de abuso até com vítimas diferentes, durante anos”, esclareceu Ana Paula.
Crianças e adolescentes constituem o público vulnerável que mais sofre com violações de direitos humanos no Brasil, para piorar a situação de acordo com informações da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (ONDH/MMFDH), apenas 10% dos casos são notificados.