Ana Paula Rossi disputa uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado de SP
Nesta semana, recebemos em nossa redação a vereadora de Osasco, Ana Paula Rossi, que disputa uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pelo Partido Liberal (PL).
Filha do ex-prefeito e ex-deputado federal Francisco Rossi, Ana Paula está em seu terceiro mandato como vereadora, tendo sido a candidata mais bem votada entre as mulheres. Neste mandato, a Câmara Municipal de Osasco conta com cinco representantes do sexo feminino.
“Tenho 19 anos de vida pública. Então, quem acredita que eu possa fazer a diferença na Assembleia Legislativa, pode votar em mim, porque eu darei o meu melhor”, declarou.
Confira a entrevista exclusiva que Ana Paula concedeu ao Jornal A Rua:
Você nasceu em um berço político. Mas, quando você começou a entender e atuar no meio político?
Na verdade, a minha história com a política começou na minha infância. Quando o meu pai foi prefeito, pela primeira vez, na campanha, em 1972, eu tinha três anos de idade. Então eu sempre acompanhei a vida pública do meu pai. Lógico, de acordo com as minhas faixas etárias. Na campanha de 1982, eu tinha 13 anos e ficava muito no comitê. Eu adorava entregar camisetas e brindes para as pessoas que iam lá conversar com meu pai. Num primeiro momento, atuei na coordenação de campanha. Trabalhei bastante nisso e sempre gostei de atuar nos bastidores porque era muito tímida.
Com quantos anos você começou na coordenação de campanhas do seu pai?
Aos 16 anos eu comecei a dar aulas, como estagiária, em uma escola. Depois eu fui trabalhar como escriturária no Bradesco, mas meu pai me pediu para ir ajudá-lo na rádio [Nova Difusora]. Com isso, eu acabava participando das campanhas, ainda nos bastidores, na parte administrativa. Acredito que minha primeira vez como coordenadora tenha sido na campanha do meu pai para prefeito, em 1988. Lembro que eu coordenava o material dos candidatos a vereador. Eu segui atuando assim por muitos anos e não me imaginava como candidata.
E quando surgiu esse desejo de sair dos bastidores e lançar seu nome numa campanha eleitoral?
A minha vida pública começou em 2003, quando o Dr. Celso Giglio me convidou para assumir a Secretaria de Assistência Social. Ali eu comecei a me descobrir menos tímida. Como secretária eu tinha que falar, tinha que ir a eventos, muitas vezes representando o prefeito, e isso foi importante para que, em 2004, eu saísse candidata, pela primeira vez, para disputar a prefeitura de Osasco.
Como você decidiu colocar seu nome como candidata, logo para prefeita?
Aconteceu uma situação e começaram a falar que meu pai não tinha mais peso político. Então, eu decidi colocar meu nome como uma das candidatas. Na época eu era presidente do Partido Humanista da Solidariedade (PHS), e surpreendi até a minha família, porque eles nunca imaginavam que eu poderia tomar essa decisão.
Como foi a primeira experiência da sua primeira campanha como candidata?
Foi maravilhosa. Foi um divisor de águas. Mesmo com todas as dificuldades de uma campanha sem estrutura financeira, foi uma experiência incrível e de muito aprendizado. Sempre falo que foi uma derrota com o sabor de vitória, porque consegui chegar em terceiro lugar, mesmo os recursos dos meus adversários, na época.
Podemos dizer que seu pai é sua maior referência política…. mas, tem outros nomes também que você poderia citar como figuras importantes na sua trajetória?
Eu vejo muito a pessoa, antes de qualquer coisa. Sou muito grata ao Dr. Celso Giglio. Foi durante o período em que eu fui secretária de Assistência Social, no governo dele, que tive a oportunidade de conhecer o Guaçu Piteri, de quem eu tinha uma recordação de infância, porque ele era o principal adversário político do meu pai. Então, existia uma imagem, entre aspas, de que eles eram inimigos. E foi muito bom ter a oportunidade de conhecê-lo para acabar com essa imagem que eu tinha da minha infância. Outra pessoa que eu gostei muito de conviver, também na época do Dr. Celso, como secretária de Assistência Social, foi o Humberto Parro, que é uma pessoa muito inteligente e muito querida. Faz muitos anos que eu não o vejo, mas sinto muito carinho por ele e compartilhamos muitos momentos bons. E tem também o Emídio de Souza, que foi adversário político do meu pai, o Emídio como vereador e o meu pai como prefeito. Tive a oportunidade de ser secretária de Assistência Social do governo dele e ele sempre foi muito correto comigo, porque quando eu o apoiei, no segundo turno da eleição de 2004, fiz um apoio incondicional. Não havia nenhum acordo político e, na véspera da posse, ele me chamou para tomar um café da manhã e fui surpreendida com o convite para assumir com ele, no dia seguinte, a Secretaria de Assistência Social. Sempre tive um entendimento do que ele enfrentou para fazer esse convite porque, mesmo eu tendo apoiado a candidatura dele, sei que a assistência social é uma área muito importante para o PT, que sempre teve como referência a luta social, e ele me chamar para ser secretária de Assistência Social, entendi que era algo muito expressivo. Por isso, sou muito grata a ele por ter reconhecido o meu apoio e por acreditar no meu trabalho.
Depois você foi para a Câmara Municipal. Como você define sua experiência no legislativo?
Eu amei a experiência no legislativo. Me dei muito bem no legislativo, mas é algo muito pessoal. Tudo o que eu vou fazer, em qualquer área, gosto de dar o meu melhor. Eu sempre tive uma bandeira muito voltada para a questão da mulher, da criança, do idoso, da pessoa com deficiência, porque eu realmente me apaixonei pelo trabalho na assistência social. Então eu procurei levar essa experiência para a Câmara, mas busquei também novas situações, estudando os projetos de lei, eu nunca votei no escuro. Sempre voto os projetos de acordo com a minha visão de que eles são ou não bons para a cidade de Osasco. Sempre falava que minha posição era independente. Aprendi demais na Câmara Municipal e sou grata por todo apoio que recebi durante os meus três mandatos.
E agora você está preparada para a Assembleia Legislativa?
Estou aqui, mais uma vez. Sou candidata a deputada estadual. Cada eleição é de uma forma. São momentos diferentes e estou com os pés no chão. Me considero preparada, tanto pela experiência que eu tenho, de 19 anos de vida pública, sem contar o tempo de bastidores. Adquiri experiência no executivo, no legislativo, e me vejo em condições não só de representar a cidade de Osasco, mas nossa região, levando as bandeiras que eu já atuo aqui na cidade de Osasco e ampliando para todo o Estado de São Paulo.
E quais são as suas principais bandeiras de campanha?
Uma bandeira que é muito importante é a questão da criança e do adolescente. Em 2009, quando assumi pela primeira vez como vereadora, minha primeira audiência pública foi para tratar do combate à pedofilia. Existia uma CPI do Senado, que era presidida pelo senador Magno Malta, na época, e eu trouxe essa discussão para Osasco, que foi a primeira cidade do Estado de São Paulo que teve uma audiência pública sobre esse tema. E isso acabou virando uma referência na cidade e eu passei a receber no meu gabinete muitas denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes. A partir disso, passei a fazer o encaminhamento correto de cada caso, sempre com acompanhamento do Conselho Tutelar. Isso foi em 2009. Estamos em 2022 e essa ainda é uma pauta muito presente, principalmente com a pandemia, isso se agravou. Por isso, tenho muito essa questão da urgência em garantir de fato a proteção das nossas crianças e adolescentes com relação ao abuso sexual. Outra bandeira é a questão da mulher vítima de violência. Em 2005, quando fui secretária de Assistência Social na gestão do prefeito Emídio, inauguramos o Centros de Referência da Mulher Vítima de Violência, que foi um projeto de minha autoria e que existe até hoje. E também sempre lutei muito pela inclusão das pessoas com deficiência, a questão do transporte público gratuito para as pessoas com deficiência, para aposentados e pensionistas. E eu adotei um cachorro e, agora, as pessoas me perguntam se eu também sou defensora da causa animal.
E você pode falar sobre a questão da representatividade feminina na Câmara?
Eu acredito que isso é muito positivo. Quando eu fui vereadora, em 2009, eu era a única mulher. No meu segundo mandato, éramos eu, a Lúcia da Saúde e a Dra. Régia. E agora são cinco mulheres. Então a gente percebe que as coisas estão caminhando. Nós temos ainda câmaras, aqui na região, que não têm nenhuma mulher. E o interessante é que nós temos o maior número de eleitoras. Então, as mulheres não votam em mulheres. Quando comecei na vida pública as pessoas perguntavam qual a diferença entre ser mulher e ser homem na política. Eu respondia que não achava que o gênero definia ser um bom político ou um mau político. Mas, nós mulheres, temos um olhar diferenciado, eu pelo menos tenho esse olhar. Então acho que é um amadurecimento termos mais mulheres na política.
Como está sendo a sua campanha?
Eu sou infinitamente grata ao meu pai por estar onde estou. Eu devo tudo isso à minha família, minha mãe, meu pai… já conquistei muitas coisas, tenho um histórico. Espero que as pessoas saibam que sou candidata a deputada estadual e quem conhece meu trabalho sabe que tudo o que eu faço é com amor e dedicação. Não quero fazer uma campanha de exposição gratuita, mostrar que estou fazendo coisas porque estou em campanha. Sei que é importante ser vista, ainda mais em tempos de redes sociais, mas eu quero estar com as pessoas, quero conversar, mostrar minhas propostas. E tudo será feito com verdade, com respeito e com propósito.
E como está a articulação política. Quem são seus ‘aliados’?
Além do apoio incondicional do meu pai, estou fazendo dobrada com o deputado federal Luiz Carlos Motta (PL), que está em campanha para reeleição. Também estou fazendo uma dobrada com o Delegado da Cunha (PP) e com o Dr. Lindoso (PSC).
Quais as expectativas para essa campanha?
Fiz a opção por uma campanha mais discreta, porém verdadeira, que é o mais importante, eu acredito. Vejo minha campanha como uma corrente que vai se multiplicando e eu espero que meus verdadeiros cabos eleitorais sejam as próprias pessoas que acreditam no meu trabalho, que me conhecem e que conhecem a história da minha família. Tenho 19 anos de vida