Barueri promove nova edição do “Chá de Alices”
A 5ª edição do evento Chá de Alices, promovido pela Secretaria da Mulher nesta quinta-feira (dia 1º de dezembro), foi marcada pela valorização de mulheres que compartilharam suas trajetórias. O objetivo é empoderar a voz feminina em todos os espaços.
Com o tema “Somos muitas, somos diversas, somos todas as Alices”, o encontro luta contra estereótipos sociais sobre a mulher por meio de reflexões. A figura da personagem Alice no País das Maravilhas representa o poder das escolhas femininas e do conhecimento.
Ame-se
As convidadas inspiraram com suas histórias. Dentre elas, a professora Cristiana Ferreira dos Santos, que após sofrer um acidente e perder sua perna percebeu que não podia mudar o passado, mas ressignificá-lo.
“Viver e não ter vergonha de ser feliz! Essa frase me define em muitos sentidos. É não ter vergonha de ser quem você é, se olhar no espelho, se sentir linda e maravilhosa, mesmo com muitas dificuldades”, conta a professora.
Nunca é tarde
Já dona Neyde Corrêa da Silva deu uma aula de força de vontade, pois aos 80 anos decidiu realizar o sonho de cursar faculdade.
“Meu pai já achava que mulher não tinha que estudar. Casei e meu marido achava a mesma coisa. Consegui passar numa faculdade pública federal, ano que vem, se Deus quiser, me formo em Gestão Ambiental. Estudar é tudo que temos nessa vida!”, conta a aposentada que esbanja energia.
Alegria, força e fé
A aposentada Aparecida de Barros tornou-se figura consagrada na Secretaria da Mulher. Aluna há muitos anos do espaço, a Cidoca, como é conhecida, conta como encontrou força e, principalmente, resgatou a sua alegria de viver após sofrer grandes perdas.
“Eu gosto de um verso que diz: ‘ele pensou que ela era uma donzela na torre do castelo, mas mal ele sabia que ela é dona do castelo, dona do dragão e dona de si mesmo’. Faça o que gosta, busque a força dentro de você!”, disse Cida.
O valor das raízes
A ativista de movimento contra o racismo, Vera Delfina, 72 anos, falou sobre a potência da mulher negra e da força da sua ancestralidade.
“Sempre peço licença aos meus ancestrais para falar de luta, porque as raízes negras são muito poderosas. A história do povo negro tem um grande legado. Este evento é muito importante para dar espaço de fala, para contarmos sobre ela e nos unirmos”, conta Vera.
União
Regina Gonçalves dá aulas só para mulheres na sede da Secretaria da Mulher por meio do Eja (Educação de Jovens e Adultos) e conta que sua trajetória é marcada por muitas mulheres fortes. Em sala de aula, essa lógica se repete com suas alunas.
“Este encontro nos une. Eu vejo isso todos os dias em sala de aula, mulheres inspiram, incentivam e apoiam outras mulheres. O estudo é uma realização pessoal muito importante para elas, por isso esse apoio é fundamental entre nós”, declara a professora.