Carmônio Bastos fala sobre projetos e expectativas como presidente da Câmara de Osasco
Eleito com 16 votos, o vereador Carmônio Bastos (Podemos) assumiu a presidência da Câmara Municipal de Osasco para o biênio 2023/2024 com a promessa de promover muitas mudanças no legislativo da cidade.
Em seu primeiro mandato como vereador, Carmônio Bastos garante que as mudanças serão feitas para aproximar os munícipes da Câmara, além de garantir mais qualidade de vida aos servidores.
“Vamos promover algumas ações para estimular a participação da população, porque as pessoas ainda têm dúvidas sobre o nosso trabalho. Queremos que a comunidade se envolva e participe mais com sugestões, ideias e até cobre também”, destaca o presidente.
O ex-presidente, Ribamar Silva (PSD), foi escolhido como vice-presidente da Câmara, enquanto Emerson Osasco (Rede) foi eleito segundo vice-presidente. Cristiane Celegato (Republicanos) foi escolhida como primeira-secretária, Elsa Oliveira (Podemos) como segunda-secretária, Michel Figueiredo (Patriota) terceiro-secretário e Fábio Chirinhan (PP) quarto-secretário.
Confira a entrevista exclusiva que o presidente da Câmara concedeu para o Jornal A Rua.
Como surgiu o convite para deixar a iniciativa privada e iniciar carreira na vida pública?
Eu trabalhei por 32 anos na iniciativa privada. Eu gostava do esporte, militava na área, era presidente de um clube de futebol amador e virei presidente da Liga de Futebol Amador Osasco (LFAO), em 2011, quando iniciei uma reforma muito grande que melhorou muito a gestão. Eu assumi com 30 e poucos clubes e, 2 anos depois, chegamos a mais de 200 clubes. Fiz um trabalho para a profissionalização da Liga que, na época, vivia de recursos municipais. Atualmente, a Liga depende exclusivamente de recursos estaduais e federais. A partir disso, em 2016 fui convidado pelo Prefeito Jorge Lapas para ingressar na vida pública, como vereador. Em princípio relutei, mesmo sendo de uma família de políticos. Mas, acabei aceitando o desafio.
E qual foi o maior desafio dessa transição?
O maior desafio foi a questão da burocracia. Na iniciativa privada é tudo mais prático e mais objetivo. Mas, o mais importante, eu sabia que era manter uma boa relação no trabalho com as pessoas. Elas são a essência. Sempre tive cargos de gerência, então já tinha esse cuidado com as pessoas. E isso não é diferente na vida pública, não para mim. Na Liga eu fiz esse trabalho de cuidar de gente. Sempre atendi as pessoas que queriam falar comigo, sempre dei atenção, que é algo que não acontece sempre. Quando saí da Liga e fui para a secretaria de Esportes, tive que fazer um trabalho com os funcionários, em especial os efetivos, que estavam lá há mais de 30 anos, muitos sem uma função definida e sem vontade de trabalhar. Mas, graças a Deus, eu e minha equipe fizemos um bom trabalho e encerramos o mandato com sucesso e uma secretaria revigorada.
E você seguiu essa linha como vereador?
Como vereador também segui a mesma linha. E assim alcancei a presidência, sempre respeitando meus pares e dividindo ideias. Muitas vezes até me colocando atrás para deixar alguém dar um passo na frente. Quando você pensa no bem do próximo, na situação da pessoa, que pode ser a sua situação também, não há dificuldade de entender. E isso se aplica tanto na iniciativa privada como na pública.
Mas, como surgiu a ideia de disputar uma cadeira no legislativo?
Em 2016 lancei minha primeira candidatura e, na época, tinha estrutura amadora, pouco conhecimento e uma equipe gigante de quatro pessoas. Mas, apesar das adversidades, acredito que me saí bem. Tive quase 2500 votos na época. Alguns vereadores tiveram os mesmos votos e conseguiram uma vaga. A questão era do partido, eu estava no PSC, na época, e não tivemos quorum. Nisso eu senti o gosto da política, dos votos indo para as urnas e, mesmo adversário do Rogério, recebi o convite para ser secretário de esporte em 2018, e fiz um bom trabalho, que me presenteou com o mandato para o legislativo em 2020.
Como foi o caminho de vereador para chegar à presidência da Câmara?
Tudo na vida tem seu tempo e seu propósito. Em 2016, quando fui candidato a vereador, entendi que apesar de ter sido bem votado, não era o meu momento. Talvez, se eu tivesse entrado naquela legislatura, não teria o sucesso que tive nesse mandato. Na última eleição, a Câmara passou por uma reforma muito grande. Dos 21 vereadores, 12 são novatos. Eu sou um desses. E essa turma de novatos entrou com o mesmo pensamento que o meu. A partir disso, criamos uma corrente do bem. Muitos vereadores se sentiram muito confortáveis para dividir suas ideias e sugestões comigo e iniciei um trabalho basicamente de acolher os vereadores e dividir as situações. A partir disso, meu nome foi colocado como candidato à presidência e, graças a Deus, consegui não só 12, mas 16 votos, tendo a felicidade de ser eleito presidente.
Qual será o maior desafio como presidente?
O ex-presidente, Ribamar Silva, fez um ótimo trabalho, o que é bom, mas aumenta a minha responsabilidade. Vou dar continuidade ao que achamos que é bom e vou tentar colocar nosso modelo de gestão em prática. O maior desafio hoje é conseguir iniciar a construção da nova sede para a Câmara Municipal. Hoje usamos esse prédio, que é alugado, e temos o outro lado com rachaduras. Como gestor não posso correr o risco de manter os trabalhos nestas condições. Por isso, vejo essa obra como prioridade.
O senhor pode detalhar o projeto?
O ex-presidente já deixou um projeto arquitetônico basicamente pronto, basta finalizar, licitar e iniciar a obra. Será construído um prédio de sete andares no terreno que é da Câmara. Durante a obra teremos que alugar um auditório para as sessões, mas seguiremos trabalhando nesse prédio atual, que é alugado. A ideia é que a obra leve em torno de 20 meses, após a licitação, mas o importante é que isso seja feito o quanto antes.
Outra bandeira que você defende é para melhorar a imagem do legislativo. Poderia falar mais sobre isso?
São muitos os desafios. Um deles é que cerca de 95% dos munícipes não sabem qual o papel dos vereadores e a importância da Câmara Municipal. A população precisa saber mais sobre a nossa atuação, entender nossos projetos e conhecer o nosso trabalho. Isso vai melhorar a imagem da Câmera e dos vereadores, porque nós vereadores trabalhamos muito. Eu, por exemplo, que sou da área do Esporte, trabalho de domingo a domingo. Nós todos trabalhamos muito porque são muitas as demandas.
E o senhor poderia falar quais as principais marcas da sua gestão na vida pública?
A minha maior marca, até hoje, foi como secretário de Esporte, com a reforma de 14 campos de futebol na cidade, em que fizemos a colocação de grama sintética. Foi um projeto muito grande e ambicioso. Houve muitas críticas na época mas, hoje em dia, todo mundo elogia. Também tenho participação no início da obra de reforma e readequação do complexo aquático do Km 18, que deverá ser entregue nas próximas semanas.
Quais suas expectativas para o biênio 2023/2024?
São muito boas e com vários projetos importantes, entre eles, mudanças que quero implementar para melhorar a imagem da Câmara junto aos munícipes. Vamos promover algumas ações para estimular a participação da população, porque as pessoas não conhecem o nosso trabalho e precisa haver essa aproximação. Queremos que a comunidade se envolva e participe mais com sugestões, ideias e até que cobre também. Para isso, vamos levar as sessões da Câmara para os bairros e, se tudo correr dentro do programa, faremos quatro sessões nos CEUs da cidade. Faremos durante a noite para que a população possa participar e também será feito um trabalho na região para atrair as pessoas e mostrar a importância das sessões itinerantes. Escolhemos os CEUs porque eles estão localizados em regiões estratégicas. Vamos propor mudanças também em algumas Leis Municipais porque tem muitas leis que nunca foram aplicadas. A ideia é fazer uma reforma dessas leis, uma reorganização.