Cetas Barueri promove repatriação de mais de 130 animais silvestres

O Centro de Triagem de Animais Silvestres de Barueri (Cetas), mantido pela Secretaria de Recursos Naturais e Meio Ambiente (Sema), promoveu a repatriação de 131 animais silvestres para o Estado de Sergipe. Dentre as espécies havia 128 jabutis e 3 iguanas. Os animais são vítimas de tráfico, entregues pela polícia ambiental, e também de entrega voluntária.

Trata-se de espécies nativas do Sergipe, por isso a repatriação foi destinada ao Estado nordestino. O Cetas recebe os animais, realiza todos os procedimentos necessários, trata e, ao atingir a quantidade mínima necessária, destina para o habitat natural.

Nátali Novelli Kimura, bióloga do Cetas, explica que a repatriação é o processo de devolução do animal ao seu habitat natural. “Os animais saem do seu habitat através do tráfico e chegam em outros Estados para serem domesticados. Porém, muitos dos indivíduos são entregues ao Cetas por não atenderem às expectativas de um animal doméstico”, pontua a especialista.

“Cada animal tem seu nicho ecológico, por isso não podem ser soltos em qualquer habitat, caso isso ocorra, pode haver um desequilíbrio no ambiente. O papel do Cetas é encaminhar esses animais para a região de onde saíram. Os animais da repatriação foram encaminhados ao Cetas regional de Aracaju para reabilitação e adaptação ao novo ambiente para assim serem soltos na natureza”, detalha Nátali.

Tráfico de animais silvestres

O tráfico de animais silvestres é o terceiro mais praticado no mundo, ficando atrás apenas do de armas e de drogas. Estima-se que movimenta 20 bilhões de dólares por ano. Muitos dos animais capturados na natureza chegam às cidades transportados de maneira inadequada, muito debilitados, feridos ou mortos, devido à logística ilegal. As pessoas que adquirem os animais ilegalmente, fortalecem esse mercado criminoso e cruel.

Cetas

Surgido no final de agosto de 2012, o Centro atua no acolhimento, tratamento e devolução dos animais aos seus ambientes de origem. Mas quando isso não é possível por algum problema físico e/ou psicológico, os animais são encaminhados a centros especializados e passam o resto da vida em cativeiro, pois já não têm mais condições de sobreviver na natureza.

Desde quando começou a operar até agora, mais de 16 mil animais já passaram pelo Cetas de Barueri. Além disso, o órgão já capacitou cerca de 100 alunos nas áreas de Biologia, Veterinária e Zootecnia de todo o Brasil.

O trabalho e a consciência ambiental

O secretário da Sema, Marco Antônio de Oliveira (Bidu), conta sobre o trabalho do Cetas em Barueri. “A importância disso tudo é a conservação ambiental e das espécies. O Cetas Barueri é referência no Brasil no resgate e na conservação desses animais. A maioria dos bichos que vêm pra cá são vítimas de tráfico: passarinhos, papagaios, serpentes e tudo o mais”, detalha Bidu. 

Para Bidu, o trabalho de conscientização não pode parar. “Barueri é um exemplo, porque no Estado de São Paulo há seis Cetas e o nosso funciona! A gente atende a região inteira, desde Santos, no litoral, até pra lá de Sorocaba. Vêm muitos animais pra cá mesmo. A Polícia Ambiental e a Guarda Ambiental são grandes parceiras nossas e estamos sempre trabalhando no sentido de atuar a favor do meio ambiente”, reforça o secretário.

Dúvidas, denúncias e mais informações podem ser obtidas pelos telefones (11) 4689-0314 (WhatsApp) e 3164-1040 ou pelo Instagram.

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