Projeto da Saúde de Osasco é premiado como melhor experiência do Estado de São Paulo
O projeto “Realidade Virtual – Fazendo limonada sem limões”, de autoria da psicóloga Andreia Lira Pessoa, desenvolvido pela Prefeitura de Osasco, por meio da Secretaria de Saúde, no CAPS Infanto-Juvenil, venceu na categoria melhor experiência exitosa do Estado de São Paulo na 18ª Mostra Brasil – aqui tem SUS. A cerimônia de premiação aconteceu dia 18/07, no Teatro Rio Vermelho, no Centro de Convenções Goiânia, em Goiânia, durante a programação do XXXVII Congresso do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Como prêmio, Osasco receberá um documentário da Série Webdoc Brasil aqui tem SUS.
O evento que teve como tema “O SUS que Falta no Brasil” é o maior encontro para o debate de saúde pública da América do Sul.
Em março, a experiência já havia sido premiada na Conferência Estadual de Saúde do Cosems de SP, com o Prêmio David Capistrano. “Agora, com mais essa conquista, além de garantir um documentário para defender que temos um SUS forte em Osasco, ainda nos tornamos vanguarda no uso de tecnologia para lidar com saúde mental dos jovens”, afirmou Vanderléia Abreu, Diretora da Atenção Secundária em Saúde.
“O projeto ‘Fazendo limonada sem limões’ surgiu a partir do dilema de como garantir a adesão de jovens a um equipamento de saúde, pós pandemia e com o excesso do uso de telas. Iniciamos um projeto piloto com crianças e adolescentes com diagnósticos de TEA (Transtorno do Espectro Autista) e TOD (Transtorno Opositivo Desafiador), que apresentavam dificuldades graves de socialização e uso intenso de telas”, destacou a psicóloga e criadora do projeto, Andreia Lira Pessoa.
A experiência tem como objetivo, trabalhar a realidade virtual e a real, por meio de jogos de simulação de mundos como “Minecraft” e “The Sims”, para que os jovens consigam se reintegrar à realidade. As propostas envolvem jogos simultâneos e colaborativos de construções e metas; regras bem delineadas e estabelecimento de vínculos reais.
Segundo Andreia, antes do projeto, além desses jovens não aderirem ao equipamento de saúde, também estavam afastados da escola e passavam a maior parte do tempo no quarto. “Agora encontraram um local de pertencimento, ampliaram suas habilidades socioemocionais, conseguindo desenvolver empatia, compreensão crítica do próprio comportamento e ambiente; retomando a escola, e ampliando repertório social também para outras atividades adequadas a idade como músicas e jogos de tabuleiro, além da cooperação com os novos integrantes e atividades conforme íamos ampliando o projeto”.
A psicóloga explicou ainda que o maior desafio no início do projeto foi a compreensão dos pais de que seria usado a tecnologia para lidar com excesso de tecnologia. “Mas logo eles entenderam o objetivo porque os filhos falavam a semana toda sobre o que haviam conversado durante as atividades, e estavam mais comunicativos e ansiosos para retornar ao equipamento. Como resultado promovemos a reintegração social desses indivíduos e mudamos não somente sua realidade como a da comunidade, abrindo espaço para novas discussões sobre o uso da tecnologia”.