Cerimônia reúne formandos de programas de fortalecimento de vínculo familiar
A Prefeitura de Osasco realizou segunda-feira, 11/12, na Sala Luiz Roberto Claudino da Silva (anexa ao Paço Municipal), a cerimônia de formatura dos participantes do programa Famílias Fortes e do 1º ciclo do Programa ACT (ação, em inglês) que visa educar crianças em ambientes seguros. Ambos são desenvolvidos conjuntamente pelas secretarias da Família, Cidadania e Segurança Alimentar, de Assistência Social e de Educação.
O Famílias Fortes tem metodologia de prevenção de comportamentos de risco destinada a famílias com filhos entre 10 e 14 anos. A prevenção se realiza por meio do fortalecimento dos vínculos familiares e do desenvolvimento de habilidades parentais e socioemocionais. Já o Programa ACT é voltado a pais ou responsáveis por crianças de 0 a 8 anos e visa o fortalecimento da família e melhora das competências parentais.
Participaram do evento, os secretários Marcelo Couto (Família), José Carlos Vido (Assistência Social), Gelso de Lima (Trabalho, Emprego e Renda), a vice-prefeita Ana Maria Rossi, e a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (sessão Osasco), Maria José Soares Bonetti.
“É um privilégio para a cidade ter um gestor (prefeito Rogério Lins) cujas ações sejam voltadas à assistência social, geração de emprego e renda e educação, sempre visando o bem-estar das famílias. Nesses nossos dois programas, o objetivo é reforçar e melhorar as relações familiares. É um dia especial, mas o protagonismo é das famílias, porque elas é que são responsáveis por ajudar seus filhos a crescer e se desenvolver de forma responsável e segura”, disse Marcelo Couto.
A corretora de imóveis Ellen Jane, 36 anos, moradora do Jardim Santa Maria e mãe de João Pedro, 2,5 anos, integra o Programa ACT. Segundo ela, as reuniões realizadas mês passado com facilitadores treinados para o diálogo com as famílias, ajudaram ela e o marido a perceber situações cotidianas, até então não “percebidas” pelo casal. “Meu marido, por exemplo, às vezes assistia esses filmes de ação que tem muita violência na presença do nosso filho. Isso não é legal mesmo, porque expõe a criança a algo que não é bom para o desenvolvimento emocional e psicológico dela. Agora ele já não vê mais esses filmes na presença do menino. Trouxemos nosso filho um pouco mais para perto da gente, com atividades lúdicas, brincamos junto com ele, e depois ele vai fazer as atividades escolares. Nem celular a gente deixa ele pegar”, conta Ellen.
Famílias Fortes
Avaliação de efetividade realizada pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em relação ao programa aponta que o mesmo reduz em 60% a chance de os pais apresentarem estilo parental negligente; dobra a chance de os pais apresentarem mais habilidades responsivas (pais que apoiam e demonstram afeto pelos filhos); aumenta em média 10% as práticas educativas de disciplina não-violenta (aquela que envolve estratégias positivas de educação); reduz em 5% os conflitos no ambiente familiar; e aumenta em 90% a chance de os pais apresentarem mais habilidades de exigência (estabelecem regras e supervisionam o comportamento dos filhos).
Programa ACT
Nos dias 8 e 9 de novembro, 20 profissionais da Prefeitura receberam treinamento teórico para atuarem como facilitadores do programa. Desenvolvido pela Associação Americana de Psicologia (APA) para pais ou responsáveis de crianças de 0 a 8 anos, o programa visa o fortalecimento da família e a melhora das competências parentais.
Esse programa foi projetado para aprimorar as práticas parentais por meio da disseminação de conhecimentos sobre: (a) desenvolvimento infantil e fatores de risco e proteção; (b) práticas parentais efetivas; (c) regulação emocional e comportamental dos cuidadores; (d) a importância da participação nos esforços na comunidade para prevenir a violência sendo, inclusive, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma intervenção efetiva para prevenção da violência.
O programa foi aplicado em 20 creches da rede municipal de ensino pela Secretaria da Família com apoio da Secretaria de Educação.
Estudos realizados no Brasil apontam que houve melhoras no comportamento parental e no monitoramento da mídia eletrônica de mães recrutadas em escolas públicas e filantrópicas e em núcleos de saúde da família, além de melhora nas práticas de regulação emocional/comportamental, disciplina positiva e comunicação.
Além do Brasil, o programa também é aplicado nos Estados Unidos, Bósnia, Colômbia, Croácia, Equador, Grécia, Guatemala, Japão, Peru, Portugal, Taiwan e Turquia.