SP entrega novo centro de transplantes de medula óssea no Instituto do Câncer
Espaço ganhou investimentos de R$ 7,5 milhões e permitirá que estado amplie a capacidade de transplantes; Icesp também expande ala de internação
O governador Tarcísio de Freitas inaugurou nesta quinta-feira (5) o Centro de Transplantes de Medula Óssea do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). O novo espaço permitirá que o hospital passe a realizar este tipo de transplante e amplia a capacidade de procedimentos no Estado.
O investimento do Governo de SP no equipamento, que é parte do complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), foi de R$ 7,5 milhões e também contempla a modernização e expansão dos leitos de internação da unidade.
“Nós temos aqui um dos maiores institutos do Brasil e do mundo, o Icesp. As pessoas que vierem para cá vão ter chances. Nosso primeiro ato público de saúde foi a abertura de 45 leitos do Icesp e hoje temos a oportunidade de abrir esse Centro de Transplante de Medula Óssea”, afirmou o governador. “Se eu pudesse traduzir esse encontro em uma palavra, seria ‘esperança’. Quando você entra aqui e fala com as pessoas, todas elas estão buscando vitória sobre essa doença. O que cabe ao estado é colocar recurso e dar estrutura para que muitas vidas sejam salvas”, completou Tarcísio.
A solenidade de inauguração contou ainda com a presença do secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, além do reitor da USP, Carlos Carlotti Júnior, e diretores e professores do Hospital das Clínicas e do Instituto do Câncer, entre outras autoridades.
Com a entrega do equipamento, será possível realizar, aproximadamente, 100 transplantes por ano, sem a necessidade de deslocamento para outra unidade de atendimento. Antes da inauguração, os pacientes do Icesp realizavam o transplante de medula óssea no Instituto Central do HC.
“Aumentamos, nos primeiros seis meses deste ano, os atendimentos em oncologia em 17%. Estamos criando uma perspectiva para quem aguarda atendimento e para que as filas andem. Para isso, eu e o governador Tarcísio anunciamos R$ 300 milhões do Tesouro Estadual para aumentar a oferta no SUS neste ano”, afirma o secretário da Saúde, Eleuses Paiva.
Localizada no 22º andar do Instituto, a nova ala conta com leitos totalmente adaptados às necessidades dos pacientes submetidos ao transplante, sendo dois leitos destinados à realização de transplantes alogênicos (uso de medula de um doador) e seis leitos para transplantes autólogos (uso de células do próprio paciente).
As obras também contemplaram a reestruturação de 12 leitos em apartamentos individuais prioritariamente voltados para o tratamento de patologias de onco-hematologia como leucemias e linfomas. Devido às características de agressividade e rápida evolução, essas doenças geralmente se manifestam em quadros de alta gravidade, demandam internações prolongadas e alto consumo de recursos. Além do isolamento adequado, o setor conta com filtros de ar e água, assim como assistência médica setorizada.
“O transplante de medula óssea se apresenta como um tratamento muito importante para a redução das mortes causadas por neoplasias hematológicas. Para muitos pacientes, representa a única chance de cura. Considerando a natureza progressiva das doenças oncológicas, é essencial que o transplante seja realizado em tempo oportuno, tendo em vista o agravamento da doença e até mesmo uma possível perda da janela para a realização do procedimento”, diz o Prof. Dr. William Nahas, presidente do Conselho Diretor do Icesp.
A nova ala conta com uma sala equipada para reabilitação dos pacientes pós transplantes, para que eles possam fazer a reabilitação no próprio setor, o que confere maior segurança e proteção.
Para garantir a segurança dos pacientes, o acesso aos leitos ocorre por meio de antecâmaras com pressão negativa, como barreira primária para evitar a entrada de ar não tratado e filtrado no ambiente. Na parte interna dos quartos foi instalado um sistema de ar-condicionado com cascata de pressão positiva, equipados com filtros absolutos, capazes de remover partículas aéreas potencialmente nocivas, incluindo bactérias, vírus ou esporos de fungos, estratégias que oferecem um ambiente seguro aos pacientes imunocomprometidos.