Ana Paula Rossi para sempre em nossos corações

Nesta semana, a população da cidade de Osasco se despediu com muita tristeza da vereadora e presidente do PL Osasco, Ana Paula Rossi, que morreu na noite de domingo, 08/09.
Em julho de 2024, Ana Paula foi diagnosticada com câncer tipo linfoma não Hodgkin e, desde então, realizou tratamento no Hospital do Rim, sob os cuidados da equipe do Dr. José Medina Pestana, médico responsável por seu transplante de rim, em 2017.
A primeira dos três filhos de Francisco Rossi, ex-prefeito de Osasco, Deputado Federal e Secretário de Estado, e de Ana Maria Rossi, atual vice-prefeita de Osasco, Ana Paula nasceu no dia 09 de março de 1969, era casada e mãe de três filhos. Estava em seu terceiro mandato como vereadora em Osasco.

Trajetória de grandes realizações
Ana Paula Rossi deixa um legado de luta e trabalhos desenvolvidos na cidade de Osasco, onde atuou como Secretária Municipal de Assistência e Promoção Social, nos anos de 2003, 2005 e 2006, e Secretária Municipal de Educação, em 2017. Conquistou seu primeiro mandato como vereadora em 2008, sendo a terceira candidata mais votada.
Em 2012, foi candidata a vice-prefeita, ao lado do ex-prefeito Celso Giglio e, em 2016, foi reeleita vereadora, sendo a segunda mais votada da cidade. Retornou à Câmara em 2018 e, desde então, atua também como Procuradora Especial da Mulher.
Em 2020, foi reeleita vereadora em seu terceiro mandato, sendo a mulher mais votada naquele ano. Ana Paula foi a primeira mulher líder de governo na Câmara de Osasco, função que exerceu entre 02/01/2021 e 09/11/2023.
Ana Paula também atuou como a presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esportes e como relatora de importantes comissões, como a de Constituição e Justiça; da Criança, do Adolescente, da Juventude e da Mulher; e de Políticas Afirmativas de Raça e Gênero.
Foi vice-presidente da Frente Parlamentar Nossa História e se destacou como autora de uma Indicação que instituiu, em Osasco, o Programa de Atenção, Proteção e Defesa da Mulher Vítima de Violência e o Projeto Guardiã Maria da Penha.

Conheça Ana Paula
Formada em Pedagogia, Ana Paula Rossi respira política desde que nasceu. Com mais de 20 anos de atuação na vida pública, 11 deles no Partido Liberal (PL), Ana Paula Rossi realizou um trabalho com foco na defesa da mulher, da educação e da família.
Entre as principais conquistas de Ana Paula, destaque para a criação da Guardiã Maria da Penha, uma equipe especializada da Guarda Civil Municipal para atender mulheres vítimas de violência doméstica, além da destinação de recursos de emenda parlamentar para a compra de viaturas exclusivas para esse atendimento.
Outra ação importante é o projeto dignidade menstrual, responsável por garantir a distribuição gratuita de absorventes para alunas da rede municipal de ensino e para mulheres em situação de vulnerabilidade social da cidade de Osasco.
Na Educação, Ana Paula trabalhou em conjunto com o governo Rogério Lins para elevar a qualidade do ensino e reduzir a fila de crianças nas creches.

Repercussão
Realizado na segunda-feira, 09/09, o velório de Ana Paula Rossi reuniu milhares de pessoas que foram se despedir da vereadora, no Teatro Municipal de Osasco.
Além da imprensa, a morte de Ana Paula teve uma grande repercussão nas redes sociais, onde muitos admiradores, amigos e políticos fizeram questão de homenagear a presidente do PL Osasco.
A ex-primeira dama e presidente do PL Mulher Nacional, Michelle Bolsonaro, que esteve no hospital para visitar Ana Paula durante o período em que ela estava internada, postou uma foto com o texto: “Condolência: com profundo pesar, lembramos em memória da vereadora de Osasco/SP Ana Paula Rossi, que faleceu nesse domingo (08/09). Que Deus conforte os corações enlutados. Descanse em paz Ana!”
O governador do Estado de São Paulo, Tarcisio de Freitas, postou uma foto em preto e branco de Ana Paula, acompanhada da legenda: “Acordamos com a triste notícia de que a vereadora Ana Paula Rossi nos deixou. Também presidente do PL de Osasco, Ana Paula sempre esteve conosco a cada visita e a cada entrega na cidade, e o seu amor e dedicação às pessoas e ao seu trabalho eram visíveis. Que Deus conforte o coração de todos os seus familiares e amigos nesse momento tão difícil.”
Em sua conta no Instagram, o prefeito de Osasco, Rogério Lins, decretou luto oficial de três dias na cidade e postou uma nota de pesar: “Ana Paula Rossi sempre será um exemplo pra mim. Sua Fé, resiliência, preocupação com as pessoas e seu amor por Osasco, sempre serão lembrados por todos nós. Sua amizade e lealdade ficarão para sempre em meu coração. Durante meu governo, foi nossa Secretaria de Educação e foi líder do nosso governo na Câmara Municipal, funções que desempenhou sempre com maestria. À Família Rossi, meus mais profundos sentimentos. Que Deus conforte vocês e transforme a dor, em lembranças da mulher que foi uma verdadeira guerreira. Vá em paz, Ana Paula!”
Já a jornalista Erika Gentille, que era amiga de Ana Paula, publicou um texto em homenagem. “É inacreditável ter que escrever isso hoje. Você nasceu pra eternidade. Você tornava a política mais humana, pois assim você nasceu, brilhante e verdadeira. Te amo, saudade de tudo.”
O deputado estadual e candidato a prefeito de Osasco, Gerson Pessoa, postou uma foto com Ana Paula e escreveu: “Com muita tristeza, há pouco, recebi a notícia do falecimento da amiga Ana Paula Rossi, que lutava contra um câncer. Ana foi uma guerreira, e não foi só na luta contra o câncer. Na vida pública, desde jovem deu sua contribuição para o município atuando com seus pais. Nos últimos anos, na Câmara Municipal, contribuiu muito para o desenvolvimento de Osasco. Deixo aqui toda minha solidariedade à família Rossi, aos amigos e eleitores de Ana Paula. Que Deus console os corações de todos.

Entrevista exclusiva
Em 2022, ano em que foi candidata a deputada estadual, Ana Paula Rossi esteve na redação do Jornal A Rua onde concedeu uma entrevista exclusiva em que falou sobre as bandeiras defendidas por ela em sua trajetória na vida pública.
Confira alguns trechos dessa entrevista:

Você nasceu em um berço político. Mas, quando você começou a entender e atuar no meio político?
Na verdade, a minha história com a política começou na minha infância. Quando o meu pai foi prefeito, pela primeira vez, na campanha, em 1972, eu tinha três anos de idade. Então eu sempre acompanhei a vida pública do meu pai. Lógico, de acordo com as minhas faixas etárias. Na campanha de 1982, eu tinha 13 anos e ficava muito no comitê. Eu adorava entregar camisetas e brindes para as pessoas que iam lá conversar com meu pai. Num primeiro momento, atuei na coordenação de campanha. Trabalhei bastante nisso e sempre gostei de atuar nos bastidores porque era muito tímida.

Com quantos anos você começou na coordenação de campanhas do seu pai?
Aos 16 anos eu comecei a dar aulas, como estagiária, em uma escola. Depois eu fui trabalhar como escriturária no Bradesco, mas meu pai me pediu para ir ajudá-lo na rádio [Nova Difusora]. Com isso, eu acabava participando das campanhas, ainda nos bastidores, na parte administrativa. Acredito que minha primeira vez como coordenadora tenha sido na campanha do meu pai para prefeito, em 1988. Lembro que eu coordenava o material dos candidatos a vereador. Eu segui atuando assim por muitos anos e não me imaginava como candidata.

E quando surgiu esse desejo de sair dos bastidores e lançar seu nome numa campanha eleitoral?
A minha vida pública começou em 2003, quando o Dr. Celso Giglio me convidou para assumir a Secretaria de Assistência Social. Ali eu comecei a me descobrir menos tímida. Como secretária eu tinha que falar, tinha que ir a eventos, muitas vezes representando o prefeito, e isso foi importante para que, em 2004, eu saísse candidata, pela primeira vez, para disputar a prefeitura de Osasco.

Como você decidiu colocar seu nome como candidata, logo para prefeita?
Aconteceu uma situação e começaram a falar que meu pai não tinha mais peso político. Então, eu decidi colocar meu nome como uma das candidatas. Na época eu era presidente do Partido Humanista da Solidariedade (PHS), e surpreendi até a minha família, porque eles nunca imaginavam que eu poderia tomar essa decisão.

Como foi a primeira experiência da sua primeira campanha como candidata?
Foi maravilhosa. Foi um divisor de águas. Mesmo com todas as dificuldades de uma campanha sem estrutura financeira, foi uma experiência incrível e de muito aprendizado. Sempre falo que foi uma derrota com o sabor de vitória, porque consegui chegar em terceiro lugar, mesmo os recursos dos meus adversários, na época.
E quais são as suas principais bandeiras de campanha?
Uma bandeira que é muito importante é a questão da criança e do adolescente. Em 2009, quando assumi pela primeira vez como vereadora, minha primeira audiência pública foi para tratar do combate à pedofilia. Existia uma CPI do Senado, que era presidida pelo senador Magno Malta, na época, e eu trouxe essa discussão para Osasco, que foi a primeira cidade do Estado de São Paulo que teve uma audiência pública sobre esse tema. E isso acabou virando uma referência na cidade e eu passei a receber no meu gabinete muitas denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes. A partir disso, passei a fazer o encaminhamento correto de cada caso, sempre com acompanhamento do Conselho Tutelar. Isso foi em 2009. Estamos em 2022 e essa ainda é uma pauta muito presente, principalmente com a pandemia, isso se agravou. Por isso, tenho muito essa questão da urgência em garantir de fato a proteção das nossas crianças e adolescentes com relação ao abuso sexual. Outra bandeira é a questão da mulher vítima de violência. Em 2005, quando fui secretária de Assistência Social na gestão do prefeito Emídio, inauguramos o Centros de Referência da Mulher Vítima de Violência, que foi um projeto de minha autoria e que existe até hoje. E também sempre lutei muito pela inclusão das pessoas com deficiência, a questão do transporte público gratuito para as pessoas com deficiência, para aposentados e pensionistas. E eu adotei um cachorro e, agora, as pessoas me perguntam se eu também sou defensora da causa animal.

E você pode falar sobre a questão da representatividade feminina na Câmara?
Eu acredito que isso é muito positivo. Quando eu fui vereadora, em 2009, eu era a única mulher. No meu segundo mandato, éramos eu, a Lúcia da Saúde e a Dra. Régia. E agora são cinco mulheres. Então a gente percebe que as coisas estão caminhando. Nós temos ainda câmaras, aqui na região, que não têm nenhuma mulher. E o interessante é que nós temos o maior número de eleitoras. Então, as mulheres não votam em mulheres. Quando comecei na vida pública as pessoas perguntavam qual a diferença entre ser mulher e ser homem na política. Eu respondia que não achava que o gênero definia ser um bom político ou um mau político. Mas, nós mulheres, temos um olhar diferenciado, eu pelo menos tenho esse olhar. Então acho que é um amadurecimento termos mais mulheres na política.

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