Gestão eficiente será crucial para sobrevivência das empresas em 2025, dizem especialistas

Na noite desta terça-feira, 26/11, a Associação Comercial e Empresarial de Osasco (ACEO) realizou o Painel Brasil em Transformação, reunindo especialistas para debater as perspectivas econômicas e empresariais para 2025.

O evento foi apresentado pelo superintendente da ACEO, Denis Mello e o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, iniciou o debate estabelecendo conexões entre a conjuntura política, as decisões econômicas governamentais e seus reflexos no ambiente empresarial. 

Ele destacou que a desvalorização do real frente ao dólar pressiona o governo a efetivar cortes de gastos – fundamentais para controlar a inflação e reduzir a inadimplência – especialmente considerando o contexto eleitoral de 2026.

“Este cálculo político me faz crer que eles vão entregar [o corte de gastos]. Esta inteligência política de perceber qual cenário é mais provável para um eventual processo de eleição ou eleição de sucessor, ele [Lula] tem”, argumentou Honorato, prevendo um “pacote razoável” de medidas para conter o crescimento das despesas.

Manuel Corrêa, CEO da Telhanorte, corroborou essa análise, classificando 2025 como “bastante desafiador”, nos mesmos moldes de 2024. “Eu acho que a gente vai carregar um pouquinho o ano de 2024 para 2025. Nossa previsão é que vai ser um ano muito difícil, pelo menos até a metade do ano que vem”, afirmou.

Como estratégia, ele diz que mais do que nunca será necessário às empresas “controlar o caixa, tentar conter o capital de giro e controlar os estoques”, além de “limpar aquela ineficiência” e “tirar produtos de baixo giro”.

As projeções de Honorato convergem com a visão de Correa: 2025 deve começar desafiador devido à inflação e juros altos, mas com potencial de melhora caso as promessas governamentais se concretizem.

Marcos Atchabahian, presidente da ACEO e CEO da Village Home Center, complementou a análise ilustrando os desafios específicos do varejo. Ele ressaltou o impacto da inflação no poder de compra dos consumidores, que recorrem ao crédito para manter o consumo, afetando diretamente o fluxo de caixa das empresas.

“Na pós-pandemia nós tivemos uma inflação real no nosso mercado e o salário ficou longe de acompanhar”, explicou Atchabahian.

O aumento no parcelamento das compras, em sua opinião, agrava esse cenário, obrigando as empresas a financiarem vendas por períodos mais longos. “Com a perda do poder aquisitivo, onde o cliente se socorreu? No aumento do crédito, nós, lojistas, tivemos que oferecer mais parcelamento de negócios, de compras”, complementou.

Para ele, assim como aos demais participantes, o cenário desafiador enseja que a gestão eficiente das empresas será decisiva para a sobrevivência empresarial em 2025.

Além de discutir a economia e fazer “previsões” para o próximo ano, os participantes ainda trataram de temas atuais como a recém-aprovada Reforma Tributária, a Escala 6×1, a regulamentação das Bets, entre outros.

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