Câmara de Osasco destaca luta contra o racismo em Moção de Repúdio

Vereadores discutem ofensas racistas contra atletas do sub-20 do Palmeiras durante Sessão Ordinária

Durante a 10ª Sessão Ordinária, realizada na tarde desta quinta-feira (13), no Plenário Tiradentes, os vereadores de Osasco manifestaram-se contra o racismo. Os parlamentares destacaram a educação e o combate ao racismo estrutural como os principais caminhos para a erradicação do preconceito racial.

O tema foi debatido durante a votação da Moção de Repúdio nº 71/2025, proposta pelo vereador Laércio Mendonça (PDT), em resposta às ofensas racistas sofridas pelos jogadores do sub-20 do Palmeiras em uma partida da Libertadores da categoria, organizada pela Conmebol.

Ao apresentar a moção, o parlamentar mencionou o caso de racismo contra o jovem jogador Luighi, do Palmeiras, que gerou comoção no mundo do futebol.

“Que o racismo seja realmente combatido de forma severa. Eu tenho orgulho dos meus irmãos negros e das pessoas que defendem a luta contra o racismo”, afirmou Laércio. Ele também lamentou o episódio e ressaltou que casos semelhantes ocorrem frequentemente em diferentes contextos, não apenas no futebol.

A vereadora Stephane Rossi (PL) apoiou a moção e compartilhou sua própria vivência com o racismo.

“Até quando a nossa cor de pele vai importar? Eu já sofri racismo antes mesmo de assumir o cargo de vereadora. Para mim, é doloroso ver que, em pleno século XXI, isso ainda acontece. Precisamos discutir esse tema o ano inteiro, e não apenas em novembro. É fundamental trazer esse debate para a educação”, destacou.

Relatora da Comissão Permanente de Políticas Afirmativas de Raça e Gênero, Stephane falou sobre o racismo estrutural e citou situações que vivenciou durante o exercício do mandato.

“Quando chego a alguns lugares acompanhada da minha assessora, que é branca, as pessoas perguntam para ela se ela é a vereadora, e não para mim. Ocupo um cargo importante, mas as pessoas ainda esperam ver brancos nesses espaços de poder”, relatou.

O vereador Emerson Osasco (PCdoB), que frequentemente leva o tema do racismo à tribuna, mencionou um caso recente envolvendo o estudante de jornalismo Igor Carvalho, baleado enquanto voltava do trabalho em uma moto de aplicativo, por volta da 1h30 da madrugada.

“Igor foi brutalmente atacado porque a esposa de um ex-policial afirmou que ele a havia roubado. E, pasmem, foi um policial negro quem atirou”, denunciou.

Emerson ressaltou a necessidade de combater o racismo desde a base.

“Para mudar esse cenário, precisamos transformar a raiz do problema. Onde mais ocorrem casos de racismo? Nas escolas, onde se inicia a convivência social. Precisamos enfrentar essa questão desde cedo”, enfatizou.

O vereador Heber do JuntOz (PT) reforçou a importância da educação na luta contra o racismo.

“O racismo é estrutural e, por isso, só conseguiremos superá-lo por meio da educação. Ele está presente em todos os lugares e precisa ser enfrentado de forma contínua, não apenas em atividades pontuais durante o mês de novembro”, declarou.

Encerrando o debate, a vereadora Lúcia da Saúde (Pode) relembrou um episódio ocorrido na Câmara Municipal há alguns anos, envolvendo o ex-vereador Pelé da Cândida, que foi vítima de agressões verbais racistas.

“Naquela ocasião, não houve nenhuma atitude concreta após o ocorrido. Precisamos lutar para proteger nossas crianças, idosos e todas as vítimas do racismo. Esse problema precisa acabar”, afirmou.

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