Sérgio Di NizoDa vocação social à gestão pública

Por – Raquel Duarte

O Secretário de Transportes e Mobilidade Urbana, Sérgio Di Nizo, recebeu o Jornal A Rua para uma entrevista exclusiva sobre sua trajetória e atuação na pasta. Nascido em Osasco e filho de imigrantes italianos, Sérgio já foi Secretário de Administração, Desenvolvimento Econômico e Inovação de Osasco, além de Secretário de Governo, e compartilha um pouco de sua história e pretensões políticas.

O senhor é filho de imigrantes italianos e nasceu em Osasco. De que forma surgiu seu interesse pela vida pública e comunitária?

Sim, como você mencionou, meus pais são italianos. Vieram para o Brasil na década de 1950 e, do Porto de Santos, seguiram para o Jardim D’Abril, que ainda era um bairro da capital. Nasci nesse bairro e em um berço católico. Desde cedo, fui engajado na igreja e nas ações sociais. Quando jovem, recolhia alimentos nas casas para que os adultos montassem as cestas básicas e realizassem o trabalho de assistência às famílias. Logo depois conheci a Patrícia, com quem me casei. Minha esposa também sempre teve vocação para o social. Fomos convidados a assumir a Pastoral Social e de Caridade da Paróquia São José Operário, que coordenava outras seis comunidades na região.

Qual a importância da sua família na sua trajetória?

Minha mãe é minha referência no aspecto social, e meu pai sempre foi um exemplo de trabalhador. Ele nos ensinou o valor do esforço e da dedicação. Comecei aos 14 anos como menor aprendiz na Eletropaulo, fiz curso de eletrônica no SENAI e técnico no Colégio Fernão Dias. Logo passei a trabalhar com meu pai, que tinha uma oficina mecânica, e minha função era modernizar a empresa. Mas o que eu gostava mesmo era de gente. Além do trabalho na igreja, reativei uma associação que estava parada na região, fortalecendo o trabalho de assistência social.

Em que momento começa sua trajetória na política?

Foi quando conheci o Rogério Lins, que também desenvolvia um trabalho social na área de informática — algo difícil de manter dentro da igreja, por não ter fins lucrativos. Percebemos que, por meio do serviço público, poderíamos fortalecer esse trabalho e alcançar mais pessoas. Quando decidi ingressar na vida pública, busquei capacitação: formei-me em Gestão Pública e fiz pós-graduação em Administração Pública, depois em Segurança Pública e, por fim, em Gestão de Pessoas e Liderança.

O senhor já ocupou secretarias diversificadas — Administração, Desenvolvimento Econômico, Inovação e Governo. Como essas experiências o prepararam para o desafio à frente da Mobilidade Urbana?

A convite do prefeito Rogério Lins, assumi a Secretaria de Administração, onde estive próximo dos 20 mil servidores de Osasco, cuidando da vida funcional deles e valorizando o trabalho da administração. Foi um período curto, de um ano, mas de grande aprendizado. Em seguida, também somei esforços na Secretaria de Comércio e Abastecimento, que foi uma experiência fantástica. Depois, fui convidado para assumir a Secretaria de Governo, onde permaneci por mais de sete anos. Essa secretaria coordena todas as demais e me proporcionou uma visão ampla e real do funcionamento da gestão pública municipal.

Quais são os maiores desafios que Osasco enfrenta atualmente na mobilidade urbana?

Recebi o convite do prefeito Gerson Pessoa para comandar a Secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana, e minha passagem pela Secretaria de Governo me ajudou muito. Osasco é uma cidade jovem, com 63 anos, mas naturalmente densa e em rápido desenvolvimento. Isso traz grandes desafios na mobilidade, exigindo ações constantes de melhoria e planejamento.

Em termos de transporte coletivo, há projetos de modernização ou novas linhas?

Em Osasco, a gestão específica do transporte coletivo é feita pela Companhia Municipal de Transporte, mas acompanhamos o trabalho de perto. O investimento é visível: o prefeito entregou uma nova frota com ônibus elétricos e acessíveis, demonstrando preocupação com o meio ambiente. A renovação da frota está acontecendo gradualmente.

Há planos para ciclovias, calçadas acessíveis e mobilidade para pessoas com deficiência?

Sim. Precisaremos renovar o Plano de Mobilidade Urbana, que é uma ação intersecretarial — envolvendo as secretarias da Pessoa com Deficiência, de Planejamento, de Licenciamento de Solo, entre outras. Nosso objetivo é realizar um trabalho integrado para avançar, pois essa é uma necessidade urgente em Osasco.

Como o senhor avalia o papel do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana (COMURB)?

É fundamental. O conselho conta com a participação da sociedade civil, que é bastante ativa. Diversos segmentos trazem sugestões importantes — e, claro, as críticas também fazem parte do processo. Nas reuniões, a maioria das contribuições são ideias positivas para a cidade. Essa integração entre poder público e sociedade é essencial.

Como o senhor projeta Osasco daqui a 5 ou 10 anos?

Vejo uma cidade ainda mais planejada e organizada. O prefeito Gerson Pessoa vem conduzindo as “Olimpíadas do Planejamento”, um processo participativo cujas informações são discutidas por eixos e estão disponíveis no site da Prefeitura. Com planejamento e continuidade, Osasco irá avançar muito mais.

Há algo que o senhor gostaria de destacar?

Nestes nove meses de trabalho, tenho focado em um trânsito mais seguro e humanizado. Nossos esforços estão voltados à educação para o trânsito, que considero uma marca importante da secretaria — inspirada, inclusive, no trabalho da Polícia Militar. Contamos com uma diretora e engenheira à frente desse departamento e temos um projeto pronto: a mini-cidade do trânsito, que pretendemos entregar no aniversário da cidade.

O senhor vem sendo apontado como pré-candidato a deputado federal. Quais pautas pretende levar a Brasília, especialmente com base em sua experiência na gestão pública?

Esse é um caminho natural, pois faço parte de um grupo político. Trabalho há 22 anos pelo desenvolvimento da cidade e acredito ter bagagem suficiente para esse novo desafio, se assim for definido. Minha principal bandeira é a da família, que está interligada à saúde, educação, assistência social, segurança pública e transporte. Se o grupo entender que é o momento, estarei pronto.

Confira o vídeo da entrevista:

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