Fator de risco para covid-19, hipertensão é mais comum entre mulheres e afeta mais de 50 milhões de brasileiros
Foi através de uma consulta de rotina que a professora Izabel Gonçalves, 61, descobriu a hipertensão. De acordo com a avaliação médica, o sedentarismo, a rotina da profissão e o histórico familiar foram os fatores que a levaram a ter pressão alta.
De imediato, Izabel conta que não deu muita importância à doença. Anos depois, começou a ter obstrução nas veias do coração em decorrência da hipertensão.
“Comecei a ter cansaço e fui ao médico. Fiz vários exames e foi constatado que estava com as veias entupidas. Fiz duas pontes de safena e uma mamária (artéria). Sete meses depois a veia obstruiu novamente e tive que fazer outra cirurgia”, conta Izabel.
A pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônica por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde apontou que o percentual de brasileiros com hipertensão subiu de 22,6%, em 2006, para 24,5%, em 2019. A doença, segundo o levantamento, é mais comum entre as mulheres (27,3%) em comparação aos homens (21,2%).
Outro dado que chama a atenção é que a prevalência da hipertensão no Brasil aumenta conforme a idade e chega a acometer 59,3% dos adultos com 65 anos ou mais.
É o caso da professora aposentada Maria Vasconcelos, de 65 anos. Há 15, ela descobriu a hipertensão após sentir uma forte dor de cabeça e procurar um especialista. Além da rotina de atividade física e boa alimentação, Maria toma remédio diariamente para controle da pressão.
“Sei que é uma doença silenciosa que a gente precisa tomar bastante cuidado. Além da alimentação, o exercício físico me ajuda muito a manter a pressão controlada. Caminho todas as manhãs por pelo menos 25 minutos. Mas tem também o fator emocional. Qualquer preocupação, qualquer aborrecimento, eu sinto minha pressão subir”, relata.