Mercado de aluguel de imóveis nos EUA não é impactado pela pandemia

Apesar da grave crise econômica global provocada pela pandemia do coronavírus, o mercado de aluguel de imóveis nos Estados Unidos apresenta uma perspectiva positiva a curto e médio prazo. Em parte, isso ocorre por causa da maior dificuldade de acesso a financiamento para compra da casa própria imposta pelos bancos, verificada no país desde o início da pandemia.

Essa e outras tendências do mercado imobiliário americano para o período pós-pandemia foram discutidas durante o CONTI Brazil Summit 2020, webinar para investidores brasileiros organizado pela CONTI Real Estate Investments – empresa que tem como CEO o empreendedor brasileiro radicado nos Estados Unidos, Carlos Vaz.

O webinar teve como objetivo trazer esclarecimentos a investidores sobre a modalidade multifamily, tradicional nos EUA, mas inexistente e pouco conhecida no Brasil. Especializada nesse tipo de investimento, a CONTI adquire conjuntos residenciais exclusivamente para aluguel no Texas e administra esses conjuntos para investidores. É uma forma de investir no mercado imobiliário americano sem adquirir a propriedade e com rendimentos desde o início do investimento.

O CONTI Brazil Summit 2020 foi originalmente marcado para ser realizado em São Paulo. Por causa da pandemia, em vez de cancelá-lo, a CONTI decidiu realizá-lo por meio de uma webinar transmitida de Dallas, na mesma data do evento na Capital paulista.

Convidado especial da CONTI, o economista Brian Beaulieu, CEO da ITR – empresa de consultoria econômica especializada em fazer projeções de logo prazo, fez uma análise minuciosa do impacto da pandemia no cenário econômico americano. Segundo Beaulieu, os EUA deverão se recuperar com relativa rapidez da crise gerada pelo coronavírus, com a completa retomada de empregos e de negócios a médio prazo.

“Até o terceiro trimestre de 2021, a economia americana deverá apresentar os mesmos indicadores que tinha antes do início da pandemia”, disse Beaulieu, cuja consultoria tem um índice de acerto de 94,7% de suas previsões – entre elas, a crise financeira de 2008.

O economista salientou que o impacto no mercado americano voltado para a compra de imóveis sofreu um baque com a paralisação da construção civil e do lançamento de novos empreendimentos, agravando o déficit de moradias que já existia no país. “Com isso, o mercado de imóveis de aluguel deve ficar mais aquecido”, afirmou.

Essa tendência foi confirmada por estudos da CONTI, apresentados por Vaz. Segundo ele, novas regras exigindo maior alavancagem para financiamento da casa própria, anunciadas pelo governo para atenuar os efeitos da pandemia, também deverão aumentar a demanda pelo aluguel.

Apesar da proibição de despejos por quatro meses, determinada pelas autoridades federais para proteger os inquilinos durante a pandemia, Vaz observou que o pequeno aumento no índice de inadimplência no primeiro mês já foi revertido e está voltando ao patamar pré-pandemia.

“Habitação é uma necessidade básica e alugar já é visto pelo americano como solução permanente, principalmente agora”, disse Vaz, apontando para outras bolhas financeiras que levam o americano médio, em especial os millenials (nascidos a partir de 1990), a desistirem de investir na casa própria: dívidas do crédito estudantil (US$ 1,4 trilhão), do cartão de crédito (US$ 1,08 trilhão) e do financiamento de automóveis (US$ 1,3 trilhão).

Para os investidores, Vaz mostrou os excelentes indicadores econômicos do Texas – o estado que mais cria empregos nos EUA – para justificar a confiabilidade do segmento imobiliário operado pela CONTI como opção de investimento. “O Multifamily está sendo considerado um ‘porto seguro’ para investidores e fundos nesse período de abrupta instabilidade do mercado de ações”, disse Vaz.

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