Hospital Antônio Giglio já conta com sala de terapia para receber plasma de curados do novo coronavírus
O prefeito de Osasco, Rogério Lins, esteve no Hospital Municipal Antônio Giglio na terça-feira, 15/6, vistoriando as instalações da nova Sala de Terapia de Plasma Convalescente, recém-implantada na unidade e que será a Central de Terapia Transfusional de plasma (de doadores curados do novo coronavírus), para tratar pacientes da covid-19 que estejam na fase inicial dos sintomas, mas não necessariamente internados.
A biologista Kátia Cristina Donner São Félix, responsável pelo Banco de Sangue do Hospital Municipal, explicou que para ter efeito, o tratamento deve ser iniciado precocemente em pacientes infectados já no início do ciclo da doença, ou seja, até 72 horas do aparecimento de sintomas (tosse, febre, dor de garganta, coriza) para que haja boa eficácia no tratamento e assim ofereça maior oportunidade de recuperação, evitando um agravamento da doença.
Segundo Kátia, não são todos que podem receber o plasma. Um médico é quem pode avaliar e saber se a pessoa tem elegibilidade para receber o plasma convalescente.
“O procedimento para a transfusão do plasma convalescente no paciente é simples e dura em torno de 1h30 a 2h. Após esse período, a pessoa recebe alta e é acompanhada pelas equipes da saúde”, complementou a biologista.
As doações dos plasmas convalescentes não serão feitas no Hospital Municipal. As bolsas doadas, que têm uma quantidade grande de anticorpos, serão oriundas do Instituto Butantan. O hospital é apenas o recebedor dos plasmas. Na terça-feira, 16/6, o Hospital Antônio Giglio recebeu as primeiras bolsas de plasmas enviadas pelo Instituto Butantan.
Inicialmente, as três unidades da rede municipal que serão atendidas com o tratamento de plasma convalescente são: o próprio Hospital Municipal Antônio Giglio e os Prontos-socorros do Ayrosa e Santo Antônio. Os pacientes de ambos os prontos-socorros serão levados por equipes da Saúde até a Sala de Terapia, onde receberão a transfusão e, ao término do processo, retornarão para suas respectivas unidades para acompanhamento médico.
A implantação do tratamento do plasma convalescente para tratar pacientes com Covid-19 é uma parceria do Instituto Butantan com a Prefeitura de Osasco. A ideia surgiu em maio deste ano, quando o prefeito Rogério Lins, ao buscar novas alternativas para combater a covid-19, esteve no Instituto para saber um pouco mais sobre esse procedimento. O prefeito Rogério Lins e o secretário de Saúde, Dr Fernando Machado, foram convidados pelo Instituto Butantan para conhecer o procedimento, devido aos bons resultados no enfrentamento à Covid-19 que a municipalidade está apresentando, conforme relato do próprio diretor técnico, professor Dr. Dimas Covas, que apresentou a proposta de implantação da Terapia de Plasma Convalescente em Osasco.
Na ocasião, o professor Dr. Dimas Covas explicou como o procedimento tem ajudado alguns municípios, como Araquarara e Santos, e hospitais da cidade de São Paulo que também adotaram o plasma como tratamento. “Os grandes hospitais em São Paulo já estão usando o plasma. A gente percebeu que de 30 a 40% dos pacientes que adotaram o procedimento não tiveram evolução do quadro. Mas a pessoa estar no estágio inicial da doença é fundamental”, apontou.
Saiba mais
O tratamento com plasma, que é a parte líquida do sangue, já foi adotado no combate a outras doenças, como na pandemia da gripe espanhola em 1918. Quando uma pessoa contrai um vírus como o da COVID, o seu sistema imunológico cria anticorpos, que podem ser encontrados no plasma. Através de um processo de doação de sangue, esse plasma rico em anticorpos pode ser coletado de uma pessoa curada da doença e depois aplicado em paciente doente.
Participaram da reunião ao Instituto Butantan, além do prefeito Rogério Lins, o secretário de Saúde, Fernando Machado, de Comunicação, Thiago Silva, e a assessoria técnica municipal.