Audiência Pública esclarece sobre prevenção e tratamento ao câncer de mama

Evento da Comissão da Mulher faz parte da programação de Outubro Rosa da Câmara de Osasco

Uma Audiência Pública na noite da última quarta-feira (20) discutiu políticas públicas em vigência no município de Osasco sobre prevenção e tratamento do câncer de mama. A programação, alusiva ao Outubro Rosa – mês de prevenção à doença – foi definida pela bancada feminina, em parceria com a Comissão da Criança, Adolescente, Juventude e Mulher da Câmara de Osasco, que tem à frente a vereadora Lúcia da Saúde (Podemos).

O encontro teve participação de representantes da área da saúde, da OAB Osasco, de mulheres que venceram o câncer de mama e dos vereadores Adauto Tô Tô (PDT), Ana Paula Rossi (PL), Cristiane Celegato (Republicanos), Elsa Oliveira (Podemos) e Lúcia da Saúde (Podemos).

O primeiro a usar a palavra foi o vereador Adauto, que é membro da Comissão da Mulher. O parlamentar falou sobre o problema da falta de apoio da família, que muitas mulheres ainda enfrentam quando recebem o diagnóstico da doença.

“Quero deixar esse recado para que as famílias entendam uma pessoa, uma mulher  diagnosticada com câncer. A família tem que ficar do lado, tem que ajudar a buscar solução”, declarou.

Em seguida a médica ginecologista da Maternidade Amador Aguiar, Dra. Sandra Moraes, passou dicas e orientações sobre como prevenção, com foco no autoexame das mamas e conseguir identificar o câncer a tempo, como forma de salvar vidas. “O mais importante de tudo é fazer o diagnóstico e o tratamento precoces”, resumiu.

Depoimentos

A empreendedora Joyce Cassiano dos Santos e a psicóloga Anna Marry usaram a tribuna para contar suas experiências com o câncer de mama. As duas venceram a doença e transformaram as experiências vividas em combustível para ajudar a empoderar as mulheres na luta contra o câncer.

Como pacientes que enfrentaram o tratamento com sucesso, as duas defenderam o apoio dos familiares, amigos e profissionais da saúde como elemento fundamental na luta contra o câncer. “O trabalho que eu faço é voltado para mulheres, com mulheres. Temos que nos amar e nos cuidar”, diz Joyce, que venceu o câncer há 11 anos e hoje trabalha como consultora de imagem voltada ao bem-estar feminino.

Anna Marry foi diagnosticada no final de 2019 e, após a cura, decidiu escrever um livro em parceria com a Santa Casa de São Paulo para ajudar outras mulheres a enfrentarem o câncer com coragem e determinação.

Políticas públicas

A presidente da OAB Osasco, Dra. Maria José Bonetti, usou a tribuna para lembrar que a legislação federal oferece isenções e outros benefícios para portadores de câncer.  “A OAB Osasco quis contribuir de uma forma efetiva com esse tema e preparou uma singela cartilha reunindo os direitos das pessoas portadoras de neoplasia grave”, destacou.

Representando a maternidade Amador Aguiar, as diretoras de gestão, Érika Negreiros, e de enfermagem, Mayla Pereira, falaram sobre a importância da humanização do atendimento como forma de acolher as pacientes de câncer.

“É preciso escutar o que a pessoa está falando, não importa a sua situação dentro do sistema. Como seres humanos, temos a responsabilidade social de ajudar o próximo”, defendeu Érika Negreiros.

De acordo com a gestora, o atendimento primário é de responsabilidade das Unidades Básicas de Saúde (UBS). O próximo passo é o atendimento secundário, dentro do ambulatório da Maternidade Amador Aguiar, que oferece mastologista, serviços de biópsia, encaminhamento para mamografia e ultrassom de mamas pela rede estadual, dentro de Osasco, por meio da Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS).

Érika lembra que a maternidade está passando por reforma e as obras vão garantir a melhoria do atendimento às pacientes.

Bancada feminina

As vereadoras que compõem a bancada feminina reforçaram a importância das ações de prevenção ao câncer de mama e defenderam o fortalecimento da rede de saúde como garantia de agilidade no atendimento para salvar vidas.

A vereadora Lúcia da Saúde contou o caso de sua cunhada, que veio a falecer devido a um diagnóstico equivocado. “Eu queria dizer que o amor também salva vidas, porque quando você tem a presteza no atendimento, isso é muito importante e leal”, declarou.

Juliana da AtivOz defendeu o fortalecimento do Sistema Único de Saúde como forma de melhorar o tempo entre o diagnóstico e o atendimento. “Se uma pessoa espera o tratamento durante seis meses, são seis meses de vida que ela está perdendo para o câncer”, lamentou.

A vereadora Cristiane Celegato pediu mais empatia por parte das pessoas. “O carinho, a atenção, o amor e o cuidado farão toda a diferença na vida daquela pessoa que quer sobreviver”, disse.

Na mesma linha de raciocínio, Elsa Oliveira falou sobre a necessidade de sororidade. “Mais do que qualquer diagnóstico, qualquer tratamento, é saber como a gente vai acolher o outro”.

Ana Paula Rossi defendeu que a questão da prevenção seja constante. “A gente sempre está atuando no Outubro Rosa, mas também é uma campanha que tem que ser permanente. Tem que ter esse cuidado, esse olhar diferenciado, esse acolhimento durante todo o ano”, concluiu.

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