Parlamentares cobram mais agilidade do estado nos procedimentos de saúde

A área da saúde esteve em pauta durante a 6ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Osasco, realizada na última terça-feira (22). A discussão do tema mobilizou os parlamentares, que não pouparam críticas ao governo do estado diante das dificuldades enfrentadas pela população para a realização de cirurgias e exames de alta e média complexidade.
A Moção de Repúdio n.º 43/2022, de autoria da vereadora Lúcia da Saúde (Podemos), fomentou o debate. Por meio do documento, a parlamentar criticou os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) do governo do estado de São Paulo, pela interrupção do serviço de cirurgias.
“Eu fiz essa moção até para chamar a atenção do governo do estado. Por que acontece que as nossas cirurgias estão paradas desde o início da pandemia”, justificou a parlamentar na Tribuna.
Ainda de acordo com a vereadora, a questão do acesso às cirurgias ainda é mais deficitária, uma vez que a população de Osasco precisa recorrer à AME da cidade vizinha de Carapicuíba.
Os parlamentares também criticaram o trabalho da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), que faz a operacionalização das atividades de regulação da oferta assistencial disponível às necessidades imediatas do cidadão.
Segundo Lúcia da Saúde, há pacientes esperando na fila para atendimento de câncer há mais de 90 dias. “O estado está de brincadeira. Temos que nos unir e fazer valer. Não podemos deixar nossos entes queridos morrerem”, acrescentou.
Presidente da Comissão de Saúde e Assistência Social do Legislativo, o vereador Michel Figueredo (Patriota) reforçou que há centenas de pessoas esperando pela realização de exames para fechar diagnóstico e poderem fazer cirurgia, assim como outras centenas esperando por atendimento na consulta com médico especialista.
“Existem especialidades de alta complexidade que ficam na mão do Cross. Pacientes com glaucoma esperam cinco anos para passar por um especialista”, explicou.

Construção de AME
Atento à questão, o vereador Paulo Júnior (PP) apresentou Moção de Apelo ao governo estadual para a construção de AME em Osasco. O parlamentar sugere que o equipamento público seja instalado no bairro Jardim Roberto, nas antigas instalações do Sesi.
O presidente da Câmara, vereador Ribamar Silva (PSD), endossou o discurso dos colegas ao afirmar que uma cidade do porte de Osasco não ter uma AME representa uma perda muito grande. “Com certeza nós vamos trabalhar e fazer essa reivindicação ao governo do estado para que tenha bons olhos para a nossa região”, pontuou.
Para o vereador Pelé da Cândida, o debate sobre as AMEs é de fundamental importância, tendo em vista o aumento da demanda de atendimento gerada pela crise econômica. “Muitos deixaram de pagar convênio para poderem comer e, infelizmente, as pessoas estão morrendo na fila”, alertou.
Outro parlamentar que defendeu o debate sobre o tema foi Délbio Teruel (DEM), que relatou a existência de fila para tratamento de vários tipos de câncer, como no pâncreas, pele, pulmão, mamas, ovário, estômago, laringe, linfoma e leucemia.
“É importante discutir esse tipo de coisa para melhorar a nossa cidade, porque o governo do estado não está dando a devida atenção ao problema”, concluiu.
Ao abordar a deficiência no acesso aos serviços, o vereador Carmônio Bastos defendeu ações alternativas, como a realização de convênios com clínicas particulares. “É uma fila que existe há muitos anos e só vem aumentando. Talvez não por falta de gestão do governo, mas por falta de profissionais no mercado”, declarou.

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