Médica orienta sobre cuidados com doenças respiratórias no outono
Especialista explica quais são os sintomas de gripes, resfriados e alergias, comuns nessa época do ano, e de Covid-19. Atividade física, higiene e alimentação ajudam a fortalecer a imunidade.
Mudanças bruscas de temperatura e baixa umidade do ar são características do nosso outono/inverno. Nesta época é mais comum ambientes fechados, pouco arejados, o que contribui para proliferação de vírus e doenças respiratórias. Dra. Maura Neves Otorrinolaringologista da ABORL-CCF explica que devido o surgimento da COVID-19 devemos redobrar os cuidados para evitar contágio deste e outros vírus – além das doenças respiratórias comuns nesta época do ano como rinite, sinusite, dentre outras.
“É importante aderir à campanha de vacinação contra gripe e Covid-19 que teve início no começo do mês, dessa forma existe menos riscos de contrair gripe, resfriados e pneumonias. Sendo assim o organismo fica mais resistente e o sistema imunológico mais forte, menos suscetível inclusive a COVID-19 e consequentemente menos chances de superlotar o sistema de saúde.” Explica a especialista.
Abaixo a médica explica os sintomas e causas das principais doenças de outono/inverno:
- Covid-19: o contágio se dá através de inalação de gotículas com o vírus. Estas gotículas podem ser originadas de espirros ou tosse de alguma pessoa já contaminada ou através das nossas mãos contaminadas (ao serem levadas a face, boca, olhos, nariz). Por este motivo as medidas de higiene adotadas com lavagem de mãos, álcool gel (que mata vírus de gripe e coronavírus) e evitar o contato direto com outras pessoas reduz o contágio.
- Asma: caracterizada por espasmo da musculatura dos brônquios, que causa dificuldade de respirar, chiado e aperto no peito, respiração curta e rápida. Os sintomas pioram de noite e nas primeiras horas da manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos, à exposição a alérgenos, à poluição ambiental e às mudanças climáticas. Desta maneira, a asma é causada por fatores alérgicos ou irritativos na via respiratória.
- Bronquiolite: infecção viral dos bronquíolos, que tem início do quadro com leve resfriado, que progride após 2 a 3 dias com chiado no peito, tosse, fadiga respiratória, cianose e febre. A infecção apresenta graus variáveis de gravidade: de leve a severa, necessitando de internação em UTI. O principal causador é o vírus sincicial respiratório.
- Resfriado: coriza, espirros, obstrução nasal, dor de garganta, tosse e rouquidão são os sintomas da doença, que é causada por vírus. Duração de 3 a 7 dias.
- Gripe: os sintomas dos resfriados são acompanhados de febre e são causados por vírus. Duração de 3 a 7 dias.
- Pneumonia: infecção bacteriana ou viral no pulmão. Causa tosse, falta de ar, dor torácica e febre. Pode ocorrer tosse com expectoração.
- Sinusite: infecção viral ou bacteriana dos seios da face. Causa sempre obstrução nasal e secreção amarelada (critérios diagnósticos maiores). Alguns pacientes podem apresentar dor de cabeça, dor nos dentes superiores, tosse e febre.
- Rinite: causa alérgica ou irritativa. Os sintomas são obstrução nasal, coriza clara, espirros e coceira (nariz, céu da boca, olhos, ouvidos).
- Otite: infecção bacteriana da orelha média. Causa dor de ouvido, altercação auditiva e febre. Em alguns pacientes pode ocorrer ruptura timpânica com saída de secreção.
Dra. Maura reforça que é importante seguir algumas orientações para evitar essas doenças:
- Controle ambiental e dos ácaros;
- Manter o ambiente ventilado e realizar limpeza frequente com pano úmido;
- Encapar colchões e usar revestimento impermeáveis (corino, courvim, napa etc.) em estofados e almofadas, evitar tapetes grandes e carpetes, pelúcias, pilhas de jornais e revistas, madeiras e outros itens que retém poeira e mofo;
- Trocar e lavar a roupa de cama com água quente pelo menos a cada duas semanas;
- O travesseiro deve ser colocado no sol várias vezes por semana e trocado por um novo com frequência. Deve ser realizada a aspiração do pó de colchão, cortinas, tapetes e estofados semanalmente;
- Manter animais fora de casa ou, pelo menos, fora do quarto de dormir. Lavar as mãos após contatos com animais. Cães e gatos devem tomar banho semanal;
- As janelas devem ficar abertas e o ambiente bem ventilado nos casos relacionados a ácaros e mofo e devem ficar fechadas (ou bloqueadas com tecido grosso) nos casos relacionados a pólen de gramíneas e árvores na época de polinização.
Entre as medidas de suporte para os sintomas, estão:
– Aplicar solução fisiológica no nariz em forma de aerossol ou spray, ou com o auxílio de uma seringa, ajuda a aliviar os sintomas e a congestão nasal através da hidratação e fluidificação das vias aéreas;
– Para amenizar os desconfortos respiratórios, uma opção são os umidificadores de ar, especialmente em dias com umidade relativa do ar mais baixa. Mas, é preciso ficar atento para não deixá-lo ligado por períodos longos, uma vez que o excesso de umidade pode colaborar com a proliferação de fungos e bactérias. “O ideal é manter o aparelho ligado em uma intensidade baixa e uma porta ou janela aberta para escape e por períodos curtos.” Completa Dra. Maura Neves.
-Outra medida mais econômica e efetiva é colocar uma toalha de rosto úmida no quarto de dormir, perto da cama. Já as bacias não são efetivas porque a superfície e evaporação são pequenas;
– Não se esquecer da recomendação universal que é a hidratação, ou seja, ingerir bastante água.
Sobre Dra. Maura Neves
- Otorrinolaringologista
- Formação: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
- Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP
- Residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP
- Fellowship em Cirurgia Endoscópica Nasal no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP
- Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial – ABORL-CCF
- Doutorado pelo Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital das Clinicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo — USP