Festivais geek e de cerveja artesanal misturam cultura nerd e gastronomia no Dom José
Você prefere linguiça cuiabana ou costela texana? Perfomances de personagens cosplay ou batalhas medievais muito próximas da realidade? Tudo esteve disponível neste último fim de semana no Parque Municipal Dom José, onde ocorreu o Harmonize Bier Fest 3 (Festival de Cervejas Artesanais) nos dias 6, 7 e 8, e o 2º Festival Geek Ironstorm, que aconteceu no sábado, dia 7, com o apoio da Secretaria de Recursos Naturais e Meio Ambiente (Sema) e o suporte da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult).
Os diversos expositores de cervejas artesanais permitiram a degustação de seus produtos e o frequentador podia escolher entre as dezenas de opções gastronômicas do Festival para acompanhar a bebida.
Bar nas alturas
Imagine uma plataforma de ferro retangular de 5,6 m x 3,5 m com um balcão de bar com 10 cadeiras içado por um enorme guindaste a 45 metros do solo. Assim é o Bar nas Alturas. Dentre todos os brinquedos, sem dúvida, o mais radical do Festival Harmonize Bier Fest.
Fábio Paschoal, engenheiro de segurança do trabalho e proprietário da atração, garante que o equipamento é seguro: “a capacidade é de sete toneladas, mas trabalhamos com menos da metade disso para termos uma boa margem de segurança”, afirma ele.
Todos os aventureiros têm que usar uma cadeirinha de náilon similar à dos esportes de aventura (rapel, tirolesa etc.). Dentro do balcão, dois funcionários prendem o cinto do usuário a um mosquetão num cano de ferro. “Mesmo que a pessoa tente se soltar, não vai conseguir”, garante Paschoal.
Se alguém passar mal ou entrar em pânico, o período de 15 minutos nas alturas é suspenso e o bar retorna ao solo imediatamente para assistência à pessoa. “Deu medo no começo, mas depois foi legal. Se deixassem, eu ficaria mais de uma hora lá em cima”, conta Beatriz Eugênio, de 24 anos, que atuou como Spider Gwen (namorada de Peter Parker, o Homem-Aranha).
Para os geeks e os nerds
No palco de cultura nerd e geek, diversas personagens dos games (Jack Sparrow, Mulher Gato, Rengare, Mandaloriano, Motoqueiro Fantasma, Pistoleiro, Boneco Assassino etc. apresentaram diferentes performances para o delírio dos fãs.
Logo foi a vez das batalhas medievais em suas várias modalidades (espada, machado, machadinho, escudo etc.). Os combatentes usavam elmos, protetores de pescoço, ombros, antebraços, mãos, joelhos e de canelas. Tudo construído em ferro 1070.
Para maior segurança dos praticantes, as pontas e lâminas das espadas e também dos machados não têm corte. Vence quem somar mais pontos desferindo golpes na cabeça (dois pontos) e no peito, braços e pernas (um ponto).
Sabrina Paz, de 14 anos, moradora do Jardim Tupanci, não vê incoerência entre essas batalhas e o universo geek, tido como integrado por pessoas comprometidas com a modernidade e extremamente voltadas para o mundo da alta tecnologia. “Em vários games, tais como ‘O Senhor dos Anéis’, é comum esse tipo de batalha”, conta ela.
Entre um combate e outro foram passadas informações sobre a época, o país e os trajes das lutas. Os combatentes (grande parte praticantes de artes marciais), têm que encomendar réplicas de trajes de lutas, que pesam cerca de 30 quilos e custam mais de R$5 mil.
Todos eles são praticantes de HMB (Historical Medieval Battles), modalidade esportiva que ganha adeptos no Brasil. Como há pouquíssimos profissionais no Brasil que constroem os trajes, muitos acabam importando-os da Argentina.
Muitas gincanas (“jogo das cadeiras”, “vivo ou morto” e testes de conhecimentos gerais) com distribuição de brindes animaram a galera, que à tarde se divertiu com apresentações de várias bandas de rock n’ roll, o ritmo preferido desse público.
Por onde quer que transitassem no Festival, as personagens de games e os combatentes de lutas medievais eram muito requisitados por frequentadores de todas as idades para tirarem fotos.