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Estudantes do curso técnico de Química desenvolveram um projeto para reaproveitamento de máscaras descartáveis

A pandemia da Covid-19 promoveu uma verdadeira explosão na produção de máscaras descartáveis em todo o mundo. Hoje, não é incomum vê-las espalhadas pelas calçadas. O descarte incorreto do produto, que contribuiu para salvar milhões de pessoas, transformou-se num problema ambiental. Segundo o Instituto Akatu, ONG voltada para conscientização e consumo consciente, desde o início da pandemia, mais de 12 bilhões de máscaras foram parar no lixo, mas também nos oceanos, rios e nas ruas das cidades.

Diante desse cenário, estudantes do curso técnico de Química da Escola Técnica Estadual (Etec) Dr. Adail Nunes da Silva, de Taquaritinga, desenvolveram um projeto para reaproveitamento de máscaras descartáveis e descobriram que é possível transformá-las em plástico altamente resistente. 

A ideia nasceu durante o desenvolvimento do Projeto de Conclusão de Curso (TCC) de quatro alunos do Ensino Médio Integrado ao Técnico de Química. O grupo formado por Maria Eduarda Rogério de Oliveira, Larissa dos Santos, Rafael Teixeira de Aquino e Thaisa Camargo Soares queria fugir do convencional e integrar os conhecimentos do curso técnico de Meio Ambiente, já que Rafael e Thaisa também são alunos deste curso, oferecido na mesma unidade.

Sob a supervisão das orientadoras Lais Coletto, Andreza Zambelli e Maria Leonor Beneli Donadon, o grupo deu início ao projeto para contribuir com a conscientização da importância do descarte adequado, mas também avançaram sobre alternativas de reaproveitamento do material. “A orientação das professoras foi muito importante para a escolha do tema da atividade”, conta Rafael. “Elas nos ajudaram a pensar fora da caixinha para desenvolver um projeto inovador, indo além de um trabalho de TCC habitual.”

O primeiro passo foi coletar o material em eco pontos espalhados pelo prédio da Etec, onde os estudantes, docentes e colaboradores da comunidade escolar depositaram as máscaras usadas para o projeto. Após três meses de coleta, os acessórios foram recolhidos e derretidos em uma mufla, forno elétrico que alcança altas temperaturas, disponível no laboratório da unidade. Após o processo, as máscaras se transformaram em um plástico ultrarresistente que recebeu o formato de um tijolo.

Segundo os estudantes, a substância obtida pode ser moldada em qualquer formato. A próxima fase do projeto é estudar a aplicação do material resultante da experiência. A princípio, eles estão analisando a possibilidade de produzir objetos que possam ser utilizados no dia a dia, principalmente na própria unidade, como: telhas, divisórias, baldes, mesas e banquetas.

Como reconhecimento científico do projeto, os estudantes foram convidados pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara para participarem do Congresso de Iniciação Científica e da Jornada Farmacêutica. A inciativa dos alunos chamou a atenção de docentes da graduação, além de deixar os cientistas encantados com a ideia e o aprimoramento científico dos alunos.  A participação no encontro acadêmico foi uma oportunidade de divulgação e gerou novos convites para outros eventos. “A Etec promove uma mudança na vida desses alunos, proporcionando experiências únicas que eles só teriam na universidade”, conta a professora orientadora Maria Leonor.

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