Infecção por Covid-19 pode desencadear doenças autoimunes, induzir surtos ou recaídas da imunidade
O número de casos conhecidos de Covid-19, no Brasil, está em aproximadamente 24.203 casos por dia e uma média de 145 óbitos diários, só nesta primeira semana de janeiro de 2023. No total, já foram registradas 694.032 mortes e 34.377.696, de casos desde o início da pandemia. De acordo com o Consórcio de veículos de imprensa, estes números indicam uma tendência de estabilidade, mas isso não significa que a doença tenha sido superada.
Muito pelo contrário, pessoas que foram infectadas em algum momento ainda correm riscos devido a relação entre defeitos congênitos da imunidade e a infecção, autoinflamação e autoimunidade, que continuam representando um desafio clínico frequente para pacientes e médicos. A infecção por SARS-CoV-2 é um exemplo dramático dessa complexa conexão.
De acordo com o Dr. Javier Carbajal, imunologista, pacientes com problemas de imunidade (Imunodeficiências Primárias) têm um risco maior de desenvolver uma doença autoimune e doenças inflamatórias, muitas vezes, associadas às infecções. Principalmente, devido à desregulação basal do seu sistema imunológico.
As diferentes manifestações inflamatórias e autoimunes podem complicar a infecção por SARS-CoV-2 (Covid). Seja durante o processo da doença, semanas ou até meses após a sua ocorrência. Como também em casos que se julgaram assintomáticos, ao menos inicialmente no processo da infecção. A infecção pode desencadear doenças autoimunes, como também podem induzir surtos ou recaídas destas doenças por meio de diferentes mecanismos imunológicos.
Sabe-se que evidências acumulativas implicam em que o SARS-CoV-2 tem a capacidade de atuar como um efeito de gatilho, possivelmente pré-existentes, de defeitos congênitos da imunidade, induzindo a hiperestimulação do sistema imune e, levando à hiperinflamação e ou síntese de múltiplos autoanticorpos. Em decorrência disso, desencadeando a doença autoimune ou auto inflamatória.
“Várias doenças já foram descritas durante ou após a infecção pelo SARS-Cov-2. Entre elas estão as Síndromes de Guillain-Barré, Miller Fisher e de Taquicardia Pós-ortostática. Também foram descritas Polineurite Cranial, Anemia Hemolítica Autoimune, Púrpura Trombocitopênica Imune, Doença de Graves, Lúpus Eritematoso Sistêmico, Síndrome Antifosfolípide, Artrite Viral, Artrite Reumatoide, Psoríase e Polimiosite, além da detecção de diferentes autoanticorpos como, por exemplo, anticorpos antinucleares, anticorpos antifosfolipídeos etc, e muito outras deverão surgir. Por isso, é tão importante estar com a carteira de vacinação em dia”, finaliza o Dr. Carbajal.