Palestra aprimora profissionais de farmácia no combate ao tabagismo
Com a presença de vários profissionais da rede municipal de Saúde de Barueri e também convidados dos municípios de Santana de Parnaíba, Cajamar e Carapicuíba, foi proferida no auditório do Centro de Especialidades na sexta-feira, dia 2, a palestra “Atuação do Farmacêutico na Equipe Multiprofissional em Grupos de Tratamento do Tabagismo”.
Valderi Luiz dos Santos, farmacêutico-bioquímico da Unidade Básica de Saúde (UBS) Benedito de Oliveira Crudo, foi o palestrante. “O objetivo é enaltecer a importância do profissional farmacêutico, que pode contribuir com conhecimentos técnicos no apoio ao processo de cessação do hábito de fumar nas equipes multiprofissionais dos vários grupos que há no município”, afirma.
“Muitas vezes o profissional farmacêutico fica restrito à parte logística (recebimento e dispensação de medicamentos) nas UBSs e nos grupos antitabagistas. Ele pode atuar muito mais diretamente com os outros profissionais das equipes multiprofissionais, principalmente com os médicos”, complementa ele.
Ana Paula Taveira, nutricionista e graduanda em Farmácia, atuante em um grupo antitabagista na Secretaria de Saúde de Cajamar, explica por que participou. “Vim para complementar as atividades da faculdade e aprimorar meus conhecimentos para atuar no nosso grupo. A maior dificuldade que encontramos no nosso dia a dia é o fornecimento dos insumos por parte dos governos federal e estadual”, conta ela, que estava acompanhada de Mathilda Emma Jaffré, profissional chilena de Saúde, que atua em Alphaville.
O tabaco e os desafios
O palestrante abordou as várias questões (comportamentais, afetivas e químicas) que levam os seres humanos a começarem a fumar e principalmente as dificuldades que têm para abandonar o vício. Em tempos remotos, o fumo era considerado terapêutico por tribos indígenas da América. O hábito foi incorporado por exploradores europeus, que o espalharam pelo mundo.
Somente em 1953 Ernst Wynder, um médico alemão radicado nos Estados Unidos, conseguiu comprovar através de estudos que o cigarro era maléfico à saúde. As propagandas diretas na mídia e subliminares através do cinema sempre atraíram muitos jovens para o vício.
O Brasil arrecada anualmente pouco mais de R$ 12 bilhões em impostos sobre produtos fumígeros, mas gasta mais de R$ 125 bilhões na recuperação dos doentes (cardiorrespiratórios em sua maioria). Preocupado com essa defasagem, foram promulgadas leis que proíbem propagandas e adotadas medidas de combate à evasão fiscal provocada pelo cigarro clandestino.
Atualmente o desafio dos profissionais de saúde é também desmistificar a população quanto ao uso do cigarro eletrônico e do narguilê, que são tidos como inofensivos à saúde, mas têm um poder de destruição ainda mais nefasto que os cigarros convencionais.