O dermatologista no hospital: um protagonista em ascensão

membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia
No último final de semana, estive presente no 11º Congresso TeraDerm, realizado em São Paulo. Como membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, acompanhei de perto uma programação intensa e extremamente relevante — e é justamente sobre isso que quero compartilhar com você, leitor da coluna Sob a Pele.
O TeraDerm é reconhecido por sua abordagem prática, clínica e terapêutica. E nesta edição, ficou evidente o quanto o médico dermatologista tem papel fundamental dentro do ambiente hospitalar. A participação ativa em diversos painéis e discussões reforçou que a nossa atuação vai muito além do consultório.
Uma atuação integrada e essencial
A programação contou com 30 blocos de debates interativos, e destaco aqui os que mais me marcaram: os painéis sobre dermatologia hospitalar, manejo de pacientes internados, urgências dermatológicas, complicações de procedimentos estéticos, e uso de tecnologias como laser, ultrassom e luz intensa pulsada em contextos clínicos mais complexos.
A mensagem foi clara: o dermatologista é indispensável dentro de um hospital. Somos nós quem avaliamos e conduzimos casos dermatológicos agudos em pacientes internados, ajudamos a diagnosticar manifestações cutâneas de doenças sistêmicas, tratamos complicações cirúrgicas e estéticas, e ainda colaboramos com equipes multidisciplinares em oncologia, infectologia, reumatologia, entre outras especialidades.

Casos complexos e decisões clínicas
Um dos momentos mais ricos do congresso foi a sessão prática de manejo hospitalar. Casos clínicos reais foram discutidos com profundidade, evidenciando o quanto nosso olhar especializado pode fazer a diferença na definição do diagnóstico e no sucesso do tratamento. Também debatemos as crescentes complicações estéticas decorrentes de procedimentos mal realizados fora do ambiente médico — situações que frequentemente chegam aos prontos-socorros e exigem nossa intervenção rápida e precisa.
Valorização e protagonismo
Outra pauta relevante foi a defesa da atuação médica especializada, incluindo o fortalecimento institucional da dermatologia junto ao Congresso Nacional e ao Judiciário. Essa valorização é essencial, pois garante à população um cuidado mais qualificado e seguro, especialmente em contextos hospitalares, onde a complexidade dos casos exige preparo técnico e visão clínica apurada.
Volto do TeraDerm ainda mais convicta de que o hospital precisa do dermatologista — não como apoio eventual, mas como parte integrante da equipe de cuidados. Que esse protagonismo continue crescendo e sendo reconhecido, para que possamos oferecer à população um cuidado cada vez mais completo, humano e eficaz.
Até a próxima edição da Sob a Pele!
