Quando a pele fala, só o Dermatologista entende

A nossa pele fala. Ela se manifesta em sinais, sintomas e alterações que muitas vezes vão além do que os olhos conseguem perceber. Por isso, entender o que a pele quer dizer é tarefa de quem estudou profundamente para ouvir, interpretar e cuidar. Esse é o principal recado da campanha da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD): problemas de pele devem ser tratados por médicos especialistas.
Como médica, membro da SBD, reforço esse alerta. Estamos vivendo um momento em que a informação circula muito rápido, mas nem sempre com responsabilidade. É comum ver pessoas recorrendo a receitas caseiras, dicas da internet ou influenciadores digitais para tratar acne, manchas, alergias ou até feridas. O risco disso é alto: automedicação, agravamento da doença, uso incorreto de produtos e atrasos no diagnóstico de condições sérias.
Muita gente não sabe, mas a pele pode ser o primeiro lugar onde doenças internas se manifestam. Uma simples mancha pode indicar um distúrbio hormonal, uma infecção, uma reação imunológica ou até um tipo de câncer. Alterações na textura, cor, sensibilidade ou na presença de feridas persistentes não devem ser ignoradas ou tratadas de forma superficial.

Condições como diabetes, lúpus, doenças hepáticas, renais e hematológicas frequentemente apresentam sintomas visíveis na pele. Além disso, doenças como psoríase, dermatite atópica, vitiligo, hanseníase e câncer de pele exigem conhecimento técnico e acompanhamento médico específico — e não há substituto para isso.
É por isso que a SBD reforça: somente o médico especialista tem a formação adequada para diagnosticar e tratar doenças da pele com segurança. Para ser dermatologista, o profissional precisa ter graduação em medicina, realizar residência médica ou especialização reconhecida pelo MEC e ser aprovado pela prova da própria Sociedade. Isso garante ao paciente um atendimento ético, seguro e embasado pela ciência.
Se você notar algo diferente na sua pele — coceiras persistentes, queda de cabelo acentuada, lesões que não cicatrizam, pintas que mudam de forma ou cor — não procure atalhos. Procure um médico, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Muitas vezes, o que parece pequeno pode ser o primeiro sinal de algo mais importante. E, quando a sua pele fala, só quem entende é quem se preparou para ouvir com responsabilidade.
