Desafios da população em situação de rua são debatidos na Câmara de Osasco

Evento abordou o acolhimento e a reinserção social

A Câmara Municipal de Osasco, por meio da Comissão de Políticas Afirmativas de Raça e Gênero, promoveu na noite desta terça-feira (19) uma Audiência Pública em referência ao Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua. A data marca o episódio conhecido como “Massacre da Sé”, ocorrido entre 19 e 22 de agosto de 2004, um dos mais violentos da história brasileira contra pessoas em situação de rua.

O encontro foi presidido pelo vereador Emerson Osasco (PCdoB), presidente da comissão, secretariado por Stephane Rossi (PL), e contou com a participação dos vereadores Heber do JuntOZ (PT) e Alexandre Capriotti (PL), além de Daniel Matias, secretário-adjunto da Secretaria de Assistência Social de Osasco.

Entre as entidades presentes, destacou-se a participação da ONG Médicos do Mundo (World Doctors), representada pelo ex-vereador Dr. Renato Bonin, que relatou as ações realizadas mensalmente em Osasco. Os atendimentos incluem serviços médicos, odontológicos, exames laboratoriais, fisioterapia, psicologia, assistência jurídica, nutrição, apoio veterinário e distribuição de alimentação.

“É fundamental reconhecer o desafio enfrentado por essas pessoas e buscar soluções que promovam acolhimento e reinserção na sociedade”, destacou Bonin.

Demandas da população em acolhimento

Eduardo Santos Laurindo, representante de pessoas em situação de acolhimento, apontou falhas no sistema de abrigos e defendeu maior capacitação dos profissionais. Ele também sugeriu a criação de protocolos integrados entre a Assistência Social e a Secretaria de Saúde.

“Muitas pessoas deixam o tratamento médico por medo de perder vaga nos albergues. Precisamos ampliar o atendimento, especialmente aos idosos, e reforçar a operação inverno”, afirmou.

Defesa de políticas públicas integradas

O vereador Emerson Osasco reforçou que a comissão está aberta para ouvir as demandas da população.

“Esta Casa de Leis dá voz a quem precisa ser ouvido”, disse.

Já o padre Arlindo Dias, da Associação Rede Rua, alertou para as violações de direitos humanos que atingem diretamente essa população.

“Pensar em uma cidade bonita é também pensar nas pessoas em situação de rua. É preciso acolher, criar moradia e garantir políticas públicas que ampliem renda, trabalho e tratamento para dependentes químicos”, defendeu.

Posição do Legislativo e do Executivo

A vereadora Stephane Rossi, relatora da comissão, esclareceu que a Câmara enviou convites a diversas secretarias municipais, reforçando a importância do trabalho conjunto.

O vereador Heber do JuntOz colocou seu mandato coletivo à disposição das instituições presentes para ampliar os debates.

“Não há soluções isoladas. É preciso tratar as pessoas em sua integralidade: trabalho, saúde, habitação e saúde mental”, declarou.

Representando o Executivo, Daniel Matias ressaltou as ações da Secretaria de Assistência Social.

“Estamos reformando o espaço de acolhimento no Rochdale. Houve aumento da população em situação de rua em Osasco, e reconhecemos que ainda é pouco diante da demanda existente”, explicou.

Encaminhamentos

Ao final, os membros da mesa diretora responderam perguntas do público e se colocaram à disposição para dar continuidade ao debate em futuras reuniões da comissão. Também participaram da audiência Paulo Cesário, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB Osasco; Horácio Luiz, do Atitude Positiva; e Samir Silva, presidente da ONG Médicos do Mundo.

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