Melhor passadora da Superliga, Camila Brait vive expectativa da primeira Olimpíada

No vôlei nacional, não existe jogadora mais identificada com uma equipe que Camila Brait. A líbero chegou em Osasco em 2008 e não saiu mais. Na temporada em que completa o 12° ano consecutivo defendendo a camisa osasquense, vive um dos melhores, senão o melhor, momento nas quadras. Com 70% de aproveitamento na recepção, ela lidera as estatísticas do fundamento na Superliga Banco do Brasil 2019/20. Tudo isso a poucos meses dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em julho, quando pretender realizar o segundo maior sonho da carreira, vestindo as cores do Brasil. O primeiro sonho ela já realizou. Atende pelo nome de Alice, tem dois anos e enche a vida da atleta de alegria.

“Meu sonho sempre foi ser mãe. Em 2014, falei que em 2016 iria ter um filho. Mas só parei de  tomar remédio (anticoncepcional) em março de 2107. Em 15 dias depois eu já estava grávida. A Alice estava comigo na final da Superliga daquele ano. Como descobri a gravidez na reta final do campeonato, fiz todo o acompanhamento médico para disputar aquela fase. Hoje, tudo o que eu faço é pensando na minha Alice”, conta Camila Brait.

A maternidade mudou não só a rotina de vida, mas a própria Camila Brait. “Fiquei mais madura depois da Alice. É incrível isso, mas agora consigo me entregar mais nos treinamentos e nas partidas. Me sinto mais confiante em quadra, inclusive para exercer uma papel de liderança. Depois que seu filho nasce, você passa a valorizar cada segundo, não só quando está com a criança, mas em tudo”, explica a atleta que foi eleita a melhor líbero da temporada 2018/19, mas não terminou a competição entre as primeiras colocadas nas estatísticas.

Se tiver a convocação confirmada para os Jogos do Japão, Camila Brait garante levar o mesmo espírito de luta que a transformou em referência no Osasco Audax/São Cristóvão Saúde para a Seleção Brasileira que vai lutar pelo tricampeonato olímpico. “Vestir a camisa do seu país em uma Olimpíada é o sonho maior de todo o atleta. Tenho trabalhado diariamente no clube sabendo que essa possibilidade existe. Vou seguir dando o meu melhor. Primeiro para levar Osasco a disputa do título da Superliga. Depois, tomara, para lutar por uma medalha olímpica”, completa ela, que retornou ao time nacional no ano passado, desistindo da aposentadoria anunciada antes da Olimpíada do Rio de janeiro, em 2016.

Experiência internacional não falta para a líbero. Além de já ter participados de ciclos olímpicos anteriores com a Seleção Brasileira, Brait foi um dos destaques na conquista do título mundial de clubes, em 2012. “Aquele campeonato foi um grande momento na minha carreira e para o Osasco Voleibol Clube. Todos nós temos muito orgulho daquele feito, ainda mais porque somos o único time feminino do Brasil dono desse troféu. Tenho muito a agradecer à cidade de Osasco, que me acolheu, e ao clube, especialmente ao Luizomar. Ele me conhece desde os 15 anos, das seleções de base. Depois, quando eu tinha 19, ele me chamou para jogar aqui. E aqui eu sou feliz. E aqui eu vou ficar”, completa.

De mãe para mãe – Ao lado de Jaque, Camila Brait tem sido escalada para o Time do Sonho, a seleção elaborada pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) a cada rodada da Superliga. A ligação das duas atletas é forte dentro e fora de quadra. “A Jaque é uma mãezona e eu sempre gosto de conversar com as mães do time. Damos muitas risadas juntas e está sendo muito legal votar a jogar com ela, que tem uma energia especial, sem falar na qualidade do seu jogo, especialmente no fundo de quadra, onde nos ajudamos muito na hora da recepção e defesa”, avalia a líbero de 31 anos.

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