AUXÍLIO EMERGENCIAL: Estudo aponta que programa precisa de melhorias para beneficiar população de forma mais “rápida e eficaz”

Desde que o Brasil entrou em crise econômica por conta do novo coronavírus, o Governo Federal tem realizado a operação do Auxílio Emergencial de R$ 600 para populações mais carentes da sociedade. Mas essa ajuda oferecida pelo Estado não pode terminar de forma “brusca”, além de já precisar de melhorias para abarcar uma maior parte da população que realmente necessita de auxílio. É isso o que aponta um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O documento é intitulado “As transferências monetárias federais de caráter assistencial em resposta à COVID-19: mudanças e desafios de implementação”. Em suas páginas, os pesquisadores da instituição apresentam alguns desafios enfrentados pelo programa e apontam sugestões para tornar essa ajuda mais eficiente. Letícia Bartholo é uma das coautoras da pesquisa e afirma que parte “expressiva” da população teve dificuldade com os canais de comunicação digitais. “É uma parcela da população que não costuma ter muita familiaridade com esse tipo de tecnologia”, pondera. 

Quando questionada se essa falta de intimidade com canais e recursos tecnológicos pode ser uma barreira no acesso dessas populações ao benefício, a pesquisadora respondeu acreditar que sim, mas não é o único desafio. “Bem, a barreira é o Estado não se adequar à população, às características da população que se quer atender. Não podemos culpar a população. Temos, como poder público, a responsabilidade de fazer um mecanismo de acesso que seja compreensível a essa população”, avaliou Letícia Bartholo.

Essa afirmação vai ao encontro a situação vivida pela dona de casa Sônia Azevedo. Ela afirma ter feito o cadastro corretamente, mas ainda não recebeu o auxílio e nem uma resposta sobre o motivo. “Fiz meu cadastro emergencial no dia 23 de abril e está em análise até hoje, sem que eu tenha nenhuma resposta”, explicou.
 
Para fazer o serviço chegar de forma mais rápida para a população que realmente faz jus a esse benefício, a pesquisadora Letícia Bartholo, acredita na necessidade de ampliar a comunicação e a transparência relativos ao programa. E isso abrange “não só colocar textos compreensíveis no aplicativo e no site, além de termos de fácil entendimento como, também, estabelecer outros canais de atendimento. Canais telefônicos, inclusive canais presenciais”, sugere. 

Letícia Bartholo explica que uma forma de tornar esse processo mais efetivo pode ser incorporar a rede de assistência social por meio de maior investimento na área, uma vez que “cada município já faz contato com a população mais vulnerável. O que pode formar uma rede para esclarecer e encaminhar essas dúvidas das pessoas corretamente para que elas possam acessar o auxílio emergencial”. 

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