Encontro do PSB e Fundação João Mangabeira discute o impacto da pandemia na segurança

O encontro que discutiu “o impacto da pandemia na segurança”, realizado virtualmente na última terça-feira (30/11), encerrou o ciclo de debates iniciados em março deste ano pelo PSB de Osasco e a Fundação João Mangabeira (FJM), com objetivo de estimular o debate de Autorreforma do PSB.

O evento, que foi promovido pelo professor Mário Luiz Guide, diretor nacional da FJM, contou com a participação do ex-governador de São Paulo e atual presidente nacional da FJM, Márcio França, do tenente coronel Paulo José Ribeiro, membro do Comando de Operações Especiais (COE) e do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) da Polícia Militar, da delegada Raquel Gallinati, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, da presidente do PSB de Osasco, professora Tereza Santos e do vereador Julião (PSB/Osasco).

De acordo com o tenente Paulo, a pandemia da Covid 19 impactou de forma avassaladora os profissionais da segurança pública, categoria que atua na chamada “linha de frente”, trabalhando em contato direto com a população. Ele conta que, no auge da pandemia, faltavam equipamentos de uso individual (máscaras, luvas, álcool em gel) e treinamento específico para esses profissionais. “Enquanto a comunidade se resguardava em suas casas, policiais civis, militares, guardas municipais, bombeiros e policiais federais estavam na rua, expostos ao vírus e com risco de levar a contaminação aos seus familiares e amigos”, ressaltou o tenente. Ele informou que em 2020 morreram no Brasil 716 policiais, sendo 472 vítimas da Covid contra 194 de homicídio e 50 de suicídio. “Além disso, 30% de todo o efetivo, cerca de 150 mil trabalhadores da segurança, foram afastados por Covid ao longo de 2020”. O aumento no número de suicídios entre as policiais femininas também foi registrado durante a pandemia, segundo o tenente. Na avaliação da delegada Raquel, São Paulo vive uma crise na segurança pública que perdura há mais de 30 anos, tendo como principal causa a falta de implementação de políticas públicas de segurança por parte dos governos. “Aqui em São Paulo, apesar do governo do Estado informar que houve uma diminuição nos índices de criminalidade, a gente sabe que não passa de marketing falacioso”, ressaltou a delegada que informou existir na polícia de São Paulo um déficit de mais de 15 mil efetivos, além da falta de viaturas e manutenção dos prédios.

Para ela, os governos de São Paulo não veem como prioridade a segurança da população. “Poderíamos ser hoje o Estado mais seguro da Federação, da América Latina, porque nós exportamos inteligência, nós exportamos conhecimentos das nossas polícias”, disse Raquel que espera ver o ex governador Márcio França novamente no comando do Estado por acreditar que ele tem um projeto muito bem estruturado para a segurança pública de São Paulo. “Nós temos conversado com o ex-governador Márcio França, temos apresentado a ele demandas e propostas, inclusive de uma reestruturação da polícia civil. Toda a sua ideia de segurança pública é muito bem desenhada, não é uma ideia superficial, baseada em marketing falacioso, é uma ideia real de solucionar a segurança pública”, finalizou esperançosa a delegada Raquel.

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