Atleta premiada na São Silvestre é prata da casa de Barueri

Que Jenifer do Nascimento Silva conquistou a melhor classificação (3º lugar) entre as brasileiras na última Corrida Internacional de São Silvestre muitas pessoas sabem. O que talvez não saibam é que nasceu em uma maternidade em Osasco em 17 de maio de 1991 por conta de um detalhe. 

Sua família está no Jardim Silveira há mais de 50 anos. Ela cursou o ensino fundamental nas escolas Alexandrino da Silveira Bueno e Alcino Francisco de Souza. Na escola Alayde Macedo ela concluiu o ensino médio.

Talvez influenciada pela visão que tinha de sua casa para a pista de atletismo do Complexo Esportivo do Jardim Silveira, da Secretaria de Esportes de Barueri, surgiu a sua paixão pelo esporte: “Acho que foi o atletismo que me adotou. Uma prima que treinava lá me convidou a participar, eu gostei e passei a obter bons resultados sob orientação dos técnicos Roberto Ramos de Campos, Clóvis Donizete Estevam e Rogério Pereira do Carmo”, lembra.

Os bons resultados conquistados nas competições pelo Grêmio Recreativo Barueri a levaram a conseguir descontos expressivos nas mensalidades do curso de Educação Física em uma universidade em Alphaville, onde ela conseguiu se graduar.

Aos 24 anos ela resolveu que estava na hora de crescer e foi aceita na equipe do E. C. Pinheiros, dirigida pelo técnico Cláudio Castilho. Ela é especialista nos 5.000 e 10.000 metros. “Consigo correr bem também nas provas de meia-maratona e de 15.000 metros (a exemplo da São Silvestre).

Jenifer disputou a São Silvestre pela primeira vez em 2017. No ano seguinte, conseguiu um troféu por ser a melhor brasileira na prova. “Espero que o exemplo das três brasileiras que subiram ao pódio nessa última corrida (3º, 4º e 5º lugares) possa influenciar outras mulheres a praticar o atletismo”, sonha.

Ela adverte que o atletismo requer muito esforço e disciplina: “Treino de segunda a segunda-feira em dois períodos (cerca de oito horas diárias), avisa. “A Jenifer precisou investir cerca de R$ 4.000,00 em tênis adequados e equipamentos neste ano, mesmo tendo sofrido quatro cortes nos salários em razão da pandemia”, recorda Romário Santos Viana, o marido, de 27 anos.

Eles são casados há pouco mais de um mês, mas nem moram juntos. Ela fica hospedada numa república (“alojamento”) que o E.C. Pinheiros mantém nas imediações do clube. “Precisava estar mais próxima da pista para os treinos diários”, relembra ela.

O marido é extremamente compreensivo porque deixou a carreira de atleta, mas vai voltar muito em breve. Ele será o guia do atleta paralímpico Júlio César Agripino, que é simplesmente o campeão mundial dos 1.500 metros, título conquistado em Doha (Catar) em 2019. 

As conquistas
Jenifer já foi campeã paulista, brasileira e sul-americana várias vezes em diversas categorias, mas ainda sonha com participações em campeonatos mundiais e nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024. “Pode-se chegar atingindo os índices ou tendo uma boa série de resultados. Vou tentar das duas maneiras”, afirma.

A São Silvestre feminina
Disputada pelos homens desde 1925, a primeira prova feminina da São Silvestre feminina ocorreu apenas em 1975. As estrangeiras dominam a pódio. Carmen Oliveira foi a primeira brasileira a vencer 20 anos depois. Roseli Machado ganhou no ano seguinte.

Maria Zeferina Baldaia venceu em 2001 e Marizete de Paula Rezende em 2002. A última brasileira a ocupar o lugar mais alto do pódio foi a mineira radicada em Brasília Lucélia Peres em 2006. Ela evitava disputar provas em que os prêmios das mulheres eram menores que os oferecidos aos homens.

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