Pré-candidato ao governo, Elvis Cezar fala sobre seus projetos para o estado de São Paulo

Com 19 anos de vida pública, 14 deles atuando como vereador e prefeito de Santana de Parnaíba, Elvis Cezar é considerado um dos principais políticos da região Oeste da Grande São Paulo.

Responsável por desenvolver um modelo de gestão pública que se tornou referência para prefeitos de todo o Brasil, Elvis ganhou destaque no cenário nacional, e conquistou vários prêmios e títulos.

Anunciado como pré-candidato ao governo do estado de São Paulo pelo PDT, partido do presidenciável Ciro Gomes, Elvis concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal A Rua.

Na ocasião, o pré-candidato falou sobre sua trajetória na vida pública e destacou os principais pontos de sua campanha, caso a mesma seja consolidada pelo partido, nas áreas da educação, saúde, empregabilidade, segurança pública e habitação.

Confira, a seguir, a entrevista.

Você já tem previsão de quem será seu vice-candidato?
Estamos trabalhando para isso. Venho tendo conversas com alguns partidos para tentar uma composição. Dentro de mais alguns dias nós estaremos com a chapa definida. Pretendemos fazer a convenção entre os dias 20 e 30 de julho.

O senhor tem uma pré-candidatura que podemos considerar de centro-esquerda. É isso mesmo?
Exatamente. Um posicionamento de centro-esquerda, que acredita muito no desenvolvimento e no apoio à indústria e à classe empresarial, mas sem esquecer das pessoas. Eu vislumbro o movimento pela educação e por uma saúde mais eficiente, porque é muito importante o cuidado com as pessoas.

Qual o panorama que o senhor faz do atual quadro de pré-candidatos ao governo de São Paulo?
O atual governador de São Paulo entregou, de última hora, bilhões em verbas e isso mostra que falta visão estratégica para o estado e ausência de boa gestão. Porque deixou tudo por último momento, se tinha o dinheiro? Porque não entregou antes? Isso mostra claramente a falta de gestão e a péssima estratégia eleitoral. Eu vejo ausência de liderança por parte do governador Rodrigo Garcia, que é a continuidade de João Doria. Márcio França fez uma eleição para governador e para prefeito de São Paulo, e ele tem indicadores baixos. Por outro lado, temos o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad , que fez uma eleição para presidente da república e também tem indicadores baixos. É necessário saber se, quando for colocar as cartas na mesa, o povo vai acreditar nesses candidatos. Que o governo atual não é a continuidade do João Doria, que uma pessoa que não entregou como prefeito pode entregar como governador. E ainda tem o oportunismo do candidato do Rio de Janeiro, que está sendo investigado pelo Ministério Público de São José dos Campos por fraude domiciliar. São coisas que o povo de São Paulo rapidamente vai descobrir.

E quais seus atributos para governar o estado de São Paulo?
Quando tentam me diminuir, eu falo que quem governa para 150 mil pessoas, consegue governar para mais. Quem tem o modelo, conhece, sabe e faz. Na gestão pública, quem governa bem para 150 mil vai governar bem para 45 milhões. Eu já fui validado, já ganhei prêmios como melhor gestor do Brasil e sou o único prefeito de uma cidade média, da história do estado, a presidir duas vezes o Conselho de Desenvolvimento Metropolitano de São Paulo. Fui presidente de 23 milhões de pessoas, de 38 cidades além da capital. Eu entreguei o Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana para o governo. As experiências que adquiri ao longo da gestão pública me dá uma prerrogativa para pensar no avivamento do estado de São Paulo.

Ciro Gomes, pré-candidato à presidência, é um importante aliado. Como estão as conversas entre vocês e o partido sobre como será a participação dele na sua campanha?
Eu já conheci muitos grandes políticos. Grandes oradores que trabalham com a emoção. Mas nunca vi um político que tem uma oralidade e um conhecimento técnico tão apurado como o Ciro Gomes. É difícil encontrar uma pessoa de uma preparação tão elevada. Ele vai fazer 15% dos votos de São Paulo, não tenho dúvida. Na hora que equalizarmos o voto do Ciro com o voto do Elvis, com a mesma linha de pensamento, com a estratégia política, eu tenho certeza que vamos dar um salto muito grande. Por isso, a participação do Ciro é fundamental para o processo do Brasil. Torcer para time de futebol é paixão. Política não é paixão. Política é preparação. É o que a gente tem de melhor para gerir o país. Estamos vendo a economia do país quebrada. Muitas pessoas passando fome em São Paulo. Eu nunca vi tantas mães com calculadora no supermercado, fazendo as contas para ver se o dinheiro dá para pagar a conta e isso é muito sério. Temos que ver o que essa política econômica atual está entregando para o país. Na política é preciso entender quem tem o melhor plano estratégico, com propostas, e que possa tirar o país de uma situação tão difícil. E a luz que eu vejo se chama Ciro Gomes. Em São Paulo a mesma coisa. Vamos manter 32 anos das mesmas pessoas no poder? Ou a gente vai entregar para quem não entregou quando teve a chance? A gente precisa mostrar para as pessoas que tem um projeto novo e que pode-se melhorar o Brasil. Estamos pensando e trabalhando o futuro dos nossos filhos, dos nossos negócios, das nossas profissões e o futuro do país e do estado de São Paulo. Eu acredito muito na força desse diálogo.

Quais são os pilares da sua pré-candidatura?
Em primeiro lugar a retomada da ECONOMIA. Quero criar uma política pública de primeiro emprego para a juventude, uma política pública de combate à miséria. Aliás, nunca a miséria foi tão grande em São Paulo. Isso é um sinal da total inércia da incapacidade de administrar. Eu acredito no empreendedorismo como uma alavanca de transformação social. Eu quero fazer um crédito específico para a mulher empreendedora, para fortalecer seus negócios. Para isso, vou utilizar o Bando do Povo. O governo não criou políticas públicas de retomada econômica. E as pessoas sabem que se lança o crédito, o empreendedor vai investir, vai pagar suas contas em dia, vai contratar, vai atrair mais clientes … é uma engrenagem. São Paulo tem uma agência financeira chamada Desenvolve SP, mas para conseguir empréstimo é uma burocracia gigantesca. Precisa estimular a economia. Outro ponto será fazer um movimento pela EDUCACÃO. Chega dos professores serem adversários do estado. Isso tem que acabar. Porque qual é a mensuração que você tem de adversários dando aula para a próxima geração? O que isso traz para o estado? Nada de bom. Eu vou respeitar, valorizar e capacitar os professores. Na escola, além de qualidade no ensino, precisa ter uma merenda boa, um ambiente bom. Também vou empregar a meta São Paulo, em que as 645 cidades do estado terão que bater uma meta de qualidade na educação. No ensino médio, oferecer uma educação pela empregabilidade, como eu fiz em Santana de Parnaíba. Educar para formar uma geração de vencedores. E aí a gente vai fazer a universalização do ensino superior. A primeira cidade que fez convênio com a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) foi Santana de Parnaíba, beneficiando 50 mil alunos até hoje. No governo do estado eu vou colocar 1 milhão de alunos na Univesp. A matéria já está lá. Eu tenho a USP, a Unesp e a Unicamp. Está tudo gravado, é só universalizar por meio do EAD e chegar em todas as cidades. Na SAÚDE eu criei um centro de controle de indicadores, em Santana de Parnaíba, com monitores e técnicos especialistas que acompanham a saúde passo a passo. Os 120 hospitais de São Paulo estarão conectados com o meu gabinete no palácio do governo. Então eu vou saber qual é a necessidade de cada cidade. Vou acompanhar a fila de cirurgia, de diagnósticos… quais as especialidades que têm maior problema. Vou revolucionar o atendimento médico no estado de São Paulo por meio da telemedicina, acabando com as filas e dando oportunidades de atendimento a todos. Na SEGURANÇA PÚBLICA, chega dos policiais serem adversários do governo. Os policiais precisam ser respeitados e valorizados. O efetivo da Polícia Militar nunca foi tão baixo no estado. A Polícia Civil tem uma precariedade histórica. Vamos fazer a integração da segurança, colocando o Sistema Detecta em todo o estado de São Paulo. É trabalhar com inteligência. E quando você trabalha com inteligência você reduz a a margem de erro e e dá mais qualidade de vida para a população. E tem mais, enquanto prefeito, por 8 anos, nunca recebi 1 real do governo do estado, para melhorar as condições da Guarda Municipal. Como governador, quero garantir verba para estruturação de todas as guardas do estado de São Paulo. Na HABITAÇÃO, o governo não entregou nenhuma casa nos últimos 4 anos. Eu quero fazer o maior maior sistema de construção de casas e apartamentos da história de São Paulo, com desburocratização. Essa será uma forma de gerar emprego e fazer a retomada econômica em São Paulo. Assim vamos promover a retomada de empregos e realizar o sonho do cidadão paulista de ter a casa própria. Fora isso, tem outras questões pontuais, como o meu sonho em ver o rio Tietê mais limpo. Para isso faremos um investimento maciço em Itaquaquecetuba, Poá, Ferraz de Vasconcelos e Guarulhos, municípios que têm menos de 25% de esgoto coletado e tratado, que são despejados diretamente no Tietê.

O que é preciso para ser um bom gestor público?
Na minha opinião, o primeiro passo é o propósito. O propósito em contribuir e transformar o estado de São Paulo. Deus tem feito coisas tão grandes na minha vida, que eu pude deixar um legado transformador de Santana de Parnaíba. E Deus me deu essa oportunidade de disputar a eleição ao governo de São Paulo para mudar, para romper os ferrolhos que travam esse estado. Tenho muita vontade de contribuir para melhorar a vida do próximo.

Quais são os marcos políticos de suas gestões como ex- prefeito e ex-vereador?
Foram marcos incríveis. Posso confessar que eu nunca achei que conseguiria fazer tantas coisas. Peguei uma cidade com mortalidade infantil em 14 reduzi para 4 (para cada 1.000 nascidos vivos). Ser referência no combate à mortalidade infantil, ser referência em segurança pública… isso não tem preço. Santana de Parnaíba é considerada a cidade mais segura do estado e também é referência em geração de empregos. Entre 2019 e 2020, foi a segunda, hora terceira, maior empregadora do estado, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Outro marco foi colocar a cidade como a segunda em capital humano do estado pela Urban System, ter o maior crescimento do estado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), em 2017. Peguei o IDEB em queda, em 2011, e levei para o maior crescimento do estado. Na região do Oeste inteira, a única cidade que bate todas as metas do IDEB é Santana de Parnaíba. Além disso tudo, a cidade tem o melhor estádio, e somos o maior patrimônio histórico do estado de São Paulo. As escolas públicas são melhores, às vezes, do que as escolas particulares de Alphaville. Isso é muito orgulho. Eu fiz mais de 240 obras grandes na cidade. Fui um grande tocador de obras. Então isso é motivo de muito orgulho. É a garantia de que teremos uma próxima geração melhor que a nossa.

Na sua opinião, quais são os fatores decisivos para o eleitor fazer uma boa escolha política?
O eleitor quer uma proposta nova e preparada, que não tenha só inteligência, mas que alcance o coração. Estou orando a Deus pra conseguir a dose certa deste curso e poder contagiar o povo de São Paulo.

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