Especialista dá orientações sobre primeiros socorros para pets

O médico veterinário e coordenador do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, Marco Antonio Ferrari Carneiro, explica que alguns procedimentos podem ser realizados em situações de acidentes ou atropelamentos com traumas, choques elétricos, intoxicação (por medicamento e produtos químicos) e envenenamento (acidentes envolvendo animais peçonhentos e insetos), hemorragias e engasgo. A orientação é que se o pet apresentar algum problema de saúde, o tutor deve seguir alguns passos, como ocorre em socorro a seres humanos.

“A principal recomendação para qualquer tutor é que mantenha a calma na hora de agir, até mesmo para deixar o seu animal mais tranquilo. É importante que os donos de cães e gatos tenham instruções mínimas de como agir diante de um acidente”, diz o especialista.

Os primeiros socorros são essenciais para que o trajeto até o médico veterinário mais próximo seja feito com toda a segurança e conforto possível para o bichinho. Marco aponta orientações importantes que os tutores devem se atentar:

  1. O socorrista não deve se colocar em risco. Não são raras as notícias de tutores que falecem atropelados, na ansiedade de salvar seu pet querido;
  2. Lembrar que pets são animais e podem se comportar como na natureza: com dor e medo podem agredir o tutor por reflexo ou instinto;
  3. Isolar a área de atendimento;
  4. Ligar para o médico veterinário de confiança, setor de zoonose da cidade ou uma ONG de bem-estar animal – porte sempre estes números de telefones;
  5. Avaliar respiração, sangramento e batimento cardíaco sem deslocar o pet, só deslocar o animal em caso de risco para o socorrista e para o pet.

A seguir, o médico veterinário aponta os primeiros socorros mais comuns, mas que podem salvar a vida do animal, e que todo tutor deve saber.

ACIDENTES OU ATROPELAMENTOS COM TRAUMAS

Em casos de atropelamentos, deve-se evitar tocar no animal. Se for preciso imobilizar o local fraturado, use algo fixo como uma tábua ou papelão para simular uma maca, e jamais force o animal a andar. Caso não tenha deslocamento apropriado, chame o médico veterinário de sua confiança.

Em caso de fratura exposta, cubra o local com um pano limpo e encaminhe imediatamente ao médico veterinário, o tutor não deve mexer ou tocar no osso do animal.

CHOQUE ELÉTRICO

Esses são acidentes comuns, pois pets são curiosos e gostam de morder tudo que veem. E é comum morderem fios de TVs, fios de ferro de passar roupas e de outros aparelhos eletrônicos, causando queimaduras, inconsciência e até mesmo a morte.

Ao se deparar com essa situação, desligue imediatamente o fio da tomada antes de tocar o pet, e telefone imediatamente para o médico veterinário, ele irá orientar sobre possíveis manobras e cuidados para com o animal.

INTOXICAÇÃO (POR MEDICAMENTO E PRODUTOS QUÍMICOS) E ENVENENAMENTO (ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS E INSETOS)

Nessas situações, o ideal é a ida rápida ao veterinário, uma vez que a substância pode atingir a corrente sanguínea rapidamente e se distribuir pelo corpo do pet. Podemos no máximo limpar com panos a boca do animal, caso ele esteja espumando ou salivando. Qualquer outra manobra pode colocar em risco a vida do seu animalzinho. Procure tomar cuidados com medicamentos, material de limpeza, inseticidas e plantas.

HEMORRAGIA

Seja a hemorragia grande ou pequena, procure comprimir a área com pano limpo. Nunca faça um torniquete, pois isso pode levar á amputação das patinhas do animal. Procure deixar a área hemorrágica mais alta que o coração do pet. Exemplo: se a hemorragia for na cabeça, segure o animal com a cabeça mais alta que o coração; se a hemorragia for em um membro traseiro (posterior), eleve a área acima do coração, com o animal deitado.

ENGASGO

Tente colocar o animal de cabeça para baixo, segurando as patas traseiras e chacoalhe o pet. Caso esse procedimento não resolva, comprima o abdômen do animalzinho para ele expelir o objeto. Outra manobra que funciona é fazer uma “varredura” na boca do bichinho, tomando os cuidados para não ser mordido ou empurrar o objeto mais para fundo da garganta.

Para verificar a boca do pet, é só apertar o “céu da boca” (palato) com um dedo lateralmente aos lábios. Se ele tentar morder ou não colaborar, mude a estratégia: dê tapinhas nas costas. A pressão poderá ajudar o objeto a se soltar do cão ou gato engasgado. Se persistir, leve-o imediatamente ao veterinário.

“É importante reforçar que os primeiros socorros não substituem o atendimento e tratamento adequado e profissional. Muitas vezes o animal precisa de internação, medicação e acompanhamento que só um médico veterinário poderá prescrever e realizar”, finaliza o coordenador.

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