Exposição em Santana de Parnaíba retrata trajetória da artista plástica Marilene Gomes

A charmosa cidade de Santana de Parnaíba receberá, entre os dias 20 de setembro e 15 de dezembro, uma exposição com obras que retratam a trajetória da artista plástica de Alphaville Mari Gomes.
Um dos principais expoentes da arte naïf e detentora de inúmeros prêmios, Mari apresentará um apanhado de mais de 80 obras que retratam a sua trajetória como artista ainda criança, quando morava em Paulista, sua cidade natal, localizada no Litoral Norte de Pernambuco. “A exposição vai contar tudo o que eu vi na minha infância, toda história do colorido que presenciai nas festas de carnaval e nas festas juninas”, revela a artista.
Segundo Marilene, além de trazer muitas cores vivas, a mostra vai reunir sonhos. “Vão vir quadros que eu tenho guardados como acervo, pelos quais eu fui premiada, frutos de muitas coisas que eu trouxe da infância. Vou tentar mostrar isso para as pessoas”, explica.
Dentre as premiações de Mari, são destaque a Menção Honrosa na Bienal de Piracicaba e Bienal Internacional do Brasil. Além disso a artista foi premiada no Salão do Folclore de Olímpia.
O público vai poder conferir as obras que lhe renderam esses prêmios na exposição, que tem a curadoria da especialista Majô Ferreira.

Cores e memórias
Mari define-se como uma artista naïf autodidata. Por isso, suas obras são repletas de detalhes que identificam paisagens e cenas do cotidiano, com expressões fortes, retratando ao máximo as cores em seu estado mais puro.
O primeiro contato com as tintas veio após um período de muita tristeza, com a perda da mãe, aos seis anos de idade. “Pinto desde os nove anos de idade, retratando as cores do mar e do céu, as multidões, a cultura negra e tudo aquilo que me impressiona”, recorda a artista.
A emoção, aliás, é o ingrediente que impulsiona o trabalho dessa mulher forte, intensa e cheia de energia, que veio de Pernambuco sozinha, com os três filhos, para desbravar a cidade de São Paulo.
Da cultura nordestina, Mari traz lembranças dos carnavais, dos caboclos de lança, dos pastoris e outros elementos que caracterizam as festas pernambucanas.
Para a exposição, a artista selecionou não só os trabalhos mostrando as paisagens nordestinas, como telas que retratam a paisagem urbana da cidade de São Paulo.
Dentre os cenários paulistanos estão o metrô da Barra Funda – que rendeu à artista a capa da Bienal do Sesc de Piracicaba (SP) – a Estação da Luz, o prédio da Câmara Municipal de São Paulo, além de elementos como o trânsito caótico, aglomerações de pessoas e moradores aninhados sob pontes e viadutos nas áreas centrais da cidade.
Sobre a cultura negra, a artista é enfática ao dizer que a influência dos negros na arte, na dança e na gastronomia perpassa para as telas que remetem à alegria de um povo que, mesmo sem dinheiro, é motivado pelo toque do pandeiro.

Serviço
A exposição acontecerá de 22/9 a 15/12, entrada gratuita
Local: Largo São Bento, 50 – Centro Histórico de Santana de Parnaíba
Horário: de segunda a domingo, das 10 horas às 21 horas

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