Encontro em Osasco discute os desafios da inclusão escolar, neurodiversidade e autismo

“Os desafios da inclusão escolar, neurodiversidade e autismo” foi tema do encontro que aconteceu na Câmara Municipal de Osasco com a participação da Professora Tereza, candidata a deputada federal, da jornalista Andréa Werner, escritora, ativista dos direitos dos autista, e candidata a deputada estadual por São Paulo, da gerente de AEE (Atendimento Educacional Especializado) da Secretaria de Educação de Osasco, Tania Lemos, da presidente da Associação de Mulheres pela Educação, Maria José da Silva Cruz e da professora Lenice Melo.
O evento foi organizado e presidido pelo professor Mário Luiz Guide, diretor nacional da Fundação João Mangabeira e teve início com a explanação da candidata Andréa, que falou da sua experiência como mãe do Theo, autista, 14 anos. Fundadora do Instituto Lagarta Vira Pupa, que dá apoio às famílias de pessoas com deficiência, ela contou que entre as principais dificuldades a serem trilhadas pelas mães atípicas e famílias de pessoas com deficiência estão a demora para conseguir um diagnóstico apropriado no SUS, conseguir terapias, acompanhamento e a inclusão escolar feita de verdade, considerada por ela como uma das barreiras mais difíceis de serem quebradas.
Há 10 anos Andréa trabalha acolhendo e informando famílias de pessoas com deficiência, ela conta que a maioria são formadas por mães, muitas vezes ignoradas pela própria família, pelo marido, pelos amigos e pela sociedade que não inclui. “A falta de políticas públicas do Estado agrava ainda mais esse quadro”, ressalta a ativista. “As pessoas com deficiência têm que ser vistas como cidadãos que tem direitos e minha luta é para que esses direitos sejam cumpridos”, destacou Andréa que recentemente, junto com outras mães e entidades, lutou fortemente para derrubar o rol taxativo, uma lista da ANS (Agência Nacional de Saúde) que limitava a cobertura dos planos de saúde a tratamentos, terapias e medicamentos custeados pelos planos. O esforço foi vitorioso e o rol taxativo derrubado.
Já a professora Tereza, candidata a deputada federal, que tem grande experiência com a educação infantil e coordena há muitos anos um trabalho de creches que atende mais de 1.500 crianças, disse que a inclusão escolar atualmente tem sido um grande desafio para os profissionais da educação. “A maioria dos professores não possuem uma educação ou metodologia voltada à inclusão”, afirmou. Ela acredita que para a inclusão escolar acontecer de verdade é preciso, em primeiro lugar, investir na educação, na valorização dos professores, ampliar a capacitação dos profissionais da educação básica para que possam adequar os materiais de ensino às características e condições individuais de cada aluno.
A professora Tereza também lamentou a demora para as famílias conseguirem um diagnóstico e disse que na maioria das vezes é a professora a primeira pessoa a alertar a família sobre algo que não está dentro dos padrões. “Ter um diagnóstico rápido é fundamental para o bom desenvolvimento dessa criança e para direcionar o trabalho do profissional da educação”, ressaltou a candidata a deputada federal.
Juntas, Andréa e a professora Tereza, se eleitas, disseram que vão lutar para garantir urgência na realização de exames genéticos e diminuir o tempo de espera nas filas para terapias no SUS e redes conveniadas; licença diagnóstica de 30 dias para a reestruturação familiar quando há o nascimento de uma criança com deficiência, por renda básica para mães atípicas, entre outras propostas voltada para a garantia da inclusão.

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