Cotia dá início a campanha contra fogos de artifício e de estampido

Além de acidentes, os fogos causam prejudicam pessoas com autismo, idosos e animais domésticos e silvestres que podem se ferir tentando fugir do barulho

A Prefeitura de Cotia iniciou uma campanha de conscientização sobre os malefícios causados pela soltura de fogos de artifício e de estampido. A iniciativa tem como objetivo sensibilizar a população mostrando os perigos à saúde, prejuízos e danos causados às pessoas com autismo, idosos, além dos animais e do meio ambiente.

A campanha acontecerá nas redes sociais da Prefeitura, no site, na mídia local e em painéis espalhados pela cidade. “Formatamos a campanha, inclusive, alinhada com a campanha ‘Ser autista é ser igual, de um jeito diferente’, uma vez que as pessoas com Transtorno do Espectro Autista são fortemente impactadas pelo barulho dos fogos, podem entrar em crise e se ferirem”, Marcos Menão, Secretário de Comunicação.

Por meio de material informativo, a Prefeitura pretende despertar empatia na sociedade, mostrando que a alegria de alguns não deve ser o motivo de desespero e, em casos extremos, da morte de outros. “Animais domésticos e silvestres se machucam e até morrem. Cotia é uma cidade que abriga diversas espécies de aves e muitas delas chegam a abandonar os ninhos”, alertou Menão.

Em Cotia, desde 2019, a Lei Municipal 2.070 proíbe o manuseio, soltura e a queima de fogos de artifício e de estampido. A regulamentação foi feita pelo Decreto 8.583/2019 que, no artigo 3º, dispõe sobre a conscientização da população sobre os malefícios que a soltura de fogos com efeitos sonoros pode causar à saúde e à integridade física das pessoas e dos animais, além dos prejuízos ao meio ambiente.

Os perigos dos fogos de artifício

Dados de 2008 a 2017, do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão e da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia mostram que os homens representam a maioria absoluta dos registros de acidentes com fogos: 4.245 internações, ou seja, 83% do total de casos. As mulheres respondem por 17% das ocorrências.

Os dados mostram ainda que 39% das internações registradas no período envolviam crianças e adolescentes de até 19 anos, entre os adultos de 20 a 49 anos, foram registradas 46% de internações. A soltura de fogos de artifício pode provocar queimaduras, lesões com lacerações e cortes, amputações de membros, lesões de córnea ou perda da visão e lesões auditivas.

Pessoas com obstrução nas artérias podem sofrer um infarto em função do grande susto que pode descompensar esta condição preexistente. Crianças e adultos com autismo apresentam hipersensibilidade sensorial aos estímulos do ambiente e os fogos podem ser suficientes para causar pânico dentro desse espectro e, em muitos casos, precisam ser contidos para evitar que se machuquem ou machuquem outras pessoas.

Animais domésticos e silvestres sofrem grande estresse e o medo pode causar vômitos, falta de ar, convulsões e arritmias cardíacas. Muitos se ferem mortalmente tentando fugir do barulho e aves abandonam seus ninhos.

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