Nova diretriz para hipertensão pode desafogar o SUS e engajar população em práticas de cuidado contínuo, segundo especialista do CEJAM 

75% dos hipertensos tratam condição via sistema público

​​ A nova diretriz brasileira para hipertensão arterial mudou a forma de avaliar a pressão considerada saudável e pode impactar milhões de brasileiros. Em atualização divulgada recentemente pela Sociedade Brasileira de Cardiologia​ (SBC),​ em conjunto com entidades médicas, medições de 12 por 8 (120/80 mmHg), que antes eram vistas como normais, passam a ser enquadradas como pré-hipertensão. A ideia é antecipar a detecção de risco e reforçar medidas de prevenção antes que a doença se instale de fato.

A mudança ocorre em um cenário de alta prevalência da doença. Estimativas do Ministério da Saúde indicam que cerca de 30% da população adulta no Brasil convive com hipertensão, uma condição silenciosa que aumenta o risco de infarto, acidente vascular cerebral e problemas renais.

Para Lilian Cavalheiro, cardiologista do AMA Especialidades Jardim São Luiz, unidade gerenciada pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo​ (SMS-SP)​, a nova classificação deve ampliar a busca por acompanhamento médico e estimular hábitos mais saudáveis. “Pacientes que antes acreditavam estar fora de risco agora precisam entender que valores de 12 por 8 não são mais um sinal de tranquilidade. Essa é uma oportunidade para agir antes, com ajustes simples na rotina, capazes de evitar que a pré-hipertensão evolua para um quadro mais grave”, explica.

​​A nova diretriz também dedica um capítulo específico ao Sistema Único de Saúde, reconhecendo que cerca de 75% dos pacientes hipertensos são acompanhados pela rede pública. O texto propõe adaptações às condições do SUS, com foco na atenção primária, como a priorização de medicamentos já disponíveis, protocolos de acompanhamento multiprofissional e incentivo ao uso de monitoramento residencial e ambulatorial, quando possível. ​​​ 

“Essa é uma sinalização muito importante para a realidade brasileira. O SUS é a porta de entrada para a maioria dos pacientes e, quando recebe orientações claras e aplicáveis, consegue oferecer um acompanhamento mais eficiente e equitativo, reduzindo desigualdades regionais e melhorando o controle da pressão em todo o país”, afirma Lilian.

Segundo a especialista, essa mudança também ​​reafirma​​ a importância de políticas públicas que facilitem a adoção de hábitos preventivos, especialmente em regiões mais vulneráveis. “Muitas pessoas enfrentam dificuldades para ter acesso a alimentos saudáveis ou espaços seguros para a prática de exercícios. Por isso, é fundamental que as estratégias de saúde contemplem desde orientação médica até programas comunitários que tornem essas recomendações viáveis no dia a dia”, acrescenta.

Ao reclassificar o que é considerado pressão normal, as entidades médicas pretendem reduzir complicações que sobrecarregam o sistema de saúde e afetam a qualidade de vida de milhões de brasileiros. A efetividade da medida, no entanto, dependerá tanto da adesão dos profissionais de saúde quanto do engajamento da população em adotar práticas de cuidado contínuo com a pressão arterial.

Sobre o CEJAM     

O CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com o poder público no gerenciamento de serviços e programas de saúde em São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Campinas, Carapicuíba, Barueri, Franco da Rocha, Guarulhos, Santos, São Roque, Ribeirão Preto, Lins, Assis, Ferraz de Vasconcelos, Pariquera-Açu, Itapevi, Peruíbe e São José dos Campos.

A organização faz parte do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROSS), e tem a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde.

O CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS), tendo conquistado, em 2025, a certificação Great Place to Work. O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição. 

No ano de 2025, a organização lança a campanha “365 novos dias de saúde, inovação e solidariedade”, reforçando seu compromisso com os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança). 

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