Grupo antitabagismo da UBS Belval alcança boa taxa de sucesso junto aos participantes em Barueri

Parar de fumar não é nada fácil, mas fazer isso ao lado de quem está enfrentando o mesmo desafio e ainda contar com o apoio de uma equipe de saúde tornam esse processo bem menos penoso. Pelo menos é isso que afirmam os participantes do Grupo de Tabagismo da Unidade Básica de Saúde (UBS) Hermelino Liberato Filho, do Jardim Belval. 

O projeto existe desde 2016 e já está em sua sétima turma. Tem dado tão certo que neste ano os encontros passaram de quinzenais para semanais e os resultados são muito animadores: cerca de 50% dos frequentadores consegue mesmo abandonar o vício.  

Durante 10 encontros uma equipe multiprofissional da UBS, formada por médico, enfermeiro, nutricionista, psicólogo, dentista, farmacêutico e terapeuta ocupacional leva os pacientes a entenderem a raiz do vício e aprenderem técnicas para substituí-lo por hábitos mais saudáveis e emocionalmente inteligentes.  

Entendendo o vício 

“O detalhe é conseguir preencher o vazio que o cigarro preenchia e isso vai gerar novos hábitos na vida de vocês”, explica o clínico-geral Glaucio Stênio Araújo da Silva, que atua na UBS do Belval desde 2015 e encabeça o grupo desde o início. O médico incentiva bastante os participantes e reconhece cada avanço. “É uma caminhada difícil que nós teremos juntos, mas no final haverá aquela luz, eu garanto”, diz.  

Falando em hábitos, o clínico explicou os motivos de alguns costumes provocarem uma maior vontade de fumar, como é o caso do consumo de café para muitos. Segundo ele, a cafeína rouba a nicotina do corpo, bem como alguns minerais, fazendo com que a necessidade da substância seja maior. Por isso sente mais dificuldade quem associa o cigarro ao café.    

O aumento do apetite também foi citado por muitas pessoas durante esse processo. “O paladar, o olfato vão melhorando conforme vai parando de fumar e aí a vontade de comer aumenta”, aponta o especialista.  

É possível! 

E para mostrar que é possível deixar o cigarro, vez ou outra o grupo leva um dos participantes que pararam de fumar. É o caso de Maria Fancicani, que frequentou o último grupo e já está há mais de seis meses sem fumar. “Eu tinha uma bronquite que todo mês me levava para o pronto-socorro. Hoje, graças a Deus, eu não sei o que é isso”, relata.  

A programação inclui uma série de passos e sugestões para conseguir driblar a fissura pelo cigarro, que na realidade dura em média cinco minutos, mas que é justamente quando muitos perdem a batalha cedendo a mais uma tragada. Diferentes técnicas e terapias podem ser aliadas nessa luta, por isso as reuniões trazem aulas de exercícios respiratórios, relaxamento e palestras sobre diversos temas. 

Adesivos 

Para ajudar nesse processo, os profissionais dão aos pacientes os adesivos de nicotina, mas só para quem está há pelo menos 48 horas sem fumar. Segundo o médico, o que causa o vício é a nicotina e quando a pessoa está tentando parar de fumar, o adesivo dá ao organismo doses dessa substância para conseguir resistir. A vantagem é que o adesivo vem sem as mais de 4.700 substâncias tóxicas que compõem o cigarro e tanto prejudicam a saúde. Ao utilizar o adesivo a pessoa não pode fumar, senão estará consumindo uma dose exagerada de nicotina. Mas Glaucio frisa: “os remédios servem como auxílio no tratamento, mas parar depende mesmo da força de vontade”.  

O grupo se reúne todas as quartas-feiras, das 14h às 15h30. Quem quiser participar deve procurar a UBS e registrar seu interesse. Há filas de espera porque as turmas são fechadas com uma média de 22 componentes.  

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