Água: é preciso economizar para evitar racionamento

A escassez de chuvas e as altas temperaturas têm contribuído para a redução nos níveis dos reservatórios que abastecem as cidades brasileiras. A situação é tão séria que essa diminuição teve impacto direto na geração de energia (níveis das hidrelétricas), obrigando o governo federal a utilizar as termoelétricas para auxiliarem no fornecimento e, com isso, elevar o custo de distribuição e consumo do recurso.  

Com os níveis dos reservatórios baixando a cada dia, a economia de água nunca foi tão importante. A cidade de Barueri é abastecida pelos Sistemas Cantareira e São Lourenço.  

Para se ter uma ideia da situação dos níveis água, no sistema Cantareira, em 1º de agosto deste ano, o volume era de 406,74 hm³, o que corresponde a 41,42% da capacidade total; um mês depois, em 1º setembro, é de 363,07 hm³, ou seja, 36,97%. No São Lourenço a situação não é diferente. Em 1/08 o volume era de 55,67hm³ (62,68%); neste 1º de setembro, está em 51,35hm³ (57,81% de sua capacidade). As quedas vêm ocorrendo gradualmente. 

Uso Consciente 

O consumo consciente de água e também de energia elétrica, que resulta, indiretamente, na preservação das reservas hídricas, busca evitar a adoção de medidas mais drásticas, como o racionamento, o rodízio e a transferência de água entre reservatórios. Nesse último caso, é necessária a utilização do volume morto (reserva de emergência bombeada aos reservatórios), como aconteceu em 2014 e 2015 (período da última crise hídrica).  

Perspectiva 
O secretário de Recursos Naturais e Meio Ambiente de Barueri, que também é biólogo, Marco Antônio de Oliveira (Bidu), faz um prognóstico da situação atual. “Os reservatórios estão com índices baixíssimos. As chuvas nas cabeceiras dos reservatórios são fundamentais para equilibrar esses volumes. As atitudes são importantes para o uso consciente da água, além de permitir economia na conta de consumo, o que também reflete na energia elétrica, gerando economicidade do recurso. É muito importante preservar as nascentes e a mata ciliar para absorção da água nas margens das nascentes e rios”, ressalta.  

“Há todo um trabalho desenvolvido por Barueri de cuidar destas áreas para que não haja prejuízos ao fornecimento”, aconselha o especialista ambiental. 
 

Atitudes simples fazem a diferença 
É possível reverter ou minimizar esse impacto com medidas simples, mas de grande utilidade e que representam o retorno à normalidade do abastecimento: 

  • Tomar banhos mais rápido; 
  • Captar e reaproveitar a água da chuva; 
  • Utilizar a água da máquina de lavar para a limpeza de quintais; 
  • Não lavar o carro e a calçada com água potável; 
  • Juntar mais peças de roupas para lavá-las de uma só vez; 
  • Fechar a torneira ao escovar os dentes; 
  • Fechar a torneira ao ensaboar a louça; 
  • Manter as caixas d’água e reservatórios bem fechados; 
  • Sanar qualquer tipo de vazamento. 

Outro fator importante que colabora na economia de água é o uso racional de energia elétrica, que reduz a quantidade de água que passam pelas turbinas geradoras. Confira algumas atitudes que podem ser tomadas, gerando menos consumo: 

·                    Desligar os aparelhos eletrônicos da tomada; 

·                    Apagar as luzes que não estão sendo utilizadas; 

·                    Utilizar menos os produtos que consumam mais energia (ferro de passar, chuveiro, ar condicionado); 

·                    Substituir lâmpadas incandescentes por lâmpadas de Led; 

·                    Substituir a fiação elétrica e de disjuntores antigos e que permitam “fuga de energia”; 

·                    Utilizar sensores de presença (que consomem somente a energia necessária); 

·                    Dar preferência aparelhos eletrônicos que consumam menos energia, de acordo com o Selo Procel, do Inmetro (Classificação A – mais econômico e E – menos econômico) e, em algumas categorias, chegando até a letra G – o menor índice econômico;  

·                    Recorrer a meios alternativos de captação e de fornecimento de energia (como a solar e a eólica); 

·                    Se puder, adotar sistemas automatizados conhecidos como “casa inteligente”, que permitem o controle de equipamentos a distância e/ou de maneira automática e programável, como comando para cortar o fornecimento de energia de tomadas de algum cômodo, apagar luzes remotamente etc.  

Preservar o meio ambiente 

Todas as ações acima são importantes, mas não adiantam se não a consciência ambiental não for ampliada. Se a preservação do meio ambiente como um todo não se tornar prioridade, problemas ainda mais sérios do que a falta de água e energia não tardarão a chegar.  

Por isso é importante: 

  • Preservar nascentes e minas d’água; 
  • Preservar Áreas de Proteção Permanente; 
  • Redução no desmatamento; 
  • Controlar efetivamente as queimadas; 
  • Preservar áreas de mananciais e represas; 
  • Combater as ocupações irregulares de terrenos; 
  • Preservar áreas de mangue; 
  • Reciclar materiais como plástico, vidro, papel e metal; 
  • Consumir produtos recicláveis ou reutilizáveis.  

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