Sessão Solene relembra 55 anos da greve de 1968 em Osasco

Na noite desta quinta-feira (10), uma Sessão Solene realizada na Câmara Municipal de Osasco prestou homenagem aos participantes da Greve de 1968, realizada no município. Histórica, a mobilização acabou por revitalizar o sindicalismo brasileiro na década seguinte.

A iniciativa de realizar a solenidade foi da vereadora Juliana da AtivOz (PSOL), em consonância com o Calendário Oficial de Osasco. A celebração é prevista por conta do Projeto de Lei 19/2008, de autoria do então vereador Aluísio Pinheiro (PT), que se tornou na lei 4243/2008.

Juliana da AtiVoz afirmou a importância de preservar a memória de um evento tão importante para o trabalhismo na cidade. “Por que Osasco virou a ‘cidade-trabalho’? Precisamos relembrar a história para enaltecer as coisas boas e impedir que as coisas ruins se repitam. Durante o período 2019-2022, houve uma tentativa de silenciar a história”, disse a vereadora.

Cláudia Souza, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora de projeto sobre o assunto, comentou a relação entre a repressão da ditadura militar e o financiamento de ações de repressão por empresas privadas. Segundo a pesquisadora, 14 empresas ajudaram a bancar esses atos de repressão.

Gilberto Almazan, dirigente sindical, falou da repressão sofrida pelos sindicatos com o golpe militar de 1964: “Todo mundo se lembra de 1968 devido a greve na Cobrasma, mas a repressão contra o movimento trabalhista em Osasco começou já em 1964”.

Roque Silva, então membro do movimento estudantil, comentou sobre a importância da cidade para o movimento sindical brasileiro. “O que aconteceu em Osasco não foi algo isolado. Nossa luta estava muito ligada a outros movimentos de resistência contra a ditadura militar”.

Murilo Leal, professor da Unifesp e estudioso do tema, endossou a tese. “O radicalismo da ocupação da Cobrasma em 1968, assim como a radicalidade das forças de repressão contra a greve, foram enormes. A Greve de Osasco abriu um ciclo de uma década, que vai desembocar nas greves do ABC, em 1978”.

Stanislaw Szermeta, também participante do movimento 55 anos atrás, traçou paralelos com a política atual. “A greve foi uma luta contra certo modelo de desenvolvimento. Em 2022, foi necessário um arco imenso de alianças para lutar contra o bolsonarismo”.

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