Seminário Lide Saúde reúne lideranças políticas e corpo médico na Praça das Artes de Barueri

Na manhã de 19 de março, o terceiro seminário Lide foi realizado em Barueri na Praça das Artes. Foram dois painéis no total que abordaram as novas tecnologias no SUS (Sistema Único de Saúde) e o impacto da telemedicina no atendimento e diagnósticos. 

Entre os conferencistas estavam grandes nomes da medicina, muitos dos quais professores universitários, ligados também ao Hospital Albert Einstein e ao Santa Joana, e representantes de empresas farmacêuticas e correlatas, além de autoridades políticas. 

É o caso do infectologista e ex-secretário estadual de Saúde Jean Gorinchteyn, o radiologista e ex-secretário estadual de Saúde  Giovanni Cerri, o gerente médico Carlos Pedrotti, o diretor técnico de Obstetrícia Eduardo Cordioli, o oftalmologista Paulo Schor, o radiologista Romeu Domingues, o neurorradiologista Edson Amaro, o presidente Leandro Fonseca da ANS, o secretário de Saúde de Barueri Milton Monti, a deputada estadual Bruna Furlan e o prefeito de Barueri Rubens Furlan, sob a mediação do médico e presidente da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein e presidente do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) Saúde Cláudio Lottenberg. Já entre os convidados estavam o ex-governador do Estado de São Paulo e presidente do Lide João Doria, secretários municipais, servidores da Prefeitura e alunos da Etec e da Fatec. 

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Gorinchteyn falou sobre questões relacionadas a incorporações tecnológicas, lembrando que cerca 70% dos brasileiros dependem do SUS. Ele comemorou o Plano Nacional de Imunização, que data de 1975, e mostrou dados preocupantes sobre a queda da vacinação, fruto de uma falta de entendimento sobre sua importância e de fake news (notícias falsas). O médico informou ainda que apenas 11% do público-alvo procurou ser vacinado contra a dengue e propôs estratégias para poder reverter esse cenário, com ampliação de horários, utilização das melhores ferramentas de informatização, entre outras ações.  

Amaro dissertou sobre a importância dos bancos de dados e de questões ligadas à inteligência artificial, citando exemplos de ações preventivas que poderiam ser adotadas. A seguir, Fonseca realizou uma ampla apresentação de terapias avançadas, levantou as dificuldades no cenário nacional frente a um ambiente pouco amistoso para a implantação dessas terapias, citou as questões regulatórias, as questões de insegurança jurídica e o pouco investimento para que pesquisas clínicas sejam realizadas. Finalizando o primeiro painel, Monti falou da necessidade de se ter motivação científica para o estabelecimento de políticas públicas sob a lógica política e não politiqueira.  

Já no segundo painel, Domingues descreveu a questão da telemedicina dentro da perspectiva de uma jornada, abordando a coordenação do cuidado no acompanhamento de pacientes crônicos. Também falou sobre a valorização das questões de saúde mental e como a telemedicina pode ser um eixo de grande utilidade para isso. Cerri abordou a telemedicina num sentido mais amplo, comentando a dificuldade de acesso da população a especialistas. Falou sobre educação médica, das tele consultorias e sobre a fusão adequada entre o mundo físico e o digital, além da multidisciplinaridade, citando a realização do procedimento de ultrassom, em que a somatória de expertises entre médicos treinados, enfermeiros e técnicos em enfermagem pode representar um ganho de valor dentro do sistema de saúde.  

Pedrotti mencionou o desafio de se implantar uma assistência eficiente e de qualidade num país com dimensões continentais como o Brasil, apresentando bons exemplos de ações que o Hospital Albert Einstein desenvolveu no Norte e no Centro Oeste do País. Já Cortioli mencionou a utilização da big data e da inteligência artificial na Saúde como forma de instrumentalizar os usuários na adoção desses tipos de ferramenta. E Schor finalizou dizendo que tecnologia é uma ferramenta e não uma solução e que seu uso tem que ser pautado com base em conhecimentos científicos e na tecnologia.  

A importância do SUS 

Doria fechou o evento agradecendo a todos e mencionando a importância do SUS. Ele lembrou os dois anos e meio de pandemia e do quanto o Estado de São Paulo liderou a compra das vacinas em meio à guerra política ideológica e o negacionismo. “Foi em São Paulo que o Comitê de Saúde liderado por um grupo de médicos, de cientistas, especialistas conseguiu criar o Plano SP, que depois foi reproduzido nos 27 estados brasileiros. 124 milhões de doses da vacina contra a Covid, importadas pelo Butantã, foram para os braços das pessoas”, relembrou.  

O ex-governador também falou sobre o novo hospital de Barueri. “Aqui, dentro de poucos meses, será inaugurado o maior hospital regional do país, uma referência de medicina de qualidade, tecnologia e avanço. Serão 450 leitos, 50 de UTI, com um investimento gigantesco do Estado de São Paulo e da Prefeitura de Barueri. Este é o exemplo de eficiência do setor público com o setor público, pensando no bem da população. Essa é a grandeza que a medicina nos ensina. Essa é a grandeza dos bons médicos, cientistas, especialistas, enfermeiros e enfermeiras que na linha de frente ficaram ao lado da vacina, da proteção à saúde, à ciência e à vida”, concluiu.  

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