Estado de São Paulo registra queda na venda de imóveis residenciais usados

Levantamento de Julho foi feito com 852 imobiliárias pelo CRECISP

As vendas de imóveis usados tiveram desempenho negativo em Julho no Estado de São Paulo, com queda de 7,17% sobre Junho, segundo pesquisa feita com 852 imobiliárias de 37 cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP).

Foi o quarto mês de queda desde Janeiro, o que fez o saldo acumulado em sete meses ficar negativo em 8,83%.

Nas quatro regiões que compõem a pesquisa, as vendas caíram na Capital (-14,74%), no Litoral (-13,03%) e nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco (-3,05%). No Interior houve aumento de 2,8%.

Os imóveis mais vendidos no Estado em Julho foram os de preços finais até R$ 400 mil, com 62,22% do total. Por faixas de preços de metro quadrado, 62,21% das casas e apartamentos negociados se enquadraram nas de até R$ 5 mil.

A locação residencial ficou estável ao registrar leve aumento de 0,31% de Junho para Julho, acumulando saldo positivo de 19,81% no volume de contratações desde Janeiro. Em Julho as locações caíram 1,1% na Capital e 4,28% nas cidades do ABCD, Guarulhos e Osasco. No Litoral houve aumento de 1,93% e no Interior, de 3,23%.

Casas e apartamentos com aluguel mensal de até R$ 1.200,00 foram os mais alugados em Julho no Estado, totalizando 51,84% dos novos contratos.

Barreira dos juros

“As taxas de juros dos financiamentos continuam sendo uma barreira difícil de transpor para milhares de famílias, que também enfrentam um achatamento do poder aquisitivo com a alta da inflação e a compressão dos reajustes salariais que fazem a prestação não caber no orçamento de muitas das que se mantêm empregadas”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP.

Os preços já registraram deflação em Julho e isso deve ter se repetido em Agosto, lembra Viana Neto, o que alivia a pressão sobre os orçamentos domésticos, “mas se as taxas de juros dos bancos se mantiverem em torno de 10% ao ano sem ampliação de prazo nem alívio nas taxas de contratação de empréstimo, o cenário para os candidatos a mutuário continuará difícil”.

Mas há boas notícias, ele ressalva, e elas “vieram da Caixa Econômica Federal, um exemplo a ser seguido pelos concorrentes que disputam o mercado de crédito imobiliário”. Viana Neto elogiou a decisão da CEF de estender o prazo máximo para financiamento de imóveis do  Programa Casa Verde Amarela de 30 anos para 35 anos, o que deve reduzir a prestação em até 7,5%, segundo a instituição.

Outra medida importante lembrada por ele foi a redução dos juros do programa pró-cotista, voltado para os que não se enquadram no Casa Verde e Amarela. Os juros baixarão para 7,66% ao ano para imóveis avaliados em até R$ 350 mil. Acima desse valor e até R$ 1,5 milhão, a taxa deverá ser de 8,16% ao ano. Esse programa da CEF tem prazos de financiamentos entre cinco e 20 anos e não tem limite de renda familiar.

Apartamentos lideram vendas

A pesquisa CreciSP apurou com as 852 imobiliárias consultadas nas 37 cidades que 49,38% dos imóveis vendidos em Julho foram financiados por bancos (23,21% somente pela CEF) e que 47,41% foram vendidos à vista. Outros 2,22% tiveram o pagamento parcelado pelos proprietários e 0,99% obtiveram crédito de consórcios imobiliários.

Foram vendidos mais apartamentos (62,22% do total) do que casas (37,78%) e os compradores obtiveram descontos médios sobre os preços originais de venda de 9,75% para os imóveis situados em bairros de regiões nobres das 37 cidades, de 6,4% para os de bairros mais centrais e de 9,03% para os de bairros de periferia.              

No ABCD, preços variaram

de R$ 2 milhões a R$ 107 mil

Os bancos foram responsáveis por financiar 75,54% das vendas de imóveis usados nas cidades do ABCD, Guarulhos e Osasco, que se concentraram preferencialmente em residências localizadas em bairros centrais (55,28%).

Segundo a pesquisa CreciSP, a casa mais cara foi vendida por R$ 2 milhões, tem três dormitórios e está localizada em bairro nobre de Santo André. As mais baratas foram negociadas por preços entre R$ 109 mil e R$ 405 mil, têm dois dormitórios e estão em bairros também centrais, de Guarulhos.

O apartamento mais caro, de quatro dormitórios e de bairro nobre de Osasco, foi vendido por R$ 1.250.000,00. Os mais baratos custaram aos compradores R$ 107 mil, têm dois dormitórios e estão em bairro centrais e da periferia de Guarulhos.

Preços no Interior foram de

R$ 1,59 milhão a R$ 100 mil

Foi em Sorocaba que a pesquisa CreciSP registrou o maior valor de venda de uma casa – R$ 1.590.000,00 por residência com três dormitórios em bairro nobre da cidade. Em São Carlos estava a mais barata – R$ 115 mil por casa de 1 dormitório em bairro do Centro.

O apartamento mais caro custou praticamente a metade da casa mais cara – R$ 790.000,00 por um imóvel de três dormitórios em bairro nobre de São José dos Campos. Em São José do Rio Preto, o mais barato do Interior nas 37 cidades pesquisadas – R$ 100 mil por um dormitório em bairro do centro dessa cidade.

As vendas no Interior foram feitas 60,34% à vista, 37,07% financiadas por bancos, 1,72% parcelados pelos donos dos imóveis e 0,86% por meio de consórcios.

Casas de R$ 5 milhões

e R$ 110 mil no Litoral

O imóvel mais caro vendido no Litoral em Julho – R$ 5 milhões – foi casa de 4 dormitórios em bairro nobre de São Sebastião. Casas de 2 dormitórios em bairro de periferia foram vendidas por R$ 110 mil em Caraguatatuba, mesmo preço das de 1 dormitório na periferia de Itanhaém.   

Em Praia Grande a pesquisa CreciSP registrou a venda do apartamento mais caro, de R$ 1.300.000,00, com três dormitórios em bairro nobre da cidade. Os mais baratos também estavam em Praia  Grande – de R$ 120 mil a R$ 250 mil por imóveis de 1 dormitório nos bairros centrais.

Com locação estável, os descontos

no aluguel novo chegaram a 10,69%

Marcado pela estabilidade no volume de novas locações, com leve alta de 0,31%, Julho foi o mês em que o maior desconto oferecido pelos proprietários sobre os preços anunciados de locação – 10,69% – não variou em relação a Junho para os imóveis localizados em bairros de periferia das 37 cidades pesquisadas pelo CreciSP.

Em imóveis de bairros centrais o desconto médio foi um pouco menor, de 9,5%, ou 7,71% superior aos 8,82% concedidos em Junho. Nos bairros de áreas nobres, o desconto ficou 15,12% menor, caindo da média de 9,39% em Junho para 7,97% em Julho.

No conjunto das 37 cidades, 73,13% das novas locações contratadas são de imóveis de bairros centrais, 16,58% de bairros de periferia e 10,28% de área nobres. Foram alugadas mais casas (52,9%) do que apartamentos (47,10%).

O fiador foi a modalidade de garantia de pagamento em caso de inadimplência do inquilino mais utilizada nos contratos assinados em Julho, somando 34,08% do total. Na sequência vieram o seguro de fiança (29,03%), o depósito de três aluguéis (17,99%), a caução de imóveis (11,23%), a locação sem garantia (6,68%) e a cessão fiduciária (0,99%).

As 853 imobiliárias consultadas pelo CreciSP em Julho informaram ter registrado um volume de cancelamento de contratos de locação que tinham ativos equivalente a 77,5% das novas locações.

Os cancelamentos se deveram a motivos financeiros (54,06%) ou por outra razões como mudança de endereço (45,94%).

ABCD tem aluguel

de R$ 7 mil a R$ 400

Nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diademe, Guarulhos e Osasco, a pesquisa CreciSP apurou que o aluguel mais caro de casas foi de R$ 7 mil por residência de 4 dormitórios em bairro nobre de Osasco. Também em Osasco foram registrados os mais baratos – de R$ 400,00 a R$ 550,00 por dois cômodos nos bairros do Centro.

O apartamento com o aluguel mais caro nessa região – R$ 4 mil – foi de 3 dormitórios em bairro nobre de São Bernardo, onde também estavam os mais baratos aluguéis – de R$ 400,00 a R$ 1,3 mil por imóveis de um dormitório no Centro.

Aluguel no Interior varia

de R$ 12,5 mil a R$ 350,00

Nas cidades do Interior, o aluguel mais caro em Julho custará ao inquilino R$ 12.500,00 mensais, e isso por uma casa com 4 dormitórios em bairro nobre de Jundiaí. Por um preço 35 vezes menor – R$ 350,00 mensais – foram alugadas casas de 2 cômodos no Centro de Araçatuba e de 1 dormitório na periferia de Franca.

O aluguel mais caro de apartamento foi R$ 4.500,00 por imóvel de 3 dormitórios  em bairro nobre de Ribeirão Preto e o mais barato foi R$ 350,00 – preço do aluguel de apartamentos de 1 dormitório no Centro de Presidente Prudente e em Piracicaba.

Litoral tem aluguéis de

R$ 2,9 mil a R$ 500,00

Caraguatatuba foi a cidade do Litoral paulista onde a pesquisa do CreciSP registrou o aluguel de casa mais caro – R$ 2,9 mil por residência de 3 dormitórios em bairro nobre da cidade. Em Itanhaém, os aluguéis mais baratos – de R$ 500,00 a R$ 700,00 por casas de 1 dormitório em bairros centrais.

O aluguel mais caro de apartamentos variou de R$ 2,5 mil a R$ 2,7 mil por imóveis com 3 dormitórios em bairros nobres de Santos. Os mais baratos foram de 1 dormitório em bairros centrais de Ubatuba, alugados por preços entre R$ 650,00 e R$ 1,4 mil mensais.

A pesquisa CreciSP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.

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